Prólogo

733 33 3
                                    

Com muito amor que inicio outra página em minha vida como uma aspirante a escritora.
Conheçam a história de Virgínia, isso é mais que um romance, é um pouco da triste realidade de que escolheu a prostituição para sobreviver.
Espero que gostem pois estou muito empolgada, favoritem, cometem e compartilhem. Bjs♡
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

{POV. Virgínia}

  Suor escorria por todo meu corpo, eu estava em pura adrenalina e eu amo essa adrenalina matinal, o ar indo e voltando de meus pulmões com certa dificuldade, deixando minha boca seca. Me equilibrando em um passo seguido do outro, bebo um pouco de água em minha garrafa, uma brisa leve do vento gelado em meu rosto, vindo da praia de Ipanema a frente. As pessoas indo e vindo, carros passando e era nítido que vários olhavam para mim e Melyssa, minha melhor amiga, ao meu lado enquanto fazíamos a nossa corrida matinal após a academia.
  Diminuimos o ritmo ao nos aproximar de nosso apartamento, e Melyssa sorrir meio ofegante ao pararmos e ela abre o portão para entrarmos. É nítido para todos aqui o que fazemos, parece até que está estampado "Putas" nas nossas testas, mas há muito tempo eu não ligo mais para essas merdas de opiniões que não contribuem em nada, só quero terminar minha faculdade e arranjar um bom emprego para sair dessa vida.
  Ainda em silêncio já estamos dentro do elevador que em alguns minutos abre em nosso andar e somos surpreendidas por dois homens fortes e charmosos de ternos. Minha melhor amiga me lança um sorriso malicioso e um olhar rápido.

- Bom dia, senhores. - Ela diz com sua voz aveludada enquanto saímos.
- Bom dia, senhoras. - Eles retribuem em falas visivelmente com segundas intenções por atrás.
- Senhoras não, me sinto velha. - Brinco e eles sorriem. - Até mais.

  Acenamos devagar para eles e começamos a andar, e nem precisamos olhar para atrás para saber que eles estão olhando para nossas bundas. Imundo, mas é o que está pagando nossas contas por enquanto, nem precisamos rebolar nem nada pois só de olhar nossos corpos os homens enlouquece.
  Não minto que isso não me afete, mas não há muito o que fazer a não ser usar a escrotisse desses merdas ao meu favor, por isso Melyssa e eu escolhemos rachar um aluguel em um bairro nobre como Ipanema pois sabíamos que clientes extras não nos faltariam. Vera, nossa agente, nos arranja os melhores e que pagam melhor, mas quanto mais cliente mais dinheiro teremos, e menos tempo nessa merda de vida passaremos.

- Clientes garantidos. - Melyssa comenta ao entramos em nosso apartamento e eu sorrio concordando. - Raquel ainda não chegou. - Ela bufa vendo a casa totalmente vazia.
- Achei que ela ia chegar hoje cedo, antes de sairmos para academia. - Comento confusa enquanto sento no sofá parar tirar meus tênis.

  Melyssa e eu somos amigas desde crianças, nossas mães eram vizinhas em nosso antigo bairro, somos praticamente irmãs não consenguineas, começamos a sair com os homens por dinheiro quando ela completou 18 anos e eu já tinha 18. Melyssa perdeu a mãe para um infarto e tinha que evitar levarem a sua irmã, Raquel, que só tinha 11 anos na época. Ou era a prostituição e mentir ter um emprego descente, ou então perder a irmã. Apesar de Raquel não ter consideração nenhuma por Melyssa, sei que minha amiga não se perdoaria ao deixar a irmã para atrás.
  Minha mãe não faz ideia de quem é meu pai, fui criada em meio a poeira de cocaína, cheiro de maconha, litros de vodka e overdoses quase mensais. Eu tinha que sair de alguma maneira mas ninguém dava emprego para uma garota pobre por mais bonita que ela seja, somente Vera.

- Ela estava na rua e depois disse que ia dormir na casa de uma amiga.
- Que? Ela vai trabalhar na rua e depois vai dormir na casa de uma amiga? - Digo espantada. - Raquel não tem necessidade nenhuma de ficar dando pra qualquer na rua por R$ 50,00, damos tudo para ela pra justamente não cometer nossos erros mas, ao invés disso, ela vai se sujar inteira na rua e depois ir dormir na casa de uma pessoa que não tem nada haver. Francamente, hein! - Exclamo indignada.
- Não precisa se preocupar, Vini, sabe que eu dou conta. Raquel é problema meu. - Melyssa se joga ao meu lado com um semblante cansado. - Por isso Vera não quer ela.
- Vera não aceita ela porque ainda é de menor, se ela tiver disciplina Vera contrata ela no dia do aniversário dela. - Corrijo e Mel sorrir. - Se ela quer entrar nesse mundo, que seja com alguém responsável como Vera.

Um Anjo entre o Céu e o Inferno (Livro 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora