Stolen Roses

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Osamu Dazai (Narrativa em primeira pessoa)

Eu nunca sei o que dar de presente para Chuuya. Às vezes reflito se devo oferecer algo clichê como uma caixinha de bombons ou algum ursinho de pelúcia... no entanto, também pondero sobre coisas que ele goste como um bom vinho caro ou quem sabe até o levar para algum ringue onde o mesmo possa assistir uma boa luta livre, mas... talvez nada disso funcione.

"Merda...", resmungo enquanto esfrego as duas mãos em meu rosto. Andei pensando muito nessas últimas semanas... Todo ano, Chuuya prepara surpresas maravilhosas para mim. Fico abismado com a quantidade de detalhes que ele pensa. Da última vez - ignorando que o desfecho dessa história resultou em suspiros durante a madrugada -, Chuuya me fez um jantar com todas as guloseimas que mais amo enquanto eu estava no trabalho; comprou as roupas que eu tanto queria mas nunca tive dinheiro suficiente para comprar - é sério, eu namorava aquelas roupas todo santo dia naquela vitrine; nem imagino o tanto de dinheiro que Chuuya economizou para comprar essas peças! -; bebida pra passarmos à noite juntos; um filme que eu estava esperando ainda ser lançado no cinema - Não quero nem imaginar como ele conseguiu esse feito sendo que nem nas telonas ainda tinha sido estreado! -; um perfume - caro pra caraca! - e antes de encerrar o grande dia, caminhamos pela orla da praia mais próxima e lá ficamos até o amanhecer. Aquele dia foi incrível demais!

Fico impressionado com a paciência do mesmo também... nos anos anteriores, ele se irritara muito comigo por não me recordar das nossas datas mais importantes. Às vezes eu lembrava, outras vezes não... mas o fato é: que quando começamos a morar juntos eu jurei para os céus nunca mais me esquecer de nada - ainda mais do nosso aniversário de namoro.

Dizem que o homem não é nada além daquilo que a educação faz dele. Talvez fora isso que ele aplicou naquela época! Eu estava muito cansado... quebrei minha própria promessa e o desapontei mais uma vez por não ter preparado nem um simples cartão com os dizeres "Eu te amo" - Que tipo de namorado eu sou? - No entanto, em nosso primeiro ano morando no mesmo teto precisávamos levantar uma pequena quantia para as refeições, móveis, transportes, essas coisas básicas para a sobrevivência de uma vida a dois. O trato era: Chuuya procurava a casa e comprava o imóvel - que também não era algo barato, nossa casa tem dois andares; reflito bastante nessas horas sobre o meu antigo salário na Máfia - e eu ficaria com as contas da casa. Me vi responsável por me comprometer com a mobília, mas meu ruivinho não aceitou a discussão e antes que eu pudesse contestar o mesmo, ele já tinha comprado metade dos objetos naquela altura do campeonato. Hoje, agradeço por ele ter feito isso pois eu estaria mais duro do que estou agora! Eu já estava habituado a pagar as contas, mas em uma casa como esta em que estou, onde os gastos são muitos, me vi precisando trabalhar dobrado para provar que consigo sustentar tanto a mim quanto a ele. Era questão de honra fazer isso...

Já que não pude preparar algo grandioso no passado, anotei a data em geladeiras, celulares, agendas, notebooks, computadores e até com o padeiro eu chegava e falava: "O grande dia, seu padeiro! O grande dia!", tudo para nada passar despercebido e dessa vez ser diferente! Meu chibi, eu pensava que ele iria ficar contente com meu esforço, sabe? Que ficaria feliz que o namorado dele estava se empenhando para ser melhor e mais prestativo, que ele não precisaria mais me espancar por eu ser lesado demais, mas não! O pequeno parece até que está menstruado! Uma hora acha tudo lindo e maravilhoso, outra hora não aguenta ver tanto bilhete grudado nas paredes e me faz engolir todos eles - e isso quando não são de calendários onde circulo os acontecimentos!

O fato é: eu preciso pensar em alguma coisa logo. Na verdade, tudo já deveria estar pronto há três dias atrás, mas a múmia aqui se esqueceu do "Grande dia" mesmo com todos os avisos grudados pelos cômodos! Pedi para Chuuya sair em viagem uma semana atrás para poder relaxar a cabeça sem pensar que eu vou explodir a casa ou fazer alguma loucura. Com certeza já ganhei pontos com isso, pois esse foi o primeiro presente que planejei.

Celebration • SoukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora