Porque pai é quem cria

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História inicialmente postada com o AllBlue Project no SocialSpirit!
Créditos ao pessoal q me ajudou lá!
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— Você tem uma boquinha santa, meu Deus…

O sussurro de Law arrancou uma risada sonora do mugiwara pervertido. Com a cabeça deitada sobre a ilha da copa do Polar Tang, o capitão dos Heart Pirates tentava processar as últimas horas da sua vida, a luz fluorescente das lâmpadas piorando a palidez da sua pele.

Foram meses apaixonado por Sanji, morrendo de amores pelo cozinheiro safado, antes de finalmente engrenarem algo. Dias que passou se esforçando na missão quase impossível de manter apenas uma amizade sincera entre eles. Graças a Deus a relação não se resumia as paranóias do mais velho, pois cada sentimento que borbulhava em seu peito era recíproco. Só era idiota demais para perceber que as coisas poderiam sim ser bilaterais.

Contudo, quando pensou em discutir seu lance com o Vinsmoke, as parcas decidiram arremessar um acidente nuclear no seu colo. Mais especificamente em uma embalagem de menos de um metro de altura e desacordada, boiando sem rumo pelo mar em um bote salva vidas. Se Zoro não estivesse de guarda e Bepo não tivesse percebido a aproximação pelo sonar, aquela criança poderia estar morta; não só pelo perigo iminente que navegar pela Grand Line era, mas também pela clara condição de desnutrição que apresentava. Assim que viu o corpo mirrado entre os braços de Jean Bart, entendeu que se tratava de uma situação de vida ou morte.

Ainda de pijamas, o doutor desligou momentaneamente dos seus problemas amorosos e focou no garotinho. Com a proficiência que apenas a sua equipe tinha, alocou o menino no suporte de vida que não tinha um minuto de paz desde que conheceu os Chapéus de Palha, ganhando nenhuma reclamação do pequeno. Estranhando a falta de reação, escaneou os órgãos com sua Akuma no Mi, encontrando tantos problemas que seu susto foi o fato de ainda estar respirando, não o fígado pedindo arrego.

— Alguém fez o destro desse pirralho? — gritou enquanto puxava os fios do monitor de batimentos cardíacos. Foi rasgar a camisa surrada, revelando o peito magro, que Law recebeu outro sinal preocupante sobre a integridade física do ser humaninho.

— A glicemia dele bateu 56mg/dL — respondeu Chopper que acabara de entrar na unidade de terapia intensiva, carregado de tubos e sacos de soro fisiológico. — É um coma por hipoglicemia.

— Me alcança a glicose e um teste de hepatite — ordenou.

Mesmo sendo alta madrugada, seus tripulantes fizeram o máximo para cuidar daquele bichinho desconhecido. Rapidamente reuniram exames diversos para todo tipo de problema existente, desde tumores a pancreatites, filtrando o ar para evitar crises de pneumonia e controlando a concentração de açúcar no sangue. Nenhum deles ficou de fora, seja auxiliando o cirurgião, seja segurando o bando aliado na sala de espera.

E depois de quase três horas medindo sistematicamente os sinais vitais, o antigo Shichibukai tinha se dado por satisfeito. Agora, na tentativa de descansar um pouco, aproveitava o cheiro de café fresco que só Sanji sabia fazer.

Armado de todo carinho do mundo, o loiro descansou uma caneca fumegante na frente do médico. Já era de conhecimento geral que ele não lidava muito bem com a dupla acaso-memórias do passado. Se as informações que tinha obtido nos meses de convívio fossem verdade, então a imagem daquela criança morrendo não fez nada bem para a cabecinha cheia de fios negros. Por isso estava ali e não no Sunny-go, preparando o desjejum dos nakamas; certo que sua rena tinha se oferecido para cuidar do pirralho também, mas isso era um detalhe.

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⏰ Última atualização: Apr 28, 2021 ⏰

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