Into The Snow - Clexa G!p

Capítulo 50 - Boa Noite, Pequena Lua

Clarke

- Nenhum segundo?

- Não. – Lexa respondeu com tamanha certeza.

- Então porque você ainda esta falando?
Precisei dizer algo a mais? Lógico que não! O que Lexa tinha de safada, tinha de esperta. Ela me beijou ali fora mesmo, puxando minha cintura para deixar meu corpo bem próximo do dela.

- Quer entrar? – Perguntei esquecendo por um segundo que Sophie estava no andar de cima dormindo.

- É uma boa idéia, acho que lá dentro é mais confortável.

Seus dedos se entrelaçaram nos meus, como costumavamos fazer, e então entramos, nos sentando no sofá.

Eu sei que parece errado pegar sua ex-namorada no sofá da sala enquanto sua filha dorme inocentemente no quarto de cima, mas era uma questão muito particular e meio difícil de entender, estar longe dela era péssimo, mas com o tempo você se acostumava, e estar perto era como uma bomba quando explode, impossível de controlar os efeitos que causa. A verdade é que eu precisava dela, e ao vê-la aqui, tão perto, me fez perceber isso.

- A casa é bonita.. – Ela falou ao se sentar.

- Sim, é melhor do que imaginei. – Falei ao me sentar ao seu lado.

Olhei ao redor por um instante para ter certeza de que a casa realmente era melhor do que tinha imaginado, e quando meus olhos se voltaram a ela, seus lábios vieram aos meus mais uma vez e ela logo me puxou, fazendo com que me sentasse em seu colo de frente para ela.

Suas mãos estavam em minha cintura, então subiram, passando levemente pelos braços, ombros e chegando ao meu rosto, onde ela acariciou por alguns instantes enquanto me beijava e depois colocou uma das mãos em meus cabelos.

- Eu senti falta disso. – Ela falou colando sua testa na minha.

- Pensei que tinha ficado com outras pessoas...

- Nenhuma delas era você...

Lexa me beijou mais uma vez e agora foi a minha vez de lembrar como eram as extensões de seu corpo, isso até ouvir um grito bem alto vir do andar de cima.
Não tinha o que enrolar ou mentir para a Lexa, eu já sabia exatamente o que era.

- Droga! – Falei me levantando rapidamente e subindo as escadas até o quarto de Sophie.

Abri a porta devagar e vi que as cobertas cobriam sua cabeça, então me aproximei e sentei na cama bem perto dela, tirando as cobertas da frente, para que pudesse ver seu rosto.

- Teve um pesadelo? – Perguntei baixinho e ela assentiu. – Quer me contar o que aconteceu?

Sophie descreveu um dos diversos monstros que as vezes apareciam em seus pesadelos, dizendo “mamãe” em todo fim de frase como se eu estivesse vendo aquele tal monstro enorme que ela falava.

- Cadê o Billy, mamãe? – Ela perguntou meio enrolado.

- Você deixou lá em baixo, vou pegar para você... – Falei passando a mão suavemente em seu rosto.

Quando me levantei e virei em direção à porta, Lexa estava parada ali de braços cruzados, não parecia brava, apenas observava a cena, eu suspirei e passei por ela rapidamente, descendo para pegar o pequeno urso de pelúcia que eu mesma havia colocado na caixa de brinquedos, longe dos outros, pois, obviamente, uma hora ela iria procurá-lo.

Provavelmente Lexa estaria furiosa comigo, mas até que o pesadelo da Sophie não foi totalmente negativo já que era melhor que Lexa descobrisse agora mesmo. Mas quando subi, me deparei com uma cena que nunca pensei que um dia existiria, e muito menos que Lexa estivesse nela com a minha filha.

Eu não demorei muito, mas assim que cheguei ao quarto, Lexa cantarolava uma pequena canção...
 
“Boa noite, Boa noite
Já é hora de dormir
A lua está vigiando
Você e os seus sonhos
Boa noite, Boa noite
Meu pequeno doce
Amanhã seus olhos
Eles irão acender o sol...”
 
E quando entrei, Sophie já estava com os olhos quase fechados, mas os abriu rapidamente para pegar o pequeno urso que estava em minhas mãos.

- Boa noite mamãe, boa noite... – Ela parou já que não sabia o nome da moça linda que estava cantando para ela.

- Lexa. – Eu completei.

- Lexa... – Sophie repetiu completando seu “boa noite”, com aquelas palavras enroladas, típicas de uma criança de 3 anos, "Lecxa".

Depois seus olhos se fecharam novamente, e Lexa arrumou as cobertas sobre o corpo dela.

- Desculpa... – Falei assim que saímos e fechei a porta do quarto.

- Porque a escondeu? – Lexa perguntou sem entender.

- Porque achei que não saberia lidar com isso...

- Achou que eu não saberia lidar com uma filha do seu antigo casamento?

- É-é... – Respondi meio sem graça.

- Ela tem quantos anos? 4?

- 3...

- 3 anos, achou que eu poderia ter raiva de uma criança de 3 anos só pelo pai que ela tem?

- Sim...

- Você é engraçada srta. Griffin. – Eu sorri ao ver o sorriso que estava em seu rosto. – Acho que sua filha...hã...

- Sophie...

- Bem, acho que sua filha, Sophie, não vai ter mais pesadelos hoje...

- Se quiser, - Me aproximei dela. - posso te levar para conhecer o resto da casa...
- Prefiro conhecer seu quarto.

E aquele era justamente o cômodo que eu queria que ela conhecesse, então a levei para lá, e trancamos a porta antes de fazer qualquer coisa.

- Depois de quase 4 anos... - Ela comentou.

- É...os anos passaram rápido demais.

- Eu que o diga. - Lexa começou a andar pelo quarto olhando algumas das poucas fotos que estavam por ali. - Porque não me falou antes que tinha uma filha? Eu poderia ter voltado, quem sabe te ajudava a cuidar se o seu marido começasse com graça.

- Agora eu prefiro que você faça outra coisa. - Falei tirando a blusa e me aproximando dela. - São quase 4 anos... - Reforcei.

Ela se virou e me olhou por alguns segundos antes de me puxar pela cintura e me beijar, um beijo tão suave e ao mesmo tempo doce e cheio de desejo. Parecia que Lexa havia colocado tudo o que sentia naquele único beijo, como se aqueles quatro anos longe fossem apenas quatro minutos, me perguntei por alguns instantes se aquele sentimento esteve realmente guardado dentro dela durante esses últimos anos, se ela realmente ainda sentia o que dizia sentir e, pela primeira vez, a resposta era sim, com 100% de certeza, acho que nunca os nossos sentimentos estiveram tão intensos quanto nessa noite, que poderia ser apenas uma ou mais uma, na verdade, era cedo para dizer o que seria de "nós" após esta noite, naquele momento eu só tinha certeza de uma única coisa, eu queria ficar com ela.