O inicio - Sonhos Entre Mundos

Prazer, Dexter.

   Olá, você parece ser novo por aqui não é? 

   Como já deve saber, eu me chamo Dexter, sim sou praticamente uma criança nesse momento literário, porém, não leve em conta essa parte. Nasci em plenos anos 2000. Sempre fui o tipo de pessoa que ama viajar nas escritas e literaturas que eram entregues na escola, garanto que muitos dos livros eu nem se quer sonhava devolver, todavia, como minha mãe sempre diz: " Se não te pertence devolva, mesmo que pareça errado no momento, honre sua dignidade filho, sempre..." , sim ela é minha inspiração diária, a única parte de mim que faz algum sentido em meio as crises que enfrentamos.

    Ah! minha mãe, esqueci de apresentar ela a você.

    Minha mãe se chama Sofia, ela é daquelas que ama arrumar a casa ouvindo pagode ou qualquer tipo de musica que faz ela querer dançar muito. Ela é sempre animada e sempre focada no que quer, ela é meu exemplo por não desistir de nada.

   Acredite ou não ela me  teve com 16 anos, as pessoas ainda insistem em considera-la minha irmã, apenas pela pouca idade, porém, ela em mentalidade ultrapassa vários senhores de idade que conheci em minhas idas e vindas.

   Sou disléxico, então nem sei como passo de ano tão rápido na escola, já parou pra observar as estrelas hoje?, pois é, eu sempre faço isso. Minha mãe me disse que o papai está nas estrelas agora, olhando pra gente e dando forças a ela.

  Não sou o típico garoto branco, que anda de skate e come lanches comprados na internet ou coisas do tipo. As vezes eu sinto que se fosse seria mais fácil contar essa história, mas acho que não existe uma forma fácil de nós nos descrevermos, ou de falar sobre nossa vida, sempre tem algo que irá nos ferir, sejamos o padrão ou o fora dele.

    Sou negro, tenho atualmente, 1,39 de altura, olhos castanhos escuro, cabelo típico de miojinho. Sempre brinco dizendo que em outra vida eu fui um tipo de anjo, e agora nasci com uma cor e cabelo especiais - Dexter ri de seu próprio comentário - mentira, minha mãe que insiste em me dizer coisas desse tipo. Quer uma mãe melhor?

   Está na hora de te contar minha história. Acho que já te deixei entediado  com minhas voltas e mais voltas no inicio - Dexter respira fundo - Vamos lá.

  Minha história começa em 1994, minha mãe conheceu meu pai esse ano, eles viviam tentando se ver, pelo menos é oque minha nona sempre me falava.  Minha nona vivia em uma casinha bem simples de madeira em uma fazenda enorme em Guarapari (Es).

  Minha nona repetia sempre que amava o garoto moreno que ia ver minha mãe. Ela dizia que lembrava o nono, mas nunca vi nenhum dos dois, então fica difícil afirmar se ela estava correta nesta comparação.

  Era sempre uma grande diversão falar com a nona, nessa época, as coisas ainda eram simples, eu tinha uns 7 anos de pura curiosidade e energia.

  Enfim, tudo começa aqui.

   - Eles viviam andando de mão dadas pela cidade de Guarapari, mas seu pai, o James, nunca desonrou nem a mim e nem ao seu avô, ele insistia em nos levar juntos pra todas as suas aventuras. O Edgar... - Fala a nona de Dexter com voz pausada - o Edgar era durão... Mas amava o tratamento de James conosco.

 Sempre que podiam eles saiam pra pescar, jogar bola, ir a praia ou pra esses eventos que homens faziam, como jogos de carta ou coisas assim.

- Nona, como era a vida nos anos 90? - Pergunta Dexter ao ver a felicidade de Nora ao contar a seu neto as suas histórias - Eu gosto de ouvir você falar nona, as suas histórias caberiam em um lindo livro.

- Era como os anos 2000 - Responde Nora - a diferença entre ambos é que no meu tempo, a liberdade que se tem hoje eram impossíveis de se imaginar. - diz ela com um sorriso - as televisões eram caríssimas, shoppings eram coisas só de ricos. Sua mãe sempre foi a nerd da escola...

- MÃE - diz  Sofia enquanto sorri e pega um álbum de fotografias.  

- Não falei nada demais filha - Nora sorri ao dizer - ela só tirava notas altas e sempre se dava bem com os professores...

- Uiui, mamãe uma nerd? isso parece legal.- Diz Dexter dando gargalhadas- Mamãe como você e o papai se conheceram?

 - É uma longa história meu filho.- Sofia com brilho nos olhos começa a dizer-lhe novamente sua história - Eu era muito imatura, amava brincadeiras e festas, porém sua vó, não me deixava sair muito de casa.

  Em um dia de verão, uma amiga da família, presumiu que seria uma ideia boa dar uma festa entre nós. Nem preciso dizer como foi divertido ver meus primos, amigos, tios , tias. Foi um dia muito incrível pra mim. 

  Eu amava o tio Bob, ele era demais. Nessa festa ele trouxe o sobrinho dele, James, seu pai.

   Tio Bob, nunca falou porque era chamado de Bob, se seu nome era Arthur. E eu nunca perguntei, porém graças ao seu tio Bob, você está aqui hoje.

   Ele me fez ver o amor da minha vida quando ainda tinha 12 anos. Foquei todos os meus esforços pra saber de onde ele era, como vivia, e se gostava de garotas brancas e brincalhonas de cabelos cacheados. Pra minha sorte, ele era vizinho da fazenda do meu pai, e tinha 16 anos, só 4 anos mais velho. 

 Me animei tão rápido que quando cheguei em casa, já queria visitar o garoto, ver como a casa dele era, como ele tratava os pais,-  Diz Sofia sorrindo para Nora - assim como sua nona sempre me instruiu a fazer - ela sorri levemente.

  Seu pai me fez sentir coisas incríveis Dex - "Sim ela me chamava de Dex, me deixa" -coisas que eu nunca iria imaginar, vi o mundo de uma forma muito diferente, acabei sendo como você...

- Como eu? - pergunta Dexter sem compreender.

- Sonhador, sorridente...- diz ela com lagrimas nos olhos - ele me fez ver que a beleza das coisas não esta simplesmente em olhar, mas sim em observar detalhes, analisar partículas e viver momentos. - ela sorri - As coisas sempre são para nos ensinar algo novo Dex, sempre nos dão um caminho.

- Tipo meu sonho de ser um gigante! - afirma Dex, sorrindo e pulando no colo de sua mãe.

-  Amamos você Dex ! - dizem Nora e Sofia ao abraçarem o jovem Dex.

 Minha mãe e minha nona sempre foram apegadas a mim, as vezes sinto que elas veem meu pai, que sentem que perto de mim vão estar perto dele. Por isso aprendi a ser a pessoa que elas dizem que ele era, sempre positivo e focado .