🖤One-shot🖤

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"A verdadeira poesia é sentida quando os sentimentos são transmitidos através das palavras para o papel"

Esse é um pensamento que nunca saiu da cabeça de S/n. Seu pai vivia dizendo isso, que a verdadeira poesia é impossível de ser escrita sem a mínima amostra de sentimento.
S/n é uma garota que vive numa casa meio isolada do mundo exterior. Essa casa é a casa onde ela sempre viveu. Seu pai e ela sempre viveram ali, compartilhando memórias que devido a um destino cruel jamais passarão disso: memórias que passam pela cabeça e que a gente gostaria de poder enterrar no fundo de nossa alma mas quanto mais a gente quer esquecer mais nossa mente quer lembrar.

S/n pertencia a um clã desconhecido. Esse clã teria como, chamemos de, habilidade nativa um olho chamado Moona (pronuncia-se muna). Uchihas têm sharingan, Hyuugas byakugan e este clã tinha o moona. Este olho dava a quem o tivesse ou despertasse a habilidade de ver o futuro ou o passado de uma pessoa com uma simples olhada em seus olhos. Isso era bom e mau ao mesmo tempo. S/n achava legal ao princípio ver o futuro das pessoas mas a partir do momento em que seu moona começou a dar visões mais detalhadas do futuro e do passado das pessoas, as coisas complicaram e entristeceram um pouco.
O seu pai quando a ensinava a controlar o moona, pois o mesmo possuía um, dizia uma frase que era como se fosse uma regra para os utilizadores de moona: "Nunca tente enganar ou mudar o futuro. O futuro está escrito com tinta permanente, você não pode mudar nem apagar ele. O que está escrito, está escrito e a única coisa que podemos fazer enquanto utilizadores de moona é deixar o destino seguir o seu rumo por muito que isso nos possa custar." S/n teve a prova disso no dia em que seu pai morreu.

Horas antes de seu pai sair de casa para comprar algo, S/n olhou em seus olhos para garantir que seu pai chegaria a casa em segurança. Essa ação, agora, é um arrependimento para S/n. Mal ela olhou nos olhos de seu pai, ela viu o mesmo ser morto por um motivo que ela nunca chegou a descobrir. Ela viu dois homens, posicionando suas espadas e logo em seguida colocando e espetando as mesmas no corpo de seu pai: uma na parte de trás de seu coração e a outra no meio de sua cabeça, perfurando o cérebro.
Foi difícil para S/n ver tal cena e mesmo assim conseguir se controlar para não sair disparada de casa em busca de seu pai na esperança de talvez, mas um talvez muito improvável, conseguir impedir a morte do mesmo acontecer.

Rancôr foi algo que não foi guardado e vingança, de igual maneira, nunca foi procurada ou ambicionada. S/n sabia que aquele olho seria uma maldição.

Numa noite qualquer, S/n saiu de casa para dar uma volta. Levava consigo um livro de título:"Futuro e melancolia". Nesse livro ela escrevia sua poesia que retratava seus sentimentos mais profundos. Sentimentos raramente felizes e frequentemente cheios de arrependimento, tristeza e solidão.
A lua estava no seu auge, sua luz estava tão brilhante naquela noite que nem era preciso levar algo para iluminar o caminho da floresta que rodeava a casa de S/n, pois a própria lua já fazia isso.

