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No Capítulo Anterior:
Algum tempo depois nós escutamos o som da porta da sala ser destrancada e o meu pai passar por ela.
— Oi gente, oi... Alex. — Meu pai me diz em um tom de surpresa por me ver ali.
— Oi... A gente pode conversar... Por favor?

Alex's POV:

— Claro, s-sim. — Meu pai diz enquanto tirava o seu casaco e o deixava no braço do sofá ao meu lado.
— Vamos para o meu quarto. — Eu digo e antes de eu me levantar eu sinto Vitor tocar os meus ombros em sinal de conforto e Priscilla me lança um olhar antes que eu possa me virar.
Eu começo a subir as escadas logo atrás do meu pai e então nós entramos no meu quarto.
— Acho que já está mais que na hora de nós conversarmos, não? — Digo enquanto eu me sento na cama e fazendo um sinal para que Renato se sentasse do meu lado.
— Sim, eu também acho.
— Por que você fez tudo aquilo comigo? Como você teve coragem de fazer aquilo? — Eu pergunto direto enquanto olhava para o homem.
— Naquela época, Alex... Eu perdi um pouco a noção das coisas quando você nasceu. Você era a coisa mais importante que eu tinha para mim, você era o meu único filho. Eu era ignorante e, só Deus sabe o quanto eu me arrependo de não ter escutado o seu lado da história. Eu agi por impulso, eu agi pela raiva e eu sei que isso foi errado. E eu sei também que o que fiz com você não merece perdão.
— Todo mundo merece uma segunda chance, você também não é diferente e todo mundo erra em algum momento da vida.
— Eu só queria o que era melhor para você, mas, eu acabei ficando cego por conta disso. Eu acabei me cobrando mais do que eu deveria para fazer tudo de melhor para você.
— Olha pai, sinceramente, nenhum dos pais sabe o que é melhor para os seus filhos. Você só passou toda a sua vida "me obrigando" a fazer coisas que eu não queria pensando que isso era melhor para mim. Você criou uma imagem minha na sua cabeça e queria que eu fosse igual a ela... Mas eu era muito diferente, e eu não estava feliz.
Esse sou eu pai... — Digo apontando um dedo sobre meu próprio peito. — Eu estou feliz aqui, morando em Cleveland, esse sou eu, trabalhando com música, com os meus amigos. — Eu digo e vejo pela primeira vez um pequeno sorriso se formar no rosto do meu pai.
— Se você está feliz assim, isso já me conforta... Você... Já está namorando de novo?
— Talvez... — Eu digo dando de ombros, mas não consigo esconder o sorriso mole que se formou nos meus lábios assim que eu penso no moreno.
— Eu fico feliz que você já esteja seguindo com a sua vida e, mais uma vez, me perdoa por tudo que eu te fiz. Se você aceitar, eu quero tentar começar de novo, ao seu lado e ao lado da Priscilla.
— Eu estou muito feliz que você tenha mudado e que tenha se arrependido do que você fez. — Eu digo me virando para olhar ao homem e lhe entregar um leve sorriso.
— Então, eu já estou perdoado? — Meu pai me pergunta enquanto me olha.
— Sim. — Eu digo e me aproximo do homem lhe envolvendo um abraço, abraço esse que eu não sentia faz anos, mas, que, no fundo, eu senti falta.
— Obrigado por mudar. — Eu digo com a voz abafada pelo abraço.
— Obrigado por ter me perdoado... — Meu pai diz me dando alguns tapinhas leves nas costas e se separando do abraço. — Acho que eu também tenho que conversar com a sua irmã. — Ele diz se levantando da cama.
— Claro, vamos. — Eu digo abrindo a porta do meu quarto e descendo as escadas até a sala. Assim que nós chegamos no último degrau todos que estão na sala nos olham, eu sigo até o sofá e me sento ao lado de Vitor.
— Como foi? — Ele me pergunta assim que eu me sento enquanto se apoiava em meu peito.
— Foi melhor do que eu esperava, para ser mais sincero. — Digo entregando um sorriso sapeca para o moreno.
— Fico feliz que vocês finalmente tenham se resolvido.
— Eu também. — Digo me encostando mais no sofá e soltando um suspiro e fechando os olhos. Depois de tanto tempo eu finalmente me sinto verdadeiramente leve e feliz. Agora sim eu posso seguir em frente com a minha vida e com as pessoas que eu amo.

XXX DIA DO CONCURSO ANUAL DE MÚSICA XXX

Eu acordo bem cedo neste dia, eu pego o meu celular na mesa do meu quarto e vejo o horário, "7:54 AM". Eu direciono o meu olhar para a minha cama e vejo Vitor dormindo calmamente como um anjo. Eu vou até o banheiro e tomo um banho para relaxar os músculos, hoje o dia seria bem longo, com certeza.
Eu saio do banheiro e escolho uma roupa confortável para ir até à faculdade, eu arrumo a minha bolsa e desço para sala deixando Vitor dormir mais um pouco, ainda estava cedo. Eu chego na cozinha e não encontro ninguém ali, eu chamo o nome da minha mãe e da minha irmã e não obtenho resposta.
Eu deixo a minha bolsa em cima do sofá e vou para a cozinha preparar um café da manhã reforçado antes do concurso. Enquanto eu começo a preparar o café da manhã eu mando uma mensagem para a Priscilla, eu estou pedindo a ajuda dela para algo importante.
— Que cheiro bom, o que você está fazendo? — Eu sou desperto pelo silêncio do local com a voz doce de Vitor soando na cozinha.
— Eu estou preparando um café da manhã mais reforçado para nós. — Eu digo bloqueando o meu celular e voltando a minha atenção para o mais novo.
— Que bom.— Ele diz se sentando na mesa.
— Você está ansioso para hoje á noite? — Eu pergunto enquanto coloco um prato com ovos mexidos e torradas na frente do garoto e me sento na mesa ao seu lado com um prato igual.
— Sim, um pouco nervoso também. — Ele diz sorrindo com uma expressão de sono em seu rosto.

The Perfect Pace - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora