Aulas de Inglês E Pirulitos de Cereja. Heeki

░▒▓█

  O pequeno — ou nem tão pequeno assim — Nishimura Riki andava apressado pelos corredores de ILD high. A tão querida escola que acolheu muito bem o japonês de fios platinados e de pequenos olhos amendoados. Entretanto, naquele momento, havia acabado de passar por um momento de extremo terror: uma nota baixa e uma conversa com o professor de inglês ao final da aula. Ora, Ni-ki ficara extremamente cabisbaixo, tanto que suspirou enquanto seu olhar caia para o chão e ele apenas ouvia o que seu professor tinha a dizer.

  Depois de sair da sala quase se arrastando em tristeza, grunhiu alto, pensando no que fazer. Até cair no chão ao seu lado, um pirulito de coloração avermelhada e extremamente chamativa, envolto em um plástico transparente. Ele processou aquilo lentamente enquanto se abaixava para pegar o doce, e então... Bingo! Seus olhinhos voltaram a ter o brilhinho estrelado habitual e sua animação lhe estampava o rosto, e a pintinha no canto se elevava junto ao sorriso brihante. E bem, aqui estamos, o japonês andava apressado até a biblioteca do colégio, supondo que o sunbae legal que havia dado-lhe aquele pirulito estivesse lá.

  Bem, este tal sunbae legal, não era ninguém menos que o carismático e caloroso: Lee Heeseung. Do terceiro ano, o ruivo se sentia na obrigação de cuidar e ajudar os primeiristas, e com aquele pequenino japonês que acabara de pousar seus pezinhos na Coréia do Sul, sabendo falar pouco mais que "Annyeonghaseyo" e "Gamsahabnida", não fora diferente.

  Riki, mais do que qualquer um outro primeirista que ele já pusera os olhos, dava-lhe a sensação de que o mais novo precisava de proteção e cuidado, e mesmo estando naquele colégio a, mais ou menos, seis meses, já havia se metido em demasiadas enrascadas. Tanto por valentões, tanto por acabar se perdendo na imensidade de corredores da ILD high. E bem, Heeseung sempre estava lá. Na maioria das vezes, quero dizer. Por vezes quem salvara o japonês, fora Sunghoon, Jay ou Jake, que estavam mais próximos.

  Certo, voltando ao assunto.

  Riki adentrou as grandes portas vermelhas da biblioteca a passos rápidos, dando licença ao bibliotecário e se apressando diretamente ao fundo do lugar. Pelo o que tinha entendido, depois de passar tanto tempo sob os cuidados daquele hyung legal, Heeseung sempre se escondia no fundo do biblioteca, para não ser incomodado, e porque a maioria dos livros dos assuntos do 3° terceiro ano ficavam mais ao fundo, o que lhe facilitava muito a vida.

  Dito e feito. Lá estava o garoto ruivo com a cara enfiada em um livro de química, com um pirulito entre os lábios, a mochila azul pastel largada ao lado da cadeira a qual se sentara, e mais pilhas e pilhas de livros a sua frente. "Puxa, tão intelectual, e mesmo assim ele parece tão bonito." pensara o pequeno Riki, indo se sentar na cadeira ao lado da do Lee.

— Boa tarde — cutucou o ombro do mais velho. — Heeseung-hyung — cutucou de novo. O ruivo virou-se para si e sorriu, tirando o pirulito azulado dentre os lábios.

— Boa tarde, Rikie! — fechou o livro a sua frente, e bagunçou-lhes os fios loirinhos. — Em que posso ajudar, pequeno japonês? — Nishimura fez uma careta.

— Eu sou pouco mais baixo que você hyung — cerrou os olhos e Heeseung riu, achando adorável. — Não ria de mim! Vim pedir sua ajuda em uma matéria.

— Tsc, tsc, sempre direto — pois-se a apoiar o cotovelo na mesa de madeira, e a encara-lo mais atentamente.

  Notou que este tinha o pirulito de cereja que havia dado-o mais cedo, entre os lábios. Tomou-lhe de seus lábios, deixando o seu próprio, de tuti-fruti de lado. Ni-ki exclamou um "hey!" exaltado, e lá da frente da biblioteca, pode-se ouvir a voz do bibliotecário pedindo para que falassem mais baixo. Mais uma vez, o Lee riu e o loirinho fez careta.

— Ora, vamos, não vou te ajudar se ficar com essa cara o tempo inteiro, marrentinho — aproximou-se do mais novo, beijou sua bochecha e se afastou enquanto sorria, oferecendo outro pirulito — este ainda envolto na embalagem plástica, sabendo como o outro era um tantinho frescurento —, e olhou-o.