Um novo motivo

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* NOTA DA AUTORA: Esse capítulo é uma SongFic (quando a história é inspirada/entrelaçada a uma música). Os trechos em itálico são trechos da música. *

Sasuke

Akira me levou até o telhado da unidade militar, onde havia um campo de treinamento. Ele havia levado um guarda consigo, para garantir sua segurança e minha obediência. Era um cara grande, de cabeça raspada, musculoso, de cara fechada.

Do alto da unidade militar, eu podia ver toda a extensão da vila. Era muito maior do que eu esperava. O labirinto circundava todo o prédio, fazendo o acesso ao lugar ser muito difícil. Atrás da unidade militar, além do labirinto, estava a vila onde os cidadãos moravam, trabalhavam, seguiam suas vidas normais. Onde estávamos presos era apenas o centro de treinamento, a organização do exército. A vila era o coração dos Itami, onde toda a família residia.

Eu tinha arrepios de pensar sobre as relações dos Itami, intrincadas de incestos e casamentos forçados, tudo para manter o poder na família, cada vez mais forte. Era nojento. Eu me perguntava o que os Itami pensavam sobre sua forma de viver. O exército era fiel a Akira e às leis da vila, mas e os cidadãos normais, aqueles que não seguiam uma vida militar?

Enquanto eu mostrava a Akira como o Sharingan funcionava, ativando meu chacra e explicando a ele o que estava fazendo, como se desse uma aula, eu não conseguia parar de pensar na vila. Nunca tinha conseguido chegar até lá: da primeira vez eu tinha sido capturado ainda no labirinto. Agora, tinha sido trazido direto para a unidade militar. Talvez a chave para a nossa liberdade estivesse na vila. Ruminei esse pensamento por horas, durante minha demonstração.

Depois de muitas horas, Akira me liberou, marcando o mesmo horário para o dia seguinte. Eu tentaria estender as aulas, fazê-las devagar, para ganhar tempo, mas ainda assim estava correndo contra o relógio. Uma hora ele iria querer usar meu poder e eu precisava estar pronto quando esse momento chegasse.

O guarda brutamontes de Akira, que eu descobrira que se chamava Sato, me levou até meu próprio quarto. Ficava no mesmo corredor onde Sakura e Naruto estavam alojados, mas tinha uma diferença dos outros: meu quarto não tinha janela. Akira garantira que eu sairia da cela e cumprira sua promessa, mas ia continuar tentando me desestabilizar. Tudo bem, pelo menos eu tinha uma cama quente e um banheiro decente agora.

Fiquei no quarto durante um tempo, ouvindo com atenção o corredor. Eu estava exausto de usar o sharingan: sentia meus olhos latejarem, minha cabeça doía como se eu tivesse sido atropelado. Sentei na cama, esgotado. Minha mente estava lotada de dúvidas, estratégias, mas eu estava cansado demais para conseguir raciocinar de forma adequada. Só tinha um pensamento fixo que eu conseguia assimilar: Sakura. Queria saber se ela estava bem, se Akira estava cumprindo essa parte do trato.

Sakura

A água quente ajudava a me acalmar, renovar as energias. Eu tinha usado muito chacra durante o dia, tratando os ferimentos que Akira causara em mim. Agora estava cansada, mas tinha curado todos os danos.

Queria saber por que não tinha sido levada para ver Sasuke nem Naruto, mas, acima de tudo, queria saber por que Akira fizera aquilo comigo. Será que tinha sido retaliação pela invasão de seu escritório? Ele não tinha dito nada, apenas usado seu kekkei genkai até que eu perdesse a consciência, com aquele sorriso satisfeito no rosto. Um arrepio correu minha coluna quando lembrei da dor que sentira. Aquele sádico maldito...

Perdida em meus pensamentos, aproveitando o banho quente, fiquei distraída e não percebi quando uma sombra se formou na porta, bloqueando a luz da lua de entrar no banheiro. Tomei um susto e gritei, tentando cobrir meu corpo quando vi a silhueta masculina parada na porta.

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