Capítulo 2

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- Tenho outros planos para você -aquilo chamou a atenção da garota- Tenho que esperar um tempo, ainda estou escrevendono seu próximo destino- sorriu e sumiu como sempre fazia.

Que tipo de planos eles teria para a nossa linda e frágil garota?

Sua atenção se voltou novamente para suas irmãs.

- Manu, leva a Sofi para o meu quarto e deixa ela dormir um pouco lá, Rafaella precisa e gente agora -Gizelly pediu a irmã, enquanto acariciava a mão da amiga, entrelaçada a dela.

- Eu a matei... -sussurrou dolorosamente.

- Não, Rafa, não, você não teve culpa de nada -falou enquanto sua irmã retornava a sala- Você não teve culpa, foi uma fatalidade Rafaella, essas coisas acontecem -ela estava visivelmente desconfortável tentando consolar a amiga.

A dor estava insuportável. Deitou-se no chão, as lágrimas deixando sua visão turva, mas em nenhum momento deixava de encarar as cenas que se passavam lá em baixo.

- Quem você está olhando? -um pequeno garotinho, de aproximadamente da idade da irmã mais nova se aproximou- Você está chorando? -perguntou curvando-se para olhar o rosto a garota- Minha mamãe chorava assim todos os dias, pelo menos agora ela não vai mais me ver sofrer -sorriu e a garota o olhou confusa- Você deveria parar de chorar -disse se virando para sair dali- Dói menos -a olhou terno e saiu.

A garota sentou- se novamente. Seus olhos doíam tanto. Suas costas pesavam.

- Descanse um pouco -uma voz feminina e cama soou.

Seus olhos se fecharam devagar, permitindo a ela que descanse um pouco, a dor a consumia.

[...]

- Gabriel -chamou.

- Pois não, Senhor -o anjo respondeu ao chamado.

- Encontre um corpo que precise de uma alma -pediu.

- Como assim, Senhor? -questionou confuso- Todos os corpos tem alma, Senhor -concluiu.

- Alguns dos meus filhos acabaram morrendo por dentro -iniciou- Ache uma de minhas filhas que estejam nesse estado e me avise -o anjo assentiu e se retirou, indo atender ao que lhe foi pedido.

[...]

Nossa jovem garota acordou algumas horas depois, assustada. Sentia -se dolorida, nada que fosse maior do que as dores em seu coração.

Sentou -se rapidamente, buscando suas irmãs com o olhar. Elas já estavam em casa.

Rafaella estava em seu antigo quarto, andando de um lado para o outro enquanto chorava. Quanto tempo mais ela sofreria?

As palavras da sua mãe ecoavam por sua cabeça VOCÊ É CULPADA! VOCÊ FEZ ISSO COM MINHA FILHA. O sentimento de culpa, misturado a sensação de perda a estavam enlouquecendo. Sentou -se no centro do quarto. Cravou suas unhas em suas coxas e gemeu de dor, assustando sua irmã que assistia tudo atenta.

- Me desculpa Vic, eu te matei, me desculpe -a garota chorava enquanto arranhada suas coxas com força.

- RAFAELLA! PARE! -ela gritou, mas era totalmente em vão.

- Eu matei minha única amiga! Me desculpa, Vic! -ela chorava compulsivamente, vendo seu sangue sair em suas unhas a cada arranhão que dava.

- PARE! -ela gritava desesperada- POR FAVOR PARE! -sua cabeça latejava em um ritmo desconhecido.

- Me leve daqui, Vic, me leva pra perto de você, minha irmã -agora ela arranhava seus braços e barriga.

- RAFAELLA! PARE, RAFAELLA! POR FAVOR, RAFAELLA, POR FAVOR! -ela estava totalmente desesperada, os soluços invadiam sua garganta.

- Ela não pode te ouvir -o tal garotinho aparece de novo- Eu já tentei, não adianta -ele disse triste.

- Como eu faço ela parar? -perguntou, na inútil tentativa de controlar as coisas ali, de tão longe.

- Como se chama? -o pequeno garoto ignorou sua pergunta.

- Victoria Kalimann -respondeu confusa.

- Eu me chamo Patrick -ele sorriu- Não tem como a fazer parar, a gente não é mais daquele plano -apontou para a cena que havia encerrado, tendo agora apenas Rafaella deitada no chão abraçada a uma peça de roupa dela, sentindonas dores dos seus machucados.

- Como você consegue estar tão tranquilo? -ela perguntou- Quer dizer, nós estamos mortos, como está tão tranquilo? Não te machuca ver sua família sofrendo? -o garoto a olhou e assentiu.

- Eu confio Nele -o garoto disse- Ele falou que eu não me preocupasse, que as coisas melhores sempre vem -se levantou de onde estava sentado- Eu preciso ir -disse.

- Onde vai? -perguntou curiosa.

- Vou ajudar as pessoas que precisam de mim -sorriu.

- Mas eu preciso -sussurou.

- Não -retrucou- Papai já está cuidando de tudo pra você. Não chore, sorrir dói menos -sorriu e saiu.

- Querida -ouviu a voz do vosso Pai as suas costas e levantou.

- O senhor nunca me chama pelo nome -falou tímida.

- E qual seria seu nome? -questionou com um sorriso.

- Victoria Kalimann, o senhor sabe disso -falou desconfiada.

- Está enganada -a garota arqueou as sobrancelhas confusa.

- Acho que eu saberia meu próprio nome -deu de ombros.

- Bianca -falou- Você daqui a alguns dias se chamará Bianca Andrade.

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Volteii

E aí, tão gostando?

Até logo❤

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