Sob Minha Proteção

8 - Emily

Depois de fechar a porta logo após Henry sair, eu fui até a cozinha e me servi de uma taça de vinho, voltei para a sala e andei até a varanda. Observei quando ele entrou no carro e saiu.

Era impressionante a maneira como mudei de ideia em relação a ele. Com todo o tempo que estávamos passando juntos e todas as conversas que estávamos tendo, podia ver o quanto tínhamos em comum, gostávamos praticamente das mesmas coisas: comidas, filmes, músicas. Ele não falava muito sobre a sua vida ou seu passado, mas conseguia ver que estava se abrindo aos poucos.

E também a calma e segurança que ele me dava, só de estar perto, me deixavam ainda mais impressionada.

Tão pouco tempo e ele já mexia tanto comigo. — pensei.

Fiquei na varanda mais um tempo e quando acabei de beber o vinho, levei a taça de volta para a cozinha. Eu estava voltando para a sala e a campainha tocou, um sorriso bobo nasceu em meu rosto.

— Bem que você disse que seria rápid... — franzi a testa quando abri a porta e dei de cara com a Sam e um cara que eu nunca tinha visto.

— Rápido? Passei o dia todo fora. — ela disse já entrando no apartamento junto com o tal — Tive que pedir mil desculpas à editora da Vogue hoje por causa da sua saída no meio da sessão, mas é claro que, depois de explicar o motivo, ela não se importou em remarcar pra daqui dois dias, mas desta vez em estúdio.

— Ai que bom, assim fica bem mais seguro, tenho certeza que o Henry pode me proteger melhor em um ambiente fechado.

— Sobre isso... Este aqui é o Franklin, ele vai substituir o Henry de agora em diante. — ela falou e eu não consegui esconder a decepção no meu rosto.

— Oi? Mas, Sam, eu acho que não vai ser mais necessário. — falei tentando disfarçar o quase desespero na voz.

— Emy, eu sei que você tinha falado que não precisava mais, acontece que isso já estava nos termos do acordo que fiz com Parker, Henry só ficaria por uns dias, até que outro dos seus homens ficasse vago. E pelo que entendi, essa foi uma condição do próprio Henry. — ela falou tentando explicar e eu pisquei algumas vezes antes de falar com a voz vacilante.

— Dele? Mas... Por quê?

— Desculpe a intromissão, senhorita Sanders, mas não leve para o lado pessoal. O Mathews nunca trabalha com modelos. Ele abriu uma exceção no seu caso, a pedido do Parker.

— Hum, entendi. — falei com a voz decepcionada e forcei um sorriso fraco — Franklin, não é mesmo? — ele acenou com a cabeça e estendeu a mão para mim.

— Ao seu dispor, senhorita.

— Obrigada, mas pode me chamar de Emily, Franklin.

— Bom, eu só vim apresentar vocês dois e agora já estou voltando pra minha cama, que hoje o dia foi muito longo. — Sam falou antes de se virar para ele — Ela corre quase todos os dias bem cedo, você pode esperá-la por volta das 7 h na portaria, ela não pode de jeito nenhum sair sozinha, e na volta de cada compromisso, você sobe e verifica o apartamento, tá bom? Acredito que o Parker já deve ter te passado toda a situação. — Franklin acenou e respondeu:

— Pode ficar sossegada, estou a par da situação. Vou cuidar muito bem da senhorita. — ele olhou para mim sorrindo, sendo simpático.

— Obrigada, Franklin. Eu vou me deitar agora, foi um longo dia, você já pode ir e nos vemos amanhã às 7 da manhã, ok?

— Estarei aqui, senhorita.

— Emily, só Emily.

— Estarei aqui, Emily. Boa noite. — ele acenou para mim e para Sam e se retirou.