Capítulo 1- Crianças perdidas

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—A realidade por vezes, é pior que os próprios pesadelos, pois quando os sonhos ruins causem medo, angústia, desespero, tristeza ou ódio, você uma hora acordará e se irá se esquecer que esses pesadelos eram reais, e terá que enfrentar seus verdadeiros medos...Você mesmo. Agora acorde, e viva seus próprios pesadelos

A floresta não silenciava, os canto dos pássaros noturnos; Corujas e urutais, que em seus cânticos melancólicos, pareciam com sussurros humanos, ecoando pela imensidão, grandes e pequenas, escondidos por todos os cantos do bosque; atentos e observadores. Os tons azuis da lua, misturavam-se junto com as lindas pétalas das flores roxas e de arvores de folhas quase mortas, que se acumulavam em torno do chão e caiam sobre o gramado. Musgos que cresciam em torno de troncos e pedras caídas e entre as paredes, tomando-as completamente por tons esverdeados, crescendo entre as enormes raízes que saiam do chão até mais acima da terra. Junto com os encantos que a floresta traziam na noite, surgiam os medos, que entre as copas, faziam das sombras sua própria morada.

Sentiu um sensação totalmente estranha, era sufocante e desesperadora, como se mãos estivessem apertando seu corpo inteiro, esvaindo lentamente sua vida, alma e sabedoria, tal como uma chama que se extinguiria com um simples sopro, sentia o suor frio descer sobre seu rosto e sua respiração ficava cada vez mais ofegante e pesada; sem ritmo. As paredes envolta das sombras escuras, olhos que a observavam a distância, com medo da luz. Vozes distantes chamando por ela, angustiados, sofridas, amaldiçoados, clamando em coro por suas almas que buscavam sua extrema unção; uma reza que colocariam fim aquela tortura. Não sabia se era um sonho ou uma lembrança ruim, mas encarou a escuridão que a circulava entre varios olhos estranhos e maliciosos, a encarando como uma presa ou simplesmente um alvo que pudesse satisfazer suas vontades, tornando-se uma escrava daquelas vozes. Mesmo que se sentisse medo, não seria capaz de recuar, algo a prendia no mesmo lugar, incapaz de dar um mero passo que fosse, logo não sentia qualquer vontade que fosse de sair daquele lugar, apenas queria juntar-se a multidão de falas tão desconexas e nefastas, mas que já havia ouvido em algum lugar, eram escutada vinda de todas as direções. Mãos impuras e escuras a encostavam, agarrando seus braços, pernas e seus ombros, a puxando para a escuridão que a envolvia, cortando sua pele como uma faca. Aquelas mesmas mãos lhe dava repulsa

Deitada, recostada no chão coberto por gramas curtas e rodeadas por belas flores brancas, com o rosto que encaravam o telhado quebrado da igreja. Tal garota, de expressão atenta e vigilante, tinha cabelos curtos, da altura de seus ombros, eram ondulados e negros. Seus olhos, castanho-claro que dava uma ligeira impressão de serem amarelados quando refletidos na luz, como ouro derretido, que por mais que aparentavam um brilho de vida em seus olhos, demonstrava uma seriedade, eles pareciam tão cansados e exaustos; desesperançosos. A grande cicatriz que marcava seu rosto, um corte que havia sido profundo, cortando a sua bochecha em uma linha que se estendia até perto de seus olhos, como um lágrima

Já havia visto muito daquele mundo e se decepcionado com ele, mais do que uma pessoa poderia aquentar, mesmo que parecesse ter uma maturidade, era apenas uma criança imitando um adulto. Mesmo com sua pouca idade, carregava uma arma em sua mãos, na qual estava abraçada nela, um rifle de caça, na qual, eram grande de mais para ela, mas que tratava como uma extensão de seu corpo.

—Você tá assustada, menina, parece que estava tendo algum pesadelo—Disse a jovem ao seu lado, sentada tranquilamente—É normal ter pesadelos, parece que você passou por muita coisa

De uma beleza notável que encantava por seus mistérios, quanto parecia silenciosa, Marlya sentia algo estranho vindo dela, mas que não poderia descrever, uma paz interna que nunca havia sentido. De rosto pálido e delicado, como uma boneca de cerâmica antiga, coberta pelo véu espectral do luar sobre seu rosto, fazendo que parecesse como anjo. Com um velho pedaço de pano negro que cobriam seus enigmáticos olhos cegos, que não poderiam serem vistos. Longos cabelos brancos como lírios anciãos, e pouco ondulados, que desciam até a altura de seus ombros.

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⏰ Última atualização: May 03, 2021 ⏰

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