Como toda história sempre tem um inicio, seria certo voltar até as raizes de como tudo começou e de como o olocausto se espalhou como uma praga enviada por deus ou... nesse caso, por algo além dos nossos pés, um mal tão terrivel que teve que ser mantido desde os primórdios da vida, trancafiado em um recipiente própriamente feito para conter o que dentro havia. Vou lhes informar que a história a seguir já ocorre nos tempos atuais onde o mundo é tomado pela curiosidade juvenil e a total falta de respeito para com o desconhecido, um grande erro se me perguntarem... uma frase diz que não devemos temer os mortos, mas sim temer os vivos. Mas e quanto a seres que não se classificam em nenhum dos dois mundos ? o que poderia ser feito se não apenas deixa-los em seu eterno repouso o mais longe possìvel, não só de nós mesmos, mas como de todas as almas existentes nesse vasto pedaço de terra chamado mundo. certas coisas nunca poderemos compreender, só nos resta viver como ignorantes e fingir que nunca seremos nós os afetados pelo desconhecido, pelo inexistente.
Um belo dia... sim um belo dia de fato, o sol era radiante e brilhava tão intensamente de modo a reluzir sua luz nas folhas das arvores, pessoas saiam para as ruas naquele verão e se divertiam nos parques, crianças brincavam em todos os lugares, o cheiro doce e frescante dos carros de sorvete pairavam sobre as ruas e onde havia crianças, havia sempre um sorveteiro.
Nesse dia Yonara tinha planos para sua tarde, o encontro com os amigos em um tal "lugar secreto" iria acontecer, adolescentes sempre tão propicios a quebrarem regras... Mas lá estava ela, enquanto arrumava sua bolsa com falsos matériais para um falso projeto de ciencias, acenava dando tchau apressadamente para seus pais enquanto saia desajeitada e com pressa pela porta em direção a sua bicicleta e colocou seus fones de ouvido, enquanto pedalava pela sua rua e sentia a leve brisa do verão e ouvia suas musicas, sentia como se fosse livre, como se o mundo pertencesse a ela e aquilo era a sensação da qual ela mais gostava de sentir... liberdade. Após uma longa pedalada, ela havia chegado ao local, era uma espécie de capela abandonada a muito tempo, por estar bem escondida dentro de uma das florestas da cidade nunca ninguém havia achado aquele lugar antes, até que um dos amigos de Yonara, "explorador" por assim dizer, já que o termo explorador é usado aqui como apenas um termo para descrever a curiosidade e a vontade de fugir do resto da sociedade, João em suas fugas e explorações havia esbarrado com aquele lugar a algum tempo atrás durante os dias letivos e imediatamente uma ideia surgiu na sua cabeça, foi então que surgiu o combinado para reunir o grupo ali durante as férias, contanto que fosse o segredinho deles, todos sempre teriam um refugio quando precisassem de um tempo para si mesmos.
Após chegar, Yonara foi adentrando o lugar e pela primeira vez conhecendo o ambiente no qual eles passariam a tarde, e provavelmente a noite criando suas "fulgas" por assim dizer da vida que os cercava. Era um lugar muito antigo, o cheiro de mofo e a poeira pairavam no ar com grande intensidade, havia fileras de bancos igual os que vemos em igrejas, mas algo estava diferente... se parecia com uma igreja de modo geral, porém não possuia imagens santas ou religiosas, todas as vidraças eram vermelhas com um tom a qual se assemelhava muito a sangue, claro que essa não foi a primeira impressão de Yonara no local pois a euforia de uma reunião secreta tomava conta do seu corpo, após adentrar um pouco mais o lugar ela chegou a uma porta com acesso a uma espécie de sala onde havia apenas uma mesa no centro e um lustre acima cujo qual não funcionava devido a falta de eletricidade no local, em torno da mesa Yonara pode avistar seus amigos reunidos, estavam todos presentes e com a sua chegada a festa podia finalmente começar. O grupo todo estava presente, João, Sabrina, Marcos e Odilei. Todos estavam sorridentes com a animação de uma noite sem regras onde poderiam ser livres e fazer qualquer coisa, avançando até a mesa, ela foi recebida por seus amigos com palavras e gritos de boas vindas, estavam a sua espera com caixas de cerveja e algumas outras bebidas além de um som portátil o qual poderiam ouvir o mais alto possivel dada a localização de onde estavam. Todos se cumprimentaram dos seus jeitos e após algumas brincadeiras eles começaram aquela festa que esperavam.
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A herança
HorrorSe você temer, morre. Se olhar, morre. Se tentar correr morre. as vezes o oculto simplesmente não pode ser superado por meros ideais.