O espelho de uma antiga cômoda refletia um rosto sério, perdido em algum pensamento sombrio, apesar da maquiagem engraçada a sua fisionomia era bem perversa, aos poucos Boris tirava toda aquela tinta de seu rosto e o espelho revela o rosto de um homem adulto, de um homem perturbado, logo depois da morte de seus pais, Boris passou muito tempo afastado das pessoas, seu entrosamento era mais perceptível com as crianças, claro. Ninguém soube do que realmente aconteceu naquele trailer que era de seus pais, também ninguém nunca descobriu o que aconteceu com o menino Juca, todos acreditam que ele simplesmente fugiu do circo, até porque sempre houve histórias de crianças que fogem da vida do circo, mas o que intrigava a família do menino, era que ele amava estar naquele lugar, adorava treinar com o seu pai trapezista, ninguém suspeita de Boris, ele foi sempre amável com as pessoas, sempre respeitador, era difícil reconhecer a face de um monstro quando ele tem um semblante amável.
Boris olha para o chão do trailer, e lá existe uma mancha escura que sempre o fazia lembrar-se daquela noite, da noite em que ele matou seus pais, da noite que ele enterrou o "seu Juquinha", ele não sentia remorso, sentia ódio, a muito tempo ele tinha parado de se questionar o porque dele sentir-se atraído por crianças, ele abraçou esta situação, ele colocou em sua cabeça que não fazia mal nenhum, que era um desejo, um desejo de amar e cuidar dos pequenos, ao lembra-se de Juca, sua mente corre à algumas horas atrás e Boris se pega pensando no pequeno Benjamim, no seu sorriso puro e inocente, seus cabelos caídos sobre a testa.
Aquele palhaço tinha cruzado a vida de muitas crianças, seria difícil falar ao total quantos pequenos foram aliciados pelo palhaço pedófilo, ele sempre usando de suas mesmas armas, sempre dando um jeito de ser amigo da criança, até da família, conquistando uma confiança, até porque, quem suspeitaria de um palhaço amigo das crianças? A camuflagem perfeita, Boris deixou traumas em meninos e meninas, traumas que eles carregaram pelo resto de suas vidas, algumas ele usou da forma conquista, mostrando ser amigo, as vezes, sabia da situação precária da família, já pagou a mães que vendia os próprios filhos, ele sentia-se contemplado, a verdade, é algumas vezes ele não precisa usar sua camuflagem, a verdade, era que sua mãe não era a única a ser um diabo na terra.
Boris imaginava se o pequeno Ben estivesse naquele trailer, um lugar certo para atrair crianças, tinha brinquedos, era bem arrumado e colorido, bastante doce e jogos, era na verdade um abatedouro, por trás de todo aquele colorido infantil, existia muita dor, se aquele trailer pudesse, ele iria apenas ecoar gritos abafados de crianças aterrorizadas, piadas de mau gosto e maliciosas. Ele vê Ben sentado no sofá com seu saquinho de doces, ele fica admirando a inocência que brevemente seria corrompida, em seguida ele fica excitado, ele vai até o sofá cor-de-rosa, mas não tinha ninguém no trailer além dele, ele estava imaginando, de um lado estava Ben, quando uma pequena mão toca sua perna, era Juca.
Boris fecha seus olhos, e em algum lugar de sua pervertida mente obscura, desejos que não consigo imaginar vem em excesso, ele começa a se tocar imaginando que seja algum dos garotos, ele beija a outra mão como se beijasse um dos meninos, seus rosto ainda tinta, ele geme e mordi os lábios, é uma cena realmente doentia e sádica, em sua mente vêm imagens dos pobres meninos pedindo para ele parar, finalmente ele chega ao ponto que o faz parar, ele abre os olhos, ainda ofegante olha para os lados para constatar que infelizmente ele apenas imaginava tudo aquilo, ele fecha seu zíper e vai até uma pequena e colorida caixa, lá de dentro ele tira um pequeno cordão, ele o beija e o devolve para o secreto lugar, e lembrou da noite que tirou o objeto do pescoço de Juca antes de enterrá-lo.
Agora, ele vai para o banho, ele iria deixar tudo pronto para quando seus novos amiguinhos fossem o visitar.
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Psicopatas Vol.3 - Momo's
غموض / إثارةImaginamos que não somos vítimas, que deixamos esse posto para o de provocador, achamos que somos culpados pelo o que nos aconteceu, e a resposta é que quase sempre nós somos culpados sim, mas quando se trata de um assédio ou violência infantil a si...