Capítulo 4

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- Sofi... -sussurrou e observou a garota pequena largar o urso no chão, assustada- Eu volto logo -continuou e observou o choro da sua pequenina se cessar- Eu volto logo pra você e Rafaella -concluiu e a garotinha agarrou o porta retrato com toda força que possuía- Eu te amo... -sussurrou o fim tão baixo, uma leve brisa soprou os cabelos lisos e bochechas grandes da garotinha, fazendo seu coração se encher novamente.
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- Querida -a chamou e ela rapidamente levantou-se de onde estava sentada, como sempre, assistindo suas irmãs.

- Sim -seus olhos perderam o tom avermelhado que havia adotado nos últimos dias.

- Como se sente? -questionou lhe afagando os cabelos.

- Em que sentido? -sua voz saiu baixa, ela estava exausta.

- Em todos, querida, como se sente? -o castanho de seus olhos se tornou mais escuro.

- Com dor, muita dor -confessou.

- Quero que veja uma coisa -estende a mão para ela- Podemos? -perguntou e ela assentiu segurando sua mão.

Sumiram em meio a algumas nuvens chegando a um lugar não tão iluminado.

- Ali -apontou para baixo, uma cena- Você fará parte dela, em breve -a cena mostrava uma garota bem branca, cabelo liso, olhos castanhos e uma expressão totalmente triste.

- Ela é linda -sussurrou- Por que está tão triste? -o olhou intrigada.

- Sua alma morreu -contou e ela se espantou.

- Como isso é possível? -estava visivelmente confusa.

- Essa garota possuía uma história difícil, escrita especialmente por mim, como todas as outras -começou- Seriam grandes provações de força e amor, mas infelizmente nem todas as almas resistem a destinos como esse, as feridas que iam se formando no coração dessa jovem -ela assentiu.

- E se eu não conseguir? -perguntou.

Ele lhe estendeu a mão novamente e ela prontamente aceitou. Sumiram novamente, chegando a uma espécie de biblioteca.

- Bianca Andrade da Silva -falou abrindo as mãos e em questão de segundos um se fez presente em suas palmas- O livro da vida dela -disse sob o olhar confuso da garota.

- O senhor quer que eu leia? -ele negou com a cabeça.

- Página 39 parágrafo 7 -falou e então o livro se abriu exatamente no lugar requerido por Ele- Olhe a data -virou o livro pra garota.

- Isso é um dia depois da minha morte -falou- Digo, da morte da Vic -se corrigiu.

- Eu apaguei tudo que havia escrito para ela após o dia em que entrará no corpo dela- contou.

- E o Senhor podia fazer isso? -perguntou fitando o livro e Ele alternamente.

- Não, eu não poderia -os olhos da garota se arregalaram.

- Então...Como?

- Eu precisava fazer os destino dela, Camila e Sofia se cruzarem -sorriu- Leia o parágrafo 7, tenho um outro que desejo que leia -ela assentiu e voltou sua atenção para o livro.

[Voltava da aula de artes cênicas que fazia escondido de meus pais, andando com seus fones de ouvido em seus ouvidos. Duas quadras de distância da sua casa, distraída, com a cabeça cheia, atravessou a rua, que pra ela seria totalmente deserta. Um carro em uma velocidade razoável dobrou a esquina, ela ainda estava no meio da travessia e o carro se aproximava. O barulho da buzina não foi ouvido por ela, por conta dos fones. Uma pancada na lateral de uma das suas pernas a pegou de surpresa, a jogando para o lado.]

- Quem está dirigindo? -sussurro, já sabendo o que teria que passar.

- Rafaella -respondeu-lhe.

- Não havia outra maneira de elas se conhecerem? -questionou assustada- Rafaella ficará apavorada -disse.

- Exatamente -o Homem sorriu- As outras formas demoraram muito para que houvesse uma real aproximação entre elas, Rafaella está muito fechada e os pais de Bianca precisarão passar por isso, eles não demonstram mais afeto por ela -contou.

- Bianca sofrerá? -ela começava a obter uma preocupação adorável por Bianca, seu futuro corpo.

- Um pouco, mas nada Rafaella não resolva -sorriu e tomou-lhe o livro- Página 42 parágrafo 2 -o livro se abriu novamente onde foi lhe pedido- Leia -entregou o livro a garota que assentiu.

[O corpo totalmente dolorido, a cabeça a mil. Rafaella sentou-se ao seu lado, elas estão no quarto da mineira. Rafaella lhe busca a mão e lhe olha nos olhos.

- Seus olhos me parecem tão familiares -diz baixo, prestando atenção em cada detalhe do castanho intrigante daqueles olhos.

- Desculpe todo esse incômodo -tenta se levantar mas seu corpo responde negativamente, a arrancando um gemido de dor.

- Desculpe te atropelar -Rafaella ri e involuntariamente sua mão se dirigi ao rosto da garota deitada em sua cama- Te machuquei -sussurrou tirando um fio de cabelo que estava nos olhos dela.

- Não machucou, estou bem -respondeu também em um sussurro. A garota fitou os braços e pulsos de Rafaella e viu dezenas de marcas e machucados.

- É... -tentou levantar, desconcertada sob o olhar de Bianca. Bianca segurou delicadamente sua mão e se sentou com dificuldade.

- Me deixa cuidar um pouco de você -pediu terna. Como nunca mais havia sido com ninguém.

- Eu estou bem -respondeu baixo.

- Por favor -entrelaçou seus dedos ao dela Deixa eu cuidar um pouco -pediu.]

- Não... - sussurrou com as mãos nos lábios- Elas vão se... se apaixonar? -perguntou sob o olhar terno do Pai.

- Sim, elas vão -respondeu.

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E aí, como vocês estão?

Capítulo na madrugada pode?

Até logo

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