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   Hoje seria um dia corrido, iria gravar alguns clipes do meu novo álbum. Sempre fui apaixonada pela música, ela trazia sentimentos e sensações inexplicáveis. Sempre quis isso para mim, trabalhar com o que amava e me jogar de cabeça em projetos relacionados à esse meu grande sonho. Que era sem dúvidas à música. Meus pais no começo desaprovaram essa decisão, já que não saberia se conseguiria levar isso para frente. Desistabilizada e jogando todo o meu futuro para o alto.
   
    Comecei uma faculdade de direito, mas tranquei por não ser o que eu queria. Trabalhava na época em um escritório, ganhava razoavelmente bem, dava para pagar as contas. Mas chegou um momento que não aguentava mais viver aquilo, estava vivendo a vida que minha família queria para mim. Não era a vida que eu sempre sonhei. A vida que eu queria era, viajar pelo mundo, subir no palco, ser reconhecida pelo meu talento e autenticidade, estar rodeada de câmeras e pessoas. Era isso que eu sonhava. No começo foi frustrante, as oportunidades não chegavam tão fáceis como imaginava, mas então comecei a fazer faculdade de música e estágios como secretária em uma produtora, tudo calculado. Vai que eu conseguiria esbarrar em algum caça talento e ele desse essa oportunidade para mim? Essa ideia não foi a mais sensata, eu sei.

  Bom, nesse período trabalhando nesse lugar, fui aprendendo técnicas e desenvolvendo um amor maior pela música. Um professor da minha faculdade expressava esse amor pela arte e eu admirava isso nele. Era difícil encontrar pessoas que se entregavam totalmente ao que estavam trabalhando. Os olhos dele brilhavam ao falar de cinema, música, artes visuais, teatro, ele era fascinado por tudo isso e também me fez desenvolver esse amor pela arte. Minha família me achava uma louca, já que as coisas na vida real são diferentes da ficção e eu teria que ter muita sorte para conseguir realizar esse sonho, como cantora. Mas uma pessoa não fazia eu desistir da ideia, meu professor. Ele sempre falava, vai ser fácil? Não vai, mas acredite que dá sim para viver de arte, você tem que se dedicar, se entregar totalmente e ter foco para traçar seu sonho. E eu não desisti.

  No começo, sabia que teria que passar por dificuldades. Então procurei um emprego que era mais relacionado ao meio e que eu conseguisse investir nesse sonho. Me inscrevi para diversos programas, mas não obtive resposta de nenhum. Até que teve um concurso da produtora que eu trabalhava e eu consegui ganhar uma oportunidade de gravar uma música minha. Foi aí que muitos compositores e pessoas relacionadas à música me conheceram e dia após dia fui construindo uma escadinha que agora mostra toda a minha trajetória até chegar onde estou hoje.

  Nasci em Miami, mas atualmente moro em Los Angeles e tem sido incrível essa minha jornada com a música e com a arte em geral. Minhas músicas já foram donas de trilhas sonoras em filmes que ganharam o Óscar, novelas, séries e a cada dia está na boca das pessoas, fico feliz por não ter desistido do meu sonho e de ter lutado para conseguir chegar aonde estou hoje.

  Andava pelos corredores do estúdio que iria gravar minha nova música, até que sou interrompida pelo meu telefone tocando.

  - Alô. - falei.

- Oi, amor. Tudo bem com você? Está muito ocupada? - perguntou o Noah.

   - Estou bem e você? Vou começar a gravar o clipe agora, porquê?

  - Estou bem também! Queria saber se você quer sair hoje a noite... Faz tempo que não saímos, pela correria do trabalho. Achei que seria bom para gente, o que você acha?

  - Ótima ideia. Umas oito está bom para você?

  - Está sim. Passo em seu apartamento, qualquer coisa me manda mensagem se o clipe acabar mais tarde. Beijo, te amo. E boa sorte aí! - falou ele animado.

  - Tá bom. Beijo, te amo. Obrigada! - falei sorrindo.

  Desliguei o celular e fui ao camarim, logo, começaram a me maquiar, arrumaram meu cabelo, separaram as roupas que iriam ser usadas, ajeitaram as luzes e o cenário.

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  Depois de longas horas, mais um trabalho finalizado. Fui para o meu apartamento, tomei um banho, me arrumei e fui esperar o Noah. Logo o mesmo chega e vamos em direção ao nosso restaurante favorito.

  - Você vai ir no jantar na casa do Josh? - perguntou o meu namorado depois de se deliciar de uma taça de vinho.

  - É claro que vou! Ele é muito gente boa, você vai também né? - perguntei.

  - Vou sim. - sorriu. - Eu acho incrível a amizade de vocês dois, falando nisso está dando certo aquela ideia de vocês? - falou divertido.

  - Você não tem noção do quanto ele é o melhor estilista desse mundo. Além de divertir toda a equipe, nossa ele se diverte muito nos bastidores. - falei rindo.

  - Ele é incrível. Espero que consiga mostrar para todos quem ele é. Os humilhados serão exaltados! - falou sorrindo.

  - Sim! - sorri reflexiva, depois de lembrar da vez em que Josh foi humilhado e espancando por ser gay. - Esse povo não respeita nem a si mesmo, imagina respeitar o próximo. - falei chateada pelo ocorrido.

  - Espero que um dia, esse preconceito não exista mais. - falou chateado também. - Mas enfim, vamos falar sobre o nosso casamento... - falou esperando minha reação.

- Nem vem, Noah, você sabe... A gente tem 20 anos ainda, somos muito jovens para casar agora. Precisamos terminar a faculdade e daí quando tivermos lá para 24 anos a gente pensa... Pode ser? - falei segurando em sua mão, sei que ele só tocava nesse assunto pare me irritar, mas sei que lá no fundo era o desejo dele.

- Eu sei, amor. - sorriu. - Mas fala se não é tentador acordar todos os dias com esse ser humano incrível, vulgo eu, ao seu lado? - falou arqueando uma sobrancelha.

  - Noah, Noah. Pode parando. - ri.








 

 

  

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