Capítulo 15

52 10 15
                                    


Julia vai até Adrian. Meu pai chama minha mãe para a sala, Misty e eu ficamos na cozinha. Começo a refletir sobre o vírus. Ele é muito rápido e eu já vi do que ele é capaz, agora me sinto realmente com muito medo.

– Ah, fazer o que né? – não consigo ver compaixão na voz de Misty, eu aqui pensando que poderia ter sido com minha mãe ou irmã e ela nem aí para o que aconteceu.

Passam-se algumas horas. Ninguém mais conseguiu tocar no assunto. Denis e Anna ainda estão trancados no quarto. Misty se juntou a Adrian e Julia. E nós três estamos sentados na sala. Ouço o barulho da porta do quarto, Denis sai de lá. A expressão em seu rosto é sanguinária. Ele sai pela porta da frente, vai até a Montana e pega armas, bombas e munição, muita munição. Perto da Montana está a moto YBR de Adrian, imagino que dentro da garagem esteja o Golf, que Adrian disse há pouco; Denis sobe na YBR e dispara pela estrada.

– Onde Denis está indo com a minha moto? – Adrian chega correndo após ouvir o ronco de seu brinquedinho.

– Não sei, ele pegou armas e saiu, nem falou com ninguém – respondo, todos estão chegando e olhando para a estrada, que está com um imenso rastro de poeira, por onde Denis foi.

– Preciso pegar minha moto – diz Adrian, mas imagino que o ele gostaria dizer era: vou lá ajudar o babaca do meu primo. Ele entra na Montana, sigo-o e entro também.

– Onde você pensa que vai? – pergunta Adrian.

– Vou junto, estou precisando me divertir.

– Thomas Benedito, você fica! – Quando meu pai diz meu segundo nome, um sorrisinho maldoso se forma no rosto de Adrian. – Deixe que eu ajudo eles – meu pai abre a porta do passageiro pedindo para eu sair. – Ele vai precisar de alguém que saiba usar uma arma.

– Isso mesmo pai, você fica na carroceria para atirar nos zumbis e eu fico de copiloto do Adrian. – Meu pai não gosta do que falo, mas Adrian ri do comentário.

– Deixa o Toby ir com a gente, acho que está na hora dele virar homem.

Como assim: Toby?! Olho de soslaio para ele. O que esse cara tem na cabeça em ficar inventando apelidos para os outros? E ainda mais esse nome de cachorro. Meu pai olha com uma cara de quem quer dizer: tudo bem, mas se acontecer alguma coisa... Mas até que foi uma boa ideia a minha. Meu pai sobe na carroceria, joga uma arma na mão da Misty e adverte:

– Só atire se for realmente necessário. Não quero chegar aqui e levar um tiro na cabeça – Misty assente. Partimos na direção em que Denis foi.

Chegando ao final da estrada de terra ouvimos tiros, o intervalo entre eles diminuem conforme estamos chegando na cidade. Passamos algumas ruas onde tem alguns zumbis agitados pelos barulhos. Já posso ver onde Denis está.

– Ali! – aponto para o local.

Podemos ver que ele está atirando nos mortos-vivos, mas conforme ele atira e acerta alguns, outros aparecem, como um enxame de abelhas prontas para atacar alguém que mexeu em sua colmeia. Adrian chega o mais perto que pode de Denis e derrapa, deixando a caçamba da Montana bem ao lado dele. Zumbis tentam subir nela, mas meu pai atira em todos com seu AR-15.

– Sobe logo cara! – grita Adrian. – Você enlouqueceu, foi?

Denis olha para a carroceria do carro e sobe, mas não para de atirar. Ele pega uma granada, tira o pino e lança em direção dos monstros que se acumulam perto da gente. Adrian acelera o mais rápido que pode, mas acontece a explosão rapidamente. Carcaças voam para todos os lados.

– Agora ferrou tudo.

O motivo da frase de Adrian: Centenas de mortos começam a bloquear a estrada de onde viemos. Ele guina o carro, os dois que estão na caçamba quase são jogados para fora. Ele acelera em uma rua de mão única. Olho para trás, os mortos estão mais distantes, o carro bate em mais dois zumbis que estavam no caminho. Meu pai se recompõe e atira nos monstros que vão aparecendo. Adrian freia repentinamente, por eu não estar com o cinto de segurança, sou lançado para frente, acerto a cabeça no vidro e apago.

Sobreviventes do Apocalipse - Livro 1 da Duologia Últimos Dias na TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora