Capítulo 27

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Um dos policiais pediu por duas ambulâncias e elas chegaram incrivelmente rápido. Em uma fomos eu e minha mãe. Por mais que eu tivesse dito que não tinha nada de errado comigo, papai insistiu para que eu fosse avaliada e disse que seria bom eu acompanhar minha mãe para o hospital enquanto ele acalmava as coisas em casa.

- Mãe. - chamo quando ela fecha os olhos. - Fique comigo, por favor.

Pego sua mão e aperto, ganhando um sorriso fraco de sua parte. Ela perdeu muito sangue, tenho certeza, e a bala ainda está alojada em seu ombro esquerdo.

- Está tudo bem, querida. Eu estou consciente e o ferimento foi estancado. - explica. - Só estou um pouco fraca pela quantidade de sangue que perdi até o socorro chegar. Foi por isso que desmaiei.

- Obrigada por tudo o que fez lá. - murmuro. - Não estaríamos aqui sem a sua coragem.

- Seu pai ia nos encontrar. - diz com a voz também fraca.

- Eu sei, mas levaria pelo menos algumas horas ou o dia todo.

- Eu nunca deixaria você correr risco por tanto tempo. - seus olhos enchem de lágrimas. - Não importa o que aconteceria comigo, você precisava sair bem, viva e logo. Você é tudo na minha vida, filha, você, seu pai e seus irmãos. É para isso que eu vivo. Eu sempre vou fazer o que estiver ao meu alcance para deixá-los bem.

- Eu não suportaria perder você. - é minha vez de sussurrar e deixar algumas lágrimas caírem. - Seria tudo culpa da Miranda e eu estou cansada de odiá-la.

- Então não odeie, querida. - pede. - Perdoe e siga em frente.

- Eu não consigo. - balanço a cabeça. - Não depois do que ela tentou aquele dia e, especialmente, não agora que eu sei que ela tentou matar a todos nós num acidente de carro.

- Ela fez péssimas escolhas, mas é a mulher que colocou você no mundo, que trouxe você para mim e eu nunca serei grata a ela o suficiente por isso. - seus olhos brilham em minha direção. - Eu entendo que você tenha ressentimentos, não vou mentir e dizer a você que vou esquecer tudo o que ela tentou fazer contra nós, mas isso não significa que ela não mereça o nosso perdão, ok? - ela começa a tossir e o socorrista confere seus sinais vitais.

- Não faça esforço, sra.Styles. Estamos quase lá.

- Desculpe. - peço e ela me dá mais um sorriso, apertando a minha mão com a pouca força que ainda resta em seu corpo.

Quando chegamos ao hospital, eles me impedem de continuar acompanhando minha mãe e levam-me para um consultório vazio. Sento-me na cama e rezo silenciosamente para que ela fique bem.

- Com licença, senhorita Styles. - a mãe de Noah aponta a cabeça na porta. - Preciso de uma amostra de sangue.

- Kellee. - sorrio. - Por favor, me chame apenas de Alice.

- Como você está, querida? - pergunta, arrumando seus instrumentos de trabalho ao meu lado.

- Eu estou bem, apesar de tudo. - reviro os olhos. - Onde está Noah?

- Provavelmente a caminho com o seu pai. - ela introduz a agulha no meu braço após limpar a pele com álcool, ajustar o garrote e sentir minha veia. - Ele está na sua casa desde a noite de ontem.

- Que horas são agora? - pergunto.

- Quase sete da manhã. - ela retira três tubinhos de sangue e livra-me da agulha e do garrote, colocando um curativo. - Olívia está na sua casa desde as seis. Noah disse que ficaria na sua casa até ter notícias suas e seu pai pediu que ela fosse distrair seu irmão.

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