Capítulo 2 - Un fiore di anthurium mascherato (Parte 2)

27 3 1
                                    

Recado Importante: Boa noite (Bom dia e Boa tarde também), antes de inicializar a leitura deste capítulo informo que o mesmo pode conter erros ortográficos e que o mesmo contém insinuação sexual, se você não se sente confortável por favor não o leia, mas de antemão aviso que o capítulo não é somente de teor erótico e é de suma importância para a compreensão dos demais. Obrigada e boa leitura.

" You're ripped at every edge but you're a masterpiece

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

" You're ripped at every edge but you're a masterpiece." - Halsey 

Alguns anos atrás 

Um sorriso malicioso cruzou seus lábios quando a voz estridente e curiosa soou pelo alto-falante do aparelho questionando-a sobre como havia sido com o deus do olimpo esculpido por Hades como a própria amiga estava narrando fazendo a mesma gargalhar, afastando por completo seus pensamentos mais sombrios sobre seus pais falecidos e todos os seus outros problemas.

- Ande Lizzie, não me poupe dos detalhes mais sórdidos, não seja cruel! – A amiga protestava ao som da risada contagiante da loira. – Ao menos ele é bom como aparenta ser? Por Dionísio, você devia ter tido atitude muito antes, com um homem daqueles...

- Tudo bem cabelos de fogo, sossegue está bem? Irei sim contar como foi, mas não tão abertamente, só direi que ele não parecia ser filho do pecado, mas o pecado em vida. – Então ela pressiona seus lábios pela lembrança, antes de prosseguir, arrancando um som de frustração de sua amiga. – Mas apenas é um lance casual, você me conhece, não irei me apaixonar jamais.

- Você está de brincadeira, não é? E-U Q-U-E-R-0 D-E-T-A-L-H-E-S – A ruiva diz de maneira pausada demonstrando sua indignação pela omissão da amiga.

- Está bem, você venceu! Eu conto tudo, mas não vou dar detalhes explícitos. Bem ele me ofereceu uma carona após o show, então depois de me deixar na porta de casa, nós nos beijamos e aconteceu, fim da história. – Ela disse se sentando sobre a cama com a fronha que ele havia dormido e emanava seu cheiro em seu colo.

- Mas dê-me mais alguns detalhes por Dionísio, com aqueles lábios me diga que você o fez utilizar todo seu desempenho e não desperdiçou a chance de tê-lo com a língua, bem você sabe onde... – Ela diz, mas o som de sua voz sai afastada do telefone, enquanto o som da porta ao fundo sendo fechada pode ser escutada, antes de prosseguir – Kate chegou com os pães, agora precisa narrar para ela o que aconteceu ou ficaremos muito chateadas aproveite que está no alto-falante.

- Por Zeus, você não se cansa disto, não é? Sim, fizemos tudo o que sua mente pervertida pode imaginar, eu usei cada partícula do corpo dele para me satisfazer, agora já chega, eu preciso comer... – A voz de Kate a interrompe, mesmo a mesma tentando sussurrar ao fundo, ela pode entender algo de suas palavras. – O que Kate está dizendo? – A amiga tenta desconversar, mas ela não permite, insistindo em saber, porém só obteve silencio do outro lado da linha.

Então com o celular contra o ombro tentando equilibra-lo sem deixa-lo cair e se espatifar ela voltou a sua tarefa, ouvindo as reclamações de sua amiga, de como ela era má por guardar somente para si suas aventuras amorosas e de que ela encontraria o amor mais rápido do que pudesse imaginar, Lizzie havia entendido sua estratégia Jessie estava tentando se desvencilhar da pergunta o que fazia a confusão da loira aumentar, a mesma poderia jurar que havia ouvido o nome de Coral, mas devia ser somente sua mente maldosa lhe pregando uma peça.

Com as roupas de cama em mãos ela começou a caminhar pelo corredor do sobrado enquanto insistia para saber a verdade que suas amigas estavam tentando esconder dela, depois de anos de amizade ela conhecia profundamente ambas para saber quando elas estavam mentindo e era exatamente o que estava acontecendo agora.

Antes que Jessie dissesse outra palavra Lizzie repreendeu o grito ao bater seu dedo mindinho na quina do móvel marrom de seu corredor, ela quis xingar até sua última geração, porém sua dor foi imediatamente substituída por surpresa pela revelação de sua amiga, a mesma havia dito que Andrew estava retornando de sua viajem a Espanha, sua cabeça havia sofrido o mesmo impacto que seu dedo, pois a mesma havia começado a doer de maneira absurda pela informação que recebera.

