Capítulo 7

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     O dia já amanheceu turbulento para Serena. Ela acordou com barulhos de passos soando pelo corredor, o sol invadia o quarto e aquecia a cama. 

     Já havia se passado uma semana desde que a princesa havia dado as ordens aos empregados do castelo. No momento os últimos preparativos estavam sendo feitos, já que os convidados chegariam no fim de tarde para a iniciação do período de cortejo. 

     Um soar de passos ecoou do outro lado da porta do quarto. Obrigando-se a se levantar, Serena se espreguiçou e levantou a caminho de seu toalete. Uma batida soou na porta.

- Com licença Majestade, mas está na hora de acordar... - Ela entrou no quarto e viu que Serena já estava acordada. 

- Bom dia Eleonor. - A princesa sorriu. - Pode separar um vestido para mim? 

- Bom dia majestade. - A criada fez uma reverência. - Sim, irei separar agora. - Ela se direcionou aos vestidos dando um sorriso leve. 

     Serena entrou no toalete, mas antes que fechasse a porta ela disse: 

- Se puderes separar minha roupa de equitação também eu agradeço. - A criada assentiu enquanto abria uma gaveta. 

     Serena fechou a porta, tirou as roupas e entrou na banheira.

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- Sabe Remus, achei que pelo menos hoje eu poderia fazer algo diferente. - Dizia Darya quando Serena entrou no salão de jantar.

- Devo insistir que me chame de Lorde Remus, majestade. - Ele respondeu enquanto se servia de mais comida. - E sabe muito bem que ainda não é a sua vez de participar do cortejo. 

- Mas...

- Bom dia Serena. - Callan falou acenando no meio da confusão. - Olhe o meu novo boneco, ganhei de Lorde Ping. - O menino ergueu o brinquedo em sua mão.

     Serena se sentou ao lado de seu irmão e se serviu de bolo de morango. Como se tivessem percebido sua presença, Lorde Remus e Darya pararam de discutir. 

- Bom dia, gostei do boneco Callan. - Serena sorriu para o irmão que retribuiu o sorriso. - Dormiram bem? 

- Sim e você irmã? - Darya se aproximou com a cadeira. 

- Para dizer a verdade, não. - Lorde Remus olhou para a herdeira. - Estou bem, só cansada por conta dos preparativos do cortejo. 

     O Lorde assentiu e, logo depois saiu da mesa á caminho da porta principal. Enquanto ele saía, Serena acompanhava com o olhar e percebeu que seu guarda a observava. A princesa deu um sorriso de comprimento - o que fez o jovem ficar sem jeito por alguns segundos. 

- Bom dia Damian. - Serena o cumprimentou enquanto ele se aproximava. - Como está? 

     O guarda fez uma reverência, e ao erguer a cabeça fez uma expressão confusa.

- O que foi? Me sujei de bolo e não vi? - A princesa brincou. 

- Sim, quer dizer não majestade. - Ele se embolou e sorriu. - Não está suja e eu estou bem. 

     Serena ainda não tinha visto o sorriso de Damian, mas naquele momento ela percebeu que queria ver mais vezes, seu sorriso era encantador e covinhas apareceram em suas bochechas. 

     Darya viu seu guarda se aproximando e se levantou indo a caminho dele. Callan continuava a brincar com o boneco. 

- Damian, preciso que faça algo para mim. - O guarda olhou Serena. 

- O que precisar, majestade. 

- Na verdade são duas coisas, a primeira é que pare de me chamar de majestade, me chame de Serena. - A princesa se virou para Callan. - A segunda é que cuide de Callan hoje, fui avisada que o guarda do príncipe se machucou ontem com José. 

     Callan riu baixinho. O guarda ainda em posição de sentido. 

- Eu não vou deixá-la sozinha majestade. - Disse Damian. - Posso falar com os meus homens para alguém cuidar do príncipe...

- Confio em você para este serviço. - Serena olhou intensamente nos olhos verdes do rapaz. 

     Damian sustentou o olhar por alguns segundos mas por fim concordou com a cabeça.

- Hoje quero cavalgar, pode pedir que aprontem o meu cavalo, por favor? - Serena mudou de assunto.

- Farei isso agora majestade. 

     Com uma reverência, o guarda saiu. 

     Serena e Callan terminaram a refeição e saíram do salão. Callan queria mostrar José para a irmã, então os irmãos seguiram juntos a caminho do jardim. 

- Estou falando sério, eu ensinei ele a pegar uma maçã da árvore. - Disse o irmão passando pelas margaridas. - OLHA LÁ ELE! 

     Serena levou um susto com o grito repentino de Callan. O príncipe correu em direção do pequeno cavalo que estava quase partindo uma árvore ao meio. 

- Callan tire-o dai. - Serena se apressou até o irmão. 

     José ainda era um filhote, mas crescia a cada dia. Seu pelo preto e sua crina trançada agora estavam cheios de folhas. Alguns guardas se aproximaram quando ouviram o príncipe gritar. 

- JOSÉ, SAIA DAI. - O pequeno príncipe tentava inutilmente puxar o animal para longe da árvore. - SERENA ME AJUDE, O QUE EU FAÇO?

- Não sei, o que ele gosta de comer? - Serena perguntou.

- Ele gosta de maçã. - Antes que Serena pedisse á um guarda, um deles saiu a caminho da macieira que tinha no jardim. 

     Em menos de 2 minutos o guarda apareceu com a fruta e sacudiu sua mão para chamar a atenção do animal. José saiu de perto da árvore e foi até onde o guarda estava.

- Obrigada. - Serena deu um sorriso bondoso para o homem. - Agora Callan... - Se virou para o príncipe. - Acompanhe José até o estábulo, tenho coisas a fazer agora. 

- Aonde vai? - O menino pegou a corda que estava ao redor do pescoço do cavalo.

- Cavalgar, sozinha

     Com uma cara feia, o príncipe saiu á caminho do estábulo. 

     Minutos depois, a princesa estava com sua roupa de equitação e saindo a caminho dos campos de centeio que ficavam ao lado do castelo. 

     Havia poucas coisas que faziam com que Serena se sentisse livre e cavalgar era uma dessas coisas. Enquanto corria era somente o cavalo e Serena, não havia preocupação ou responsabilidade ou títulos, ela se tornava o vento - sem rumo mas em movimento, e não ter um planejamento era o que mais a fazia se sentir viva. 

A Coroa - bela_uniqueOnde histórias criam vida. Descubra agora