Tempo Perdido

🐞Prólogo🐞

Oi gente! Pra quem leu essa fic antes, eu resolvi mudar algumas coisas (tipo, tudo 😅). Eu não estava feliz com que tinha escrito, e o conflito não me parecia o suficiente, principalmente porque eu incorporei a obsessão da Marinette pelo Adrian na história (e isso me incomodava demais). Desde o começo da quarta temporada eu não estava gostando mais da série, e acabou que desanimei, principalmente com o romance da Marinette e do Adrian. Não consigo mais imaginar eles juntos, então não consigo mais escrever esse romance. Vou tentar reescrever essa história agora, mas com outro casal, se eu resolver colocar algum. Enfim, boa leitura a todos, obrigada por clicar nessa história :)

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Em uma sexta feira terrivelmente chuvosa e cinza, Marinette foi akumatizada pela primeira vez. Seus olhos, encharcados de lágrimas, derramaram as últimas, quando Hawkmoth lhe estendeu a mão. Estava sozinha, completamente abandonada pela sua racionalidade - já não conseguia pensar em mais nada a não ser sua solidão. Depois de anos, dia após dia lutando cada mísera, dolorosa e interminável batalha, sua dura realidade a destruiu de vez.

Primeiro começaram os pesadelos - cada grito, cada ferimento e cada morte de seus parceiros e das vítimas a assombravam, noite após noite, sem cessar.
Acordava tão aterrorizada com cada cena, cada visão, que nem ao menos conseguia gritar, apenas encarar o vazio da penumbra. Tikki não entendia. Muitas vezes, a inocência e o otimismo da pequena deusa a sufocavam e a pressionavam a ser, bem, perfeita. Totalmente perfeita. "Você é forte Marinette, Você consegue!" Ela não conseguia mais acreditar que conseguia. "É só sorrir mais, tudo está bem." Ela já não conseguia nem mesmo sorrir como antes. Seus sorrisos, antes tão bonitos, tão verdadeiros, estavam forçados, dolorosos. Parecia que em qualquer segundo, algo aconteceria e destruiria aquele momento.

Depois dos pesadelos, vieram as paranóias, os olhares desesperados, os sustos a cada barulho e movimento. Se sentia quase perseguida. Seus amigos, antes presentes, ajudavam a tranquilizar sua mente inquieta, mas, depois de tantos traumas, nenhum tinha paciência ou até mesmo força de vontade para lidar com outra pessoa. Mês após mês, um por um foi se afastando dos que os lembravam daquelas memórias horríveis, buscando distrações para a triste realidade parisiense. Juleka e Rose buscaram conforto em si mesmas, e se fecharam no mundo mágico que só elas entendiam. Alix, a jovem aventureira, se fechou em seus torneios, eram tudo o que importava. A despedida mais dolorosa entre todas, entretanto, foi a de Alya, sua melhor amiga. A jornalista mergulhou, como nunca antes, nas histórias extraordinárias de Lila, e se convenceu a acreditar em cada uma delas, por mais impossíveis que fossem. Eram ilusões tão bonitas, tão inocentes, tão simples, que mascaravam os dias de luta e sofrimento.
Nino e Adrian, também desesperados, a acompanharam.

Olhando bem, Marinette entendia. Todos queriam apenas se sentir felizes de novo, fugir de suas vidas. Mas, por mais que entendesse, não queria dizer que não doía. Doía muito. Estava sozinha -  completamente sozinha. E batalha após batalha, ela foi perdendo um pedaço de si mesma, até que não sobrou mais nada. Quando Hawkmoth executou seu último plano, Marinette, doce e frágil Marinette,  se perdeu de vez. O vilão, após esgotar os poderes de Tikki, destruiu tudo, até mesmo o akuma, e a deixou sozinha em Paris. Se não há akuma, não há cura, não há volta para o que foi perdido. Hawkmoth finalmente venceu - e akumatizou sua última vítima, Ladybug. As coisas saíram do controle entretanto. Tudo o que a heroína mais queria era voltar ao passado, para o tempo em que tudo era simples, em que tudo era feliz. Ela ganhou o tempo. Ilimitado. Voltaria quantas vezes fosse preciso, até que tudo estivesse perfeito - custe o que custasse.