Um tal vexame.

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Capítulo 03.

Um tal vexame.

Bakugou não entendia como alguém conseguia ficar feliz acordando às cinco da manhã, uma coisa era completamente oposta da outra. Mas isso não parecia abalar o ânimo de Kirishima, pelo contrário: ele ficou ainda mais disposto enquanto caminhavam até a Sala de Treinamento.

— Como você acha que vai ser dessa vez? — ele lhe perguntou, ajeitando a gola do uniforme azul da U.A.

— Sei lá, caramba. Também não importa desde que eu possa meter a porrada em alguém. — Bakugou bocejou pela terceira vez, o sono ia embora aos poucos.

— Você age como se fosse intocável, Kacchan, mas nossa sala está cheia de alunos bons e tão aptos quanto você. — Kirishima observou. — Todos estão se esforçando e desenvolvendo bem os seus dons. Você viu o que a Ochako pode fazer, é incrível.

— Ela quase te transforma em um foguete e você a admira por isso? Que merda, cara. — Bakugou debochou.

— Eu sei reconhecer um talento quando vejo um. — o amigo riu. — A propósito, por que será que ela perdeu o controle naquela hora?

— Diz ela que estava pensando demais e se desgovernou, com certeza não passa de conversa furada. Ela não dominou a habilidade e ponto. — era quarta-feira e foi a primeira vez que eles tocavam no assunto desde então.

— Ah, isso acontece até com os profissionais. — Kirishima contestou.

— Bobagem. — ele disse e apressou os passos para chegar logo a sala de treinamento.

Eles foram os últimos a entrarem e se juntarem ao restante da turma. Aizawa, Snipe e Cementos estavam a frente, aguardando a classe estar completa para anunciarem a tarefa do dia.

— Muito bem, já que todos estão aqui, vamos começar. — Aizawa falou baixo, porém firme. Os olhos do Professor exibiam olheiras profundas e davam a impressão de que ele dormiria em pé a qualquer segundo. — Como já devem ter percebido, pedi novamente ao Cementos para que me ajudasse a criar a situação que planejei.

Ele fez uma pausa dramática. Cementos rapidamente tocou as pontas dos dedos no chão e várias estruturas de cimento surgiram por toda a sala; diferentes tamanhos e espessuras, algumas tortas ameaçando desabar.

— Do outro lado desses obstáculos há duas bandeiras hasteadas, os dois primeiros alunos que as agarrarem vencem a prova. E como estou de bom humor — isso não soava bem verdadeiro. — darei aos dois uma folga nesse fim de semana. — agora os alunos tinham um motivo a mais para ganhar. — Mas não pensem que será tão simples. Snipe e Cementos vão atrapalhá-los o quanto puderem, afinal eles não querem que fedelho algum se dê bem.

— Ele é tão motivador. — Jiro cruzou os braços.

— E caso queiram uma dica, aqui vai: — cada cabeça se voltou para o Professor, sedentos pelo sábio conselho. — deem o melhor para vencer. — na esperança de que ele diria mais palavras, os olhares continuavam nele, todavia Aizawa nada mais pronunciou. A frustração foi geral.

— Que merda de dica foi essa? Não é obvio que devemos nos empenhar? — Sero reclamou, inconformado.

— Foda-se a dica, eu vou pra cima com tudo. — Bakugou gargalhou, girando as mãos como se acelerasse uma moto.

Ao sinal positivo do Professor Aizawa, todos os alunos avançaram. Uraraka fechou os olhos, suspirou e levitou a si mesma para subir em uma das plataformas. Mesmo tendo feito aquilo tantas vezes antes, seu estômago ainda embrulhava e ela tinha que lutar contra a forte ânsia de vômito que lhe acometia.

flame [𝑏𝑎𝑘𝑢𝑔𝑜𝑢 x 𝑢𝑟𝑎𝑟𝑎𝑘𝑎]Onde histórias criam vida. Descubra agora