Ela apenas se sentou sob

re os degraus da escada com as roupas de cama ao seu lado e permaneceu atônita pelo tempo que parecia uma eternidade, a notícia havia sido realmente surpreendente, agora ela tinha a confirmação de ter ouvido o nome da Coral e entendia o fato das meninas darem tantas voltas sobre a mesma situação. – Lizzie, você ainda está aí? Escute, estou te contando para que fique preparada, não quero que sofra novamente, você não tem mais quinze anos, é uma mulher agora, eu pretendia contar pessoalmente, mas você insistiu tanto...

Ela sentia como se ainda fosse a mesma, seus dedos trêmulos mal conseguiam segurar o celular com firmeza, ela se recordava de tudo, de como ele havia a conquistado, a feito se sentir sobre as nuvens, de como ela havia se entregado de corpo e alma, para que ele a abandonasse dois meses após ela lhe entregar sua virgindade e lhe jurar amor eterno, ela havia entrado em um estado pensativo que há muito tempo deixou de prestar atenção nas palavras da amiga, relembrando todo seu passado com ele.

Ela sentiu uma lágrima quente e grossa escorrer por sua bochecha de maneira involuntária abrindo espaço para as demais lágrimas traiçoeiras, sua amiga continuava a narrar algo, mas ela havia perdido a capacidade de pensar, então quando um soluço saiu de sua garganta, ela apenas ouviu que Jessie e Kate em poucos minutos estariam em sua casa e depois ouvir apenas o barulho da chamada ser encerrada.

Para muitos parecia algo sem importância, afinal quem nunca havia sofrido por amor não é mesmo, mas para ela perder os pais ainda criança e anos depois perder seu grande amor de infância para sua melhor amiga não havia sido fácil, e mesmo sendo uma mulher nos dias atuais a dor que havia sentido ainda dilacerava seu peito como uma navalha aquecida por uma brasa que deixaria marcas profundas em sua alma por toda sua vida, eram marcas deixadas em seu coração que pareciam se acumular ao longo dos anos.

A loira não saiu de sua posição por algum tempo, apenas sentindo as lágrimas molharem seus dedos que insistiam em limpa-las, ela apenas fechou os olhos sentindo o nó em sua garganta se formar, Lizzie havia sentido a mesma sensação antes, sempre que ele voltava era a mesma cena covarde de todas e infelizmente ela se via refém de seus sentimentos se entregando a qualquer pessoa para suprir o vazio deixado por ele.

A mesma estação no mesmo mês de sempre ele voltava para atormenta-la, parecia que sua dor havia data marcada para vir à tona, tudo a sua volta perdia o brilho por saber que ele havia a deixado, mas acima de tudo a havia desamparado com um filho seu, ela sabia que havia sido culpada por não se prevenir, mas a emoção de sua primeira vez havia feito sua responsabilidade ir para o magma da terra.

Ela se lembrava de todos os malditos detalhes daquela noite que parecia ter saído do cinema, mas acima de tudo lembrava-se do depois, de quando ele soube de sua gravidez, do rompante dele ao saber que seria pai, os dedos dele apertando seus braços lhe causando dor dizendo que não iria assumir o filho dela, o choro de maneira copiosa dela, ele lhe contando como ela era boba e que ele estava indo embora com sua melhor amiga, e então as lembranças seguintes vieram à tona, ela estava de um pouco mais de dois meses quando havia contado a ele, para então sentir seu coração se comprimir ao lembrar do sangue em seu chuveiro, a dor insuportável em seu abdômen, mas acima de tudo a notícia que havia transformado toda a sua vida, seu grande amor havia partido e com ele o fruto de todo seu sentimento, ela estava sozinha novamente, sem seus pais, sem seu amor e agora sem seu filho.

Logo dois pares de braços a rodearam fazendo a desabar ainda na escadaria do segundo andar do sobrado que havia herdade de seus pais, ela sabia que havia encontrado dois anjos em forma de pessoas quando em seu pior momento teve o apoio incondicional de ambas, se não fosse pela amizade que havia criado com elas talvez houvesse desistido de tudo, e agora novamente ali estavam elas, ambas as três sentadas na madeira fria da escadaria chorando abraçadas pela crueldade do destino.

Mórbido AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora