Give Me Love

Apenas diversão.

Nova York.

Sexta-feira, 05 de Julho de 2019.

POV Caroline:

Lá estava eu, servindo mais uma dose de cachaça e contando os minutos para meu horário de trabalho terminar. Era sexta-feira e todos esperam alguma coisa desse dia, estou certa? Certamente. Olhei para meu amigo do trabalho e ele apontava pro relógio, enfim eram 19 horas em ponto. Arranquei meu avental como se tirasse alguma roupa imunda do corpo e joguei contra o rosto de Matt, ele sorriu e balançou a cabeça.

Matt foi o primeiro amigo que fiz quando cheguei em NY, foi ele que me ensinou os ônibus e metrôs certos para pegar, as ruas que eu tinha que evitar, por causa da criminalidade alta, era ele a quem eu sempre recorria quando algo no apartamento cismava de quebrar, como a descarga e o aquecedor, ele também quem havia me arrumado esse emprego, e eu agradecia imensamente ter me mantido naquele emprego por mais ou menos 6 meses, porém trabalhar em um bar era cansativo e muita das vezes humilhantes. Homens olhando para meus peitos ao invés dos meus olhos, homens com ar autoritário me convidando para beber ou até mesmo sair em troca de dinheiro... Meu estomago embrulhava só de pensar em quantas palavras indecentes e convites eu escutei durante aqueles meses, mas para meu alivio Sophia retornava da licença maternidade amanhã, e eu não poderia estar mais feliz; enfim sairia daquele lugar.

Matt aproximou-se de mim, me entregando uma garrafa de tequila, a bebida que eu adorava, e alguns funcionários se aproximaram, todos tinham palavras bonitas e felicitações para essa minha nova fase, que eu ainda nem sabia ao certo como seguiria, mas de uma coisa eu tinha certeza: precisava encontrar outro serviço urgente, já que eu tinha contas de um apartamento e da faculdade de administração para pagar.

— Agora vamos brindar ao seu futuro incrível, à grande Caroline Forbes. — Matt falava em alto e bom som erguendo um shot da bebida. Todos o imitaram e assim bebemos a primeira dose. Recebi uma dúzia de abraços e sorrisos encorajadores, depois alguns retornaram para seu posto, afinal aquele horário era o de pico, dentro de alguns segundos o ambiente lotaria.

— Aproveita sua noite Car. — Matt pediu, me servindo mais uma dose e me lançando aquele sorriso encantador. Matt era o garoto mais lindo do bar: loiro, de olhos azuis piscina, com porte de atleta e maxilar bem definido; perdi as contas de quantas mulheres iam lá só para dar em cima dele ou somente ser servidas por ele, mas o engraçado é que ele nunca ficava com nenhuma, sempre me falava que ele era homem para namorar sério, e eu achava uma atitude muito bacana, pois tudo o que a maioria dos garotos de hoje em dia queria era ficar com alguém que não precisasse dar satisfações ou assumir qualquer tipo de compromisso no dia seguinte.

— Vou aproveitar mesmo, deitada na minha cama assistindo a um filme. — Pisquei para ele e fiz menção a me retirar. Matt pegou na minha mão me impedindo.

— Aproveita uma vez na vida Car. Você sempre é tão responsável, do trabalho para a faculdade, da faculdade para casa, relaxe um pouco. — Respirei fundo, porque o que ele estava falando era realmente verdade. Desde que minha mãe morreu, há dois anos atrás, eu era responsável por tudo, já que eu não tinha irmãos nem parentes próximos e muito menos havia conhecido meu pai. Retribui o sorriso para ele.

— Tem razão, é minha última noite aqui, então por que não aproveitar? — Virei a dose da bebida de uma vez, sem a companhia de sal e limão, senti o ardor descer rasgando minha garganta. Levantei-me da banqueta e fui para o local onde havia um pessoal dançando e comecei a seguir seus passos. A música não era muito alta, mas estava no volume exato para que eu esvaziasse minha cabeça de preocupações e pudesse desfrutar de uma noite alegre e livre de restrições. Cada vez mais eu sentia meu corpo leve e automaticamente ia me adaptando ao ritmo frenético da música.