Enquanto andava pela floresta, procurando inspiração para uma nova poesia, ela distinguiu um padrão que não se encaixava no da floresta. Florestas têm como base as cores marrom e verde mas em meio do caminho, S/n pareceu ver as cores vermelho e negro. S/n mudou seu rumo em direção a essas cores.
"Talvez sejam flores ou um animal qualquer." _ pensou S/n.
Quem dera a ela que fosse isso mas não. Em vez disso, era uma pessoa. Como estava virada de costas não deu para entender se era homem ou mulher mas isso pouco importava para S/n. Aliás, S/n pouco se importou com o gênero da pessoa que estava de costas para ela, ela deu importância foi para as vestes da pessoa. Essa pessoa vestia um manto negro que possuía algumas nuvens vermelhas.
"Que aldeia é que usa aquela roupa?"_ pensou S/n, novamente.
S/n tentou se aproximar da pessoa mas após ponderar um pouco, concluiu que seria melhor ficar no lugar onde se encontrava. "Atrás dos arbustos fico melhor..."
_Itachi? Que que 'cê 'tá fazendo, neh?
Uma voz se vez ouvir, mas S/n não conseguiu entender se a voz teria vindo da pessoa que ela observava ou de uma outra que não estava no seu campo de visão.
_Escrevendo Kisame...
Outra voz. Desta vez uma mais neutra que a anterior.
A única coisa que agora S/n sabia era que haviam duas pessoas naquele local, uma de nome Itachi e outra de nome Kisame.
_Escrevendo, o quê?
_Não é algo que você entenda...
S/n escutando esse "mini diálogo", descobriu que a pessoa à sua frente era o Itachi. Mas ainda faltava descobrir quem seria esse tal de Kisame pois esse ainda não tinha aparecido.
Enquanto S/n olhava ao seu redor em busca de Kisame, Itachi se levantou. Agora, S/n tinha uma visão perfeita do rosto de Itachi, mas não mais perfeita que o seu próprio rosto.
Itachi possuía olhos com a tonalidade mais escura de negro, a cara era marcada por marcas de expressão muito fortes mas que complementavam e faziam único seu rosto.
_Vamos voltar Kisame....
Foram as últimas palavras proferidas por Itachi antes dele e, provavelmente, Kisame saírem daquele local.
"Me pergunto o que os trouxe até a floresta. Ninguém se aproxima daqui desde... sempre, eu acho."
S/n estava pronta para voltar quando notou algo no chão. Era uma folha de papel.
"Acho que o Itachi se esqueceu de algo."_ S/n presumiu que fosse do Itachi pois não era comum as pessoas se aventurarem por aquela floresta. S/n não sabe o motivo mas isso pouco lhe importa. Está sozinha desde a morte de seu pai, que já foi há um bom tempo, e não seria agora que iria precisar de companhia. Outra coisa que fez ela acreditar que aquele papel pertencesse a Itachi era que o mesmo havia dito que estava escrevendo.
S/n se dirigiu para o pedaço de papel, que estava de cabeça para baixo. Ao virá-lo, várias palavras apareceram, todas organizadas em um formato que S/n conhecia como a palma de sua mão.
"Poesia?"
S/n se sentiu tentada a ler o que estava escrito no pedaço de papel mas a razão apareceu. "S/n, você não pode ler isso. Pode ser algo muito privado e pessoal."_ essa voz, que tem o nome de razão, estava certa. Poesia às vezes é como uma música, é profunda e delicada. Não são apenas palavras ao acaso que rimam, muito pelo contrário. Mas não vamos tentar dar uma definição exata para poesia, cada um escolhe sua verdadeira poesia.
"Não S/n lê! As pessoas raramente vêm a essa floresta. Esse Itachi deve ter passado aqui para descansar ou algo do gênero. Uma vez sem exemplo, sabe?"_ agora era a vez da lógica e da curiosidade atacarem. Era aquela cena de filme: temos uma situação e depois aparece o anjo e o demónio para ajudar a pessoa a escolher a opção "certa".
S/n ficou indecisa entre ler e não ler, mas escolhas precisam ser feitas e a curiosidade levou a melhor.
S/n começou a ler atentamente cada palavra daquele texto:
"Uma escolha precisou ser feita
E essa mudou minha vida
Não sei se foi a certa ou a errada
Mas o que foi feito, foi feito
Não tem mais alternativa

A poesia de um Corvo_ Itachi Uchiha x LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora