Capitulo 2

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Judith

Até que ponto podemos considerar a ambição algo necessário? Em que parte ela se torna uma ganância suja e obscura? Me faço essas perguntas o tempo todo, infelizmente não tenho nenhuma vontade de encontrar as respostas. Ambicionar se tornou um esporte, o qual pratico e sempre obtenho êxito.

Após uma visita repleta de sutileza Richard se comprometeu a ajudar-me, voltou atrás de sua arrogância pois entendeu que cairíamos juntos se algo não fosse feito. Eu sempre soube que ele me ajudaria, é difícil resistir à tentação de cair na minha rede pela terceira vez. Não sei como explicar a nossa relação, digamos que seja favorável a nossos desejos e necessidades, além da minha confiança depositada em sua pessoa.

Empurro a grande porta de madeira maciça e adentro o meu escritório, retiro os sapatos altos e jogo minha bolsa em um canto qualquer. A noite fria caiu de repente, a sala parcialmente iluminada me fez agradecer por poder descansar as vistas. Fecho os olhos respirando fundo, processo todos os ocorridos do dia e sinto meus ombros tensos.

-Bem vinda de volta, Judith.-sua voz grave fez meu corpo pular de susto, o procuro percorrendo o ambiente com o olhar mas não obtenho sucesso.-Estou aqui.

-Imbecil, quer me matar?-levo a mão ao peito quando Christopher surge na sombra da grande estante de livros, com as mãos nos bolsos ele sorri de canto vindo até mim.

-Isso é jeito de me receber?-Chris franze o cenho se posicionando atrás de mim, suas mãos tocam minha cintura e cinto meu corpo ser virado devagar, me deixando de frente para ele.

-Você não deveria estar em Manhattan?-questiono espalmando minhas mãos em seu abdômen.

-Cheguei hoje de manhã.

Christopher Vélez é o meu amor de infância, nossas famílias traçaram nossos futuros ainda na adolescência, segundo eles éramos feitos um para o outro e eu nunca duvidei disso, nossas mentes sempre pensaram igual. O rapaz é um dos maiores e mais competentes advogados do país, seu espírito justiceiro sempre se fez presente, tenho muito orgulho dele.

Namoramos durante cinco anos mas fui traída centenas de vezes, e como dizem "chifre trocado não dói", obviamente não deixei barato e tratei de me apresentar ao seu melhor amigo Richard Camacho. Logo após nosso envolvimento e a morte de meu pai, Camacho e eu estabelecemos uma sociedade que favorecesse ambas as empresas, até agora tem dado certo.

Minha relação conturbada com Christopher chegou ao fim alguns meses depois, nunca escondemos o desejo que ainda sentimos um pelo outro, sinto um pouco mais que isso, mas o amor enfraquece, sensibiliza, e não tenho tempo para essas bobagens.

-Ah.-sorrio fraco.-E por que está aqui?-seus dedos agora se emaranhavam em meus cabelos com leveza, arrepios e mais arrepios tomavam conta de mim.

-Não é óbvio? Vim ver você.-ele sorri e reviro os olhos saindo de seus braços.-O que foi, Evans?

-Estou sem tempo para os seus joguinhos, diga logo o que quer.-pego a garrafa de vodka virando-a em um curto gole.

-Achei que estivesse com saudades desse corpinho aqui.-ele pisca mordendo o lábio.

-O Richard te substituiu bem, não se preocupe.-sorrio e pude notar seu maxilar travado.

-O Patrick me ligou e me contou tudo.

-Não preciso de nenhuma babá. Eu já resolvi o problema.-digo sentindo um nó se formar em minha garganta, nada está resolvido por ora.

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