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Theo

LOUCURA. Era a loucura em mim.

A forma como eu o desejava. A forma como precisava dele. A forma como ficara acordado por horas pensando nele e prometendo a mim mesmo que manteria distância.

Era a loucura que me fazia agarrar os lençóis, como se eles pudessem me prender à cama. Era a loucura que me deixava ereto enquanto eu o ouvia no chuveiro. Era a loucura que me fazia sair da cama, abrir a porta do meu quarto e andar em meio à escuridão como se fosse um fantasma. Era a loucura me dizendo para bater à porta, buscar a verdade, ter certeza.

O que mais poderia ser? Quando deixei Derek mais cedo naquela noite, eu havia decidido – ficar com Liam novamente não me traria nada de bom. Nada.

E, mesmo assim, lá estava eu diante da porta do quarto dele, com o coração aos saltos, adrenalina correndo nas veias, meu pau ansiando por ele.

Ele abriu a porta.

Entrando apressadamente, segurei sua cabeça e colei meu rosto no seu.

– Não consigo esquecer – rosnei.  E não quero esquecer.

Então, busquei com ferocidade sua boca com a minha, enfiando a língua por entre seus lábios firmes e carnudos, desesperado para estar dentro dele do jeito que pudesse. Ele retribuiu o beijo com a mesma intensidade, suas mãos em minha cintura, passeando pelas minhas costas. Fiquei louco ao pensar nas mãos dele em minha pele – mãos fortes, sólidas, masculinas que me agarrariam e puxariam e puniriam.

– Maldito seja – sussurrei, avançando mais pelo quarto com ele. – Maldito seja você por fazer isto comigo. – Agarrando uma de suas mãos, levei-a até meu pau, dolorosamente duro e grosso dentro da calça. – Maldito seja por me fazer querer mais.

– Me deixe dar mais a você. – Ele tentou enfiar a mão em minha calça, mas não deixei.

– Não. Desta vez, não. – Eu queria certas coisas, e, se deixasse Liam pôr as mãos e a boca em mim, tudo acabaria rápido demais.

Eu queria que ele se sentisse exposto desta vez.
– Quero vê-lo nu.

Ele baixou sua cueca boxer e a deixou no chão. Imediatamente, segurei seu pau, gemendo ao sentir o calor e o tamanho. Ele ficou ainda mais excitado enquanto eu o masturbava, e senti-lo crescer e ficar duro em minha mão fez meu sangue se agitar. Ele se aproximou de mim, a boca descendo pelo meu pescoço, a língua quente e úmida em minha garganta. Eu o agarrei com mais força, acelerei os movimentos.

Quando ele gemeu, senti aquele som percorrer meu corpo, e cada fibra do meu ser vibrou de desejo por ele, como se minhas veias estivessem em curto-circuito.

– O que mais? – Ele passou a ponta dos dedos pelo cós da minha calça. – O que mais você quer?

– Quero tocar em você. Em todas as partes. – Deixei minhas mãos correrem livres por seus músculos definidos e sua pele quente, mal conseguindo controlar a urgência animal que eu sentia de jogá-lo na cama e matar aquela maldita fome insaciável que me consumia por dentro. Passei meus lábios e dentes e língua por seu corpo, beijando sua clavícula, mordendo o ombro, lambendo o pescoço. Eu estava inebriado com seu cheiro – nada de perfumes florais, nada de loções frutadas, nada falso ou feminino. Apenas o cheiro puro e masculino de sabonete e pele.

Ele puxou o cordão da minha calça e ela caiu aos meus pés. Sua boca buscava a minha enquanto as mãos deslizavam pela minha bunda.

Enquanto sua língua passeava entre meus lábios, ele me apertava e puxava contra seu corpo, mantendo nossa ereção entre nós. Fiquei sem ar, um urro reverberando em meu peito enquanto ele mexia os quadris, esfregando o pênis nu contra o meu. Deslizei as mãos por seu peito, por seus ombros, por seu cabelo. A fricção entre nós fez os músculos das minhas coxas se retesarem, uma tempestade crescendo dentro de mim.

Meu Deus, aquilo estava mesmo acontecendo? Eu precisava ver.

Interrompendo o beijo, olhei para baixo, onde nossos corpos se tocavam. Aquilo me fascinava – dois torsos masculinos, firmes e rijos, cheios de músculos e veias; dois paus grossos e duros em estado de alerta, mais escuros que a pele de nosso abdômen –, e deslizei a mão entre os corpos. Um som abafado escapou de Liam assim que segurei os dois paus juntos com uma só mão e comecei a nos masturbar, exatamente como fazia quando estava sozinho, mas mil vezes melhor, porque estávamos juntos. Nossa respiração era entrecortada e difícil, e os dedos dele apertavam as laterais do meu corpo. Imaginei os hematomas que ficariam e aquilo me excitou. Isso. Deixe sua marca.

Não demorou muito para eu sentir os pênis escorregadios entre meus dedos e percebi que estava perto de ter um orgasmo. Liam também estava quase lá – eu podia ouvir o som em sua garganta e ver em seus músculos e sentir em seu pau quente e ereto na mão. Aquilo mexeu comigo, saber que eu era capaz de levá-lo àquele estado ofegante, ardente, indomável, que eram meu corpo, meu toque, meus movimentos que o levavam àquilo. Adorava observá-lo – tão diferente de uma mulher, e ainda assim tão familiar. Seu corpo era como o meu, e eu via todo o meu prazer refletido nele, como se fosse um espelho.

Eu adorava a solidez de seu peito, a largura dos ombros que diminuía gradualmente até a cintura, o ângulo das costas conforme ele se afastava um pouco e empurrava os quadris para a frente. Eu amava os músculos definidos de seu abdômen, a discreta linha de pelos abaixo do umbigo, o brilho prateado de sua pele no escuro. E adorava a agonia em seu rosto, a boca aberta, os olhos semicerrados, o conflito em sua expressão. Ele estava lutando contra aquilo?

A ideia me deu satisfação, saber que ele se torturava, que sofria por mim de alguma maneira e que eu poderia livrá-lo daquele sofrimento.

– Quero que você goze – eu disse entre dentes cerrados. – Eu quero ver. Quero sentir na minha mão. Quero sentir na minha barriga.

Ele disse algumas palavras incompreensíveis, atormentadas, talvez nem fossem em inglês, virando a cabeça para o lado, como se ainda quisesse prolongar aquele momento. Seu perfil era tão bonito que me deixou irritado.

– Agora – ordenei, movendo a mão mais rápido e com mais força, sentindo minhas pernas bambearem conforme o clímax se aproximava.

Merda, eu não queria perder o controle antes dele, mas tudo que eu fazia nele fazia em mim também. – Não resista, maldito. Agora.

Agora!

Ele fez o que eu pedia, me agarrando com força e girando os quadris enquanto seu esperma quente e espesso jorrava, grunhindo algo que provavelmente era aí está, seu cretino desgraçado em russo. Pensar aquilo – que eu dominava meu próprio desejo incontrolável dominando o objeto desejado – era bastante excitante, mas ver aquilo – o gozo de outro homem – atingindo minha barriga e peito, escorrendo por minha mão e cobrindo todo o meu pau me fez perder a cabeça. Tudo ficou mais tenso e sufocante e distorcido e de repente saiu de mim com um urro em um jato de êxtase sobre nós dois.

Loucura. Era isso.

E eu não conseguia mais mantê-la aprisionada.

E Se Acontesse? ~ Version Thiam (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora