📚 Capítulo 10 📚

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- Não é possível, Ellen! – Luana fica indignada depois que lhe conto sobre Felipe – isso não faz o menor sentido.

- Claro que faz! Ele arrumou uma namorada durante as férias e me chutou pra escanteio, é simples.

Vou para o meu quarto me recusando a chorar. Ligo o notebook e coloco uma série de comédia na tentativa de me distrair, mas é em vão.

- Ellen? - Luana bate na porta já entrando.

- Que foi?

- O Felipe está lá embaixo, o autorizo a entrar?

- Não estou afim de falar com ele agora.

- Tudo bem, vou dizer que já dormiu, ou algo assim.

Luana tem sido uma ótima amiga.

Nunca fui o tipo de pessoa que é cercada de amigos, e pra ser honesta, acho que nunca tive amigos de verdade até conhecer Luana.

Ela é completamente oposta a mim, tem o jeito meio maluco de ser, mas nos damos bem e criamos uma boa amizade.

- Pronto, ele já foi – ela diz ao longe.

- Obrigada – respondo desanimada.

- Tive uma ideia – ela fala se aproximando do quarto – e se nós nos entupirmos de sorvete e assistirmos um filme de terror? Que tal doce vingança?

- Ver homens sendo torturados? Amei!

Levanto da cama desligando o notebook, pego minha coberta e vou para a sala com Luana.

Enquanto ela pega o pote de sorvete e colheres, eu coloco o filme, então lembro-me:

- Luana, você não ia sair hoje com sei lá quem?

- Desmarquei. Minha Ellenzinha precisa mim e o sei lá quem pode esperar - ela pisca.

- Obrigada por tudo – sorrio e ela vem em minha direção, me abraçando forte e então nos ajeitamos no sofá para ver o filme.

ღ ღ ღ

- Ellen, faça o favor de se levantar já!

- Não estou afim – sussurro afundando minha cara no travesseiro.

- Eu não admito que você fique desse jeito por causa de um macho qualquer – Luana puxa meu cobertor, fazendo eu me encolher na cama – já passa das 13h! Vamos almoçar fora, que tal? Eu pago!

Ela disse as palavras mágicas.

- Me dá dez minutos!

Levanto apressada e tomo uma ducha.

Obvio que almoçar fora e de graça me ajudou a sair da cama, mas Luana tem toda a razão. Não posso ficar assim por causa de um homem que o máximo de envolvimento que tive foi um beijo na testa.

É patético!

Não sei como me deixei levar assim por alguém, nunca tinha acontecido e não posso me entregar a isso, pois enquanto eu sofro, ele está feliz com a namora.

ღ ღ ღ

- Não acredito que te trouxe pra almoçar e você está se acabando em fast food!

- Eu amo hambúrguer e batata frita – digo de boca cheia – esse refrigerante também está uma delícia, geladinho no ponto certo.

- Isso é o auge da bad, amiga.

- Nesse momento estou muito feliz! – falo ao colocar quatro batatas fritas de uma vez na boca.

- Estou começando a ficar preocupada – ela diz baixinho.

- Estou bem – sorrio mostrando as batatas mastigadas na boca.

- Eca! – Luana ri.

Nós nunca tínhamos saído assim e está sendo divertido! Conversamos sobre várias coisas e Luana descobriu o quanto eu posso ser nojenta em público. 

Em casa não somos assim, nem sei por quê. Acho que nos faltava essa conexão fora da nossa zona de conforto.

- Ellen? - olho para trás e vejo Léo, o bibliotecário.

- Oi! – sorrio – tudo bem?

- Tudo sim, bom te ver! Não apareceu na biblioteca ontem, nem hoje.

- Ando um pouco na correria, sabe como é – respondo e Luana dá uma risadinha me lembrando que eles não se conhecem – essa aqui é minha colega de apartamento.

Eles se cumprimentam e Léo volta sua atenção a mim.

- Volte a frequentar a biblioteca, aquele lugar não é a mesma coisa sem você – brinca.

- Agora as aulas recomeçam e não sairei mais de lá, não se preocupe – dou risada.

- Ótimo! Bom, vou indo nessa, meu amigo está esperando na outra mesa – diz beijando meu rosto – tchau pra vocês – diz por fim, acenando para nós.

- Ellen, você conhece esse gato e não me conta?! Que sacanagem!

- Ele é o bibliotecário da faculdade, todo mundo o conhece!

- Eu não!

- Porque você não vai à biblioteca.

- Essa doeu, mas de qualquer forma, ele está afim de você, e você devia investir nele ao invés de ficar choramingando pelos cantos por causa do Felipe.

- O Léo não está afim de mim, ele só é gentil.

- Está escrito na testa dele o quanto ele quer te dar uns beijos!

Nunca reparei qualquer interesse dele em mim, até porque ele sempre demonstrou torcer por mim e Felipe. Mas e esse ele realmente estiver afim de mim? Talvez não seja má ideia dar uma chance. 

Encontros na bibliotecaOnde histórias criam vida. Descubra agora