capítulo 18

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The narrator's point of view.

O caminho até o Oak Grove Park foi calmo, Normani foi cantarolando uma música que agradou Camila, Dinah apenas observou a paisagem por onde passavam e Lauren se concentrava no trânsito, assim que chegaram as meninas buscaram por um lugar mais calmo e longe das pessoas.

Normani forrou as duas toalhas no chão, deixando um lugar bem amplo para que se sentassem e ficassem confortáveis, Dinah e Lauren distribuíram os lanches pelas toalhas e acomodaram-se, Camila sentou-se entre as pernas de Lauren que indicou o lugar para ela, recostou suas costas no peito da morena e deixou-se relaxar, enquanto recebia leves carícias de sua Lise.

— Uma pena que eu esqueci o violão em casa. — Normani resmungou entristecida.

— Cante sem, Mani. — Dinah pediu sorrindo, Lauren esticou-se cuidadosamente e pegou um cacho de uvas verdes.

— Estou com a Dinah, cante sem o acompanhamento do violão. — A hispânica falou sorrindo, ela tirou uma uva do cacho e a guiou para os lábios de Camila, que abriu os lábios e com as pontas dos dentes mordeu metade da uva.

— Prefiro com o acompanhamento de algum instrumento, fica muito melhor. — A negra resmungou, Lauren jogou uma uva no rosto de Dinah  que reclamou.

— Cante logo!

Normani ponderou sobre cantar ou não uma música sem o acompanhamento instrumental, mas os olhos de Dinah a fez sorrir e começar a cantar, Camila se remexeu desconfortável na posição, fez com que Lauren fechasse as pernas e sentou-se sobre as coxas da mais velha, que lhe acolheu em um abraço e prosseguiu com as carícias carinhosas.

A mais nova acomodou a cabeça no ombro de Lauren, escondendo o rosto no pescoço da mais velha, liberou um suspiro ao inalar o aroma adocicado do perfume da hispânica e a beijou bem ali, causando um arrepio em Lauren por ter escolhido justo o seu ponto mais sensível. Sem saber a mais nova pegou o cardigã de Lauren, o passou pelas costas da mais velha e a abraçou na intenção de aquecê-la, o que Lauren achou muito fofo da parte de Camila.

— Quer mais fruta, Sol? — A menor moveu a cabeça positivamente, Lauren pegou um morango e o guiou para os lábios da menor.

— Obrigada. — Agradeceu antes de morder um pedaço da fruta e tomá-la da mão de Lauren, Camila guiou a fruta para os lábios de Lauren, sujando os mesmos com o suco da fruta e a beijou rapidamente para que Normani e Dinah não vissem.

— Venha Dinah. — Normani chamou ao ver que a menor estava com vergonha. — Quero algodão doce e pipoca, vamos comprar. — Ambas se colocaram de pé e foram atrás de alguma barraquinha para comprar.

— Lise... — Murmurou antes de unir os próprios lábios contra os de Lauren, que aceitou o beijo de muito bom grado e o guiou com calma e carinho, a pequena Cabello suspirou ao ter o lábio inferior acariciado pela língua de Lauren e lhe cedeu passagem, deixando que a língua da mulher invadisse seus lábios e fizesse um carinho em sua língua. Lauren pressionou levemente a cintura de Camila puxando-a mais para si, a medida em que o beijo tornava-se mais urgente e desejoso, a pequena Cabello liberava pequenos suspiros e baixos gemidos contra os lábios de Lauren, enquanto sentia um leve incômodo entre suas pernas como na noite anterior. — Lise... — Murmurou ofegante ao separar-se da mais velha.

— Acho que extrapolei um pouco. — Lauren murmurou um pouco envergonhada, Camila sorriu e escondeu o rosto levemente corado. — Você quer comer ou beber algo, amor?

— Não... — A mais nova ergueu a cabeça, fitou o rosto corado de Lauren e analisou, os lábios levemente inchados e avermelhados, a respiração um pouco irregular, os olhos com um pouco mais de brilho. — Por que eu gosto tanto de ficar com você, Lise? — Indagou baixinho, confusa a respeito de seus sentimentos.

— Quando gostamos muito de alguém, nosso maior desejo é estar sempre ao lado dela, beijá-la quando quiser e amá-la de várias maneiras, parece que o tempo que passamos ao lado daquela pessoa nunca é o suficiente e sempre queremos mais, e mais, e mais e mais. — A mais velha explicou infiltrando os dedos entre os fios de cabelo da mais nova e acariciando o coro cabeludo dela. — É estupidamente estranho, mas eu sinto isso com você desde que dormiu em minha casa pela primeira vez. — Confidenciou roçando levemente o nariz pelo rosto da mais nova. — Você me conquistou pouco a pouco, meu coração está se tornando inteiramente seu e quando você está ausente ele dói por causa da saudade. No começo achei que era apenas um carinho, mas quando você se afastou eu vi que não era, que não era nada do que eu pensava ser, que minha razão estava totalmente enganada, diferente de meu coração que já sabia o que era. — Lauren afastou um pouco o rosto para fitar Camila nos olhos. — Eu estou amando você, Camila, e não quero parar. — A hispânica selou os lábios aos de Camila, em um selinho demorado e separou-se fitando o rosto angelical da mais nova.

— Sinto sua falta quando não está, Lise. Fica tudo tão sem graça, meu peito dói e eu sinto vontade de chorar. Ao seu lado eu sei que não preciso me prender a Cindy para ela me proteger durante o meu sono, não preciso ter vergonha de quem eu sou, porque você me trata bem mesmo sabendo que sou autista. Você é a única pessoa com quem sinto vontade de conversa, com quem me esforço para tentar manter um contato visual e é a única que me faz sentir borboletinhas no meus estômago. — Camila abaixou a cabeça envergonhada. — Isso é por que eu te amo, Lise? — Perguntou em voz baixa. — O amor causa isso na gente? Causa essa sensação de que estamos em casa, de euforia em nosso peito e de que nada mais existe quando estamos ao lado de alguém? Isso é amar?

— Sim, isso é amar. Mas o amor vai muito além disso, é um sentimento complexo que só conseguimos compreender quando sentimos, e... — A mais velha ponderou sobre o que iria falar. — E eu quero descobrir com você, quero poder desvendar ao seu lado, querida, quero sempre me sentir inteira ao seu lado.

Camila depositou um demorado selinho nos lábios de Lauren, tornou a sentar-se entre as pernas da morena sendo acolhida pelos braços quentinhos da mesma e se permitiu observar as pessoas que por ali passavam, as famílias que aproveitavam o sábado em um piquenique e até mesmo Normani e Dinah que andavam abraçadas como um típico casal de filme romântico.

A mais nova se permitiu pensar se em algum dia de sua vida será capaz de ter um final feliz como nos contos de fadas, se Lauren, a mulher que está lhe fazendo descobrir o verdadeiro sentido de amar, seria a sua princesa encantada com quem teria um final feliz, se juntas teriam um futuro, uma família e filhos, tantas dúvidas e um desejo interno consumindo-lhe gradativamente.

— Um dia quero ser daquele jeito, Lise. — Camila murmurou baixinho, apontando para o casal que estava correndo com uma menininha, eles brincavam e sorriam. — Nós podemos ser assim? Podemos Lise?

— Podemos, amor. — A morena respondeu em um tom baixo, observando o casal brincar com a filha de mais ou menos cinco anos. — Nós podemos sim.

AUTISM (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora