"Parece Que A Garota Ainda Está Na Jogada"

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Ela certamente estava tendo dificuldade
para digerir tudo. Agora eu havia dito que sentia
fascínio por ela, não poderia voltar atrás. Fechariao encontro com chave de mestre, teria que beijá-la.

Tinha a impressão que seria a primeira vez que
essa garota beijava, em outras palavras, seria um saco fazer isso. Eu não gostava de ser o professor de coisas como beijo e sexo, era tedioso demais.

- Obrigada pelo almoço e pela carona. Tenha um
bom dia.-falou rapidamente fazendo menção de
sair. A segurei pelo braço.

- Espere. Temos algo a tratar antes. - disse e a senti enrijecer.

-So-sobre o que?- Júlia falou enquanto gaguejavál, estava nervosa.

- Não acabamos nossa conversa. Você dizia que
não sabia os motivos por eu sentir fascínio por
você e quando eu ia respondero funcionário do
restaurante nos interrompeu.

- Ah, sim. Olha, eu sei que você está muito
agradecido com o que aconteceu, mas qualquer um teria feito o que eu fiz então..

-Você não agiu como qualquer uma. Você foi
maternal. As outras pessoas não seriam assim. - eu fui sincero.

Talvez não devesse fazer isso, exteriorizar esse tipo de pensamentos, ainda mais algo tão íntimo, mas o fiz. Lembrei-me rapidamente do que senti, aquele calor maternal. Não, não é hora para pensar nisso!

- Pode até ser, mas.. Afinal, o que você quer de
mim? - ela perguntou diretamente, mas tremia.

Imaginei que devia estar sendo dificil para ela ir
direto ao ponto. Eu também seria direto. Queria
acabar logo com tudo.
"Vamos lá João Pedro, é só um beijo! Não vai doer!"- pensei enquanto executava meu bote. Eu seria rápido letal.

-O que eu quero? Bem... Fico feliz que tenha ido
direto ao ponto. Eu também sou assim, direto.
Importa-se se, ao invés de dizer, eu lhe mostrar o porquê de tudo isso? -inclinei-me em sua direção, envolvi sua nuca com uma de minhas mãos e colei meus lábios aos seus.

Eu me permiti relaxar e fingir que não era ela ali.
Impossível. Eu acabei executando o beijo pensando exatamente nela e experimentei algo angustiante ao
beijá-la. Eu pude sentir a pureza a doçura daquela criatura pelos seus lábios evidentemente castos.
Eu beijava uma menina nunca antes tocada e isso era tão estranho... Meio... Maravilhoso.

Eu era seu primeiro e senti a necessidade de fazer com que aquele momento fosse especial para ela. Tentei aprofundar o beijo querendo verdadeiramente provar o interior de sua boca com minha língua para saber se podia ser tão doce como os lábios, mas
Júlia não reagiu. Eu me afastei. Que diabos! Ela não estava correspondendol

- O que foi?-perguntei. Ela estava páida como um defunto.

- Eu preciso ir. - disse e simplesmente fugiu
Eu fiquei parado, a cara chocada. O que é isso? Eu fui dispensado por ela? Mas que porra era essa?

...

- Oi gatinho. E aí? Como foi o encontro com aquela coisinha?- Kate disse assim que passei pela porta, a voz tingida de sarcasmno.
Algo no meu semblante fez com que ela parasse com a brincadeira. Caminhei até minha mesa e sentei em
minha poltrona afrouxando a gravata.

- Eu a beijei. - foi tudo o que disse.

- Então ela já está no papo. Eu já imaginava. Qual a próxima coisa a fazer? Mandar um buquê de flores e caixa com chocolates?

-Não. A próxima coisa a fazer é procurar outra
candidata. Essa não vai servir, - disse e vi o rosto de Kate tomado pelo espanto.

- Por que não? O que aconteceu? - a curiosidade era o sentimento que predominava em Kate.
Decidi contar a verdade assim eu teria uma opinião feminina sobre o ocorrido.

- Eu a beijei no carro, mas ela não correspondeu.
Não entendi. Tudo estava indo muito bem, quero dizer, quase bem. Ela é muito estranha.

-Eu Ihe disse Mota que essa não ia servir.

- É Kate você estava certa. Por que acha que ela
reagiu assim ao meu beijo? Não correspondeu e
quase correu no carro.

- Sei lá João, mas... Olhando para ela, eu acho que você foi o primeiro cara que ela beijou na vida!

- E?

-Tudo é estranho quando é o primeiro cara. Ela deve ter ficado assustada, sei lá. Não importa. Procure logo uma que não dê tanta dor de cabeça e termine
com esse plano patético. - disse enquanto vinha e se aconchegava em meu colo. Eu estava tão confuso que nem fiquei excitado por sentir seu corpo colado ao meu.

-É o jeito. Acho que dessa vez procurarei alguém
mais "fácil" e rezar para que ela consiga a simpatia
de Ana Júlia o que eu duvido que ocorra facilmente. - suspirei frustrado.

Ter que recomeçar a procura não era algo que
estava nos meus planos. Pena. Júlia, apesar das
atitudes estranhas, me pareceu facilmente
manipulável.

...

- Tem certeza de que não quer companhia? - Kate perguntou apertando minha bunda. Äs vezes era tão fácil me cansar dela!

- Já disse que não Kate. Estou muito cansado.
Amanhă, ok?- eu estava cansado não de sexo, mas dela.
Eu iria me desestressar da melhor forma: com uma profissional do sexo muito gostosa.

E quando voltei minha atenção para o carro estacionado a alguns metros eu estaquei. Júlia estava parada lá. Mas por quê? Um sorriso apareceu involuntariamente dos
meus lábios.

- Parece que sou mais irresistível do que pensei. - murmurei. Kate olhou para mim confusa, năo havia percebido Júlia parada próxima ao carro.

- O que foi Mota?

- Kate, vá para casa de táxi, - peguei minha carteira e retirei uma nota de cem dólares da mesma, algo que eu usava em último caso, não gostava de usar dinheiro apenas cartão de crédito.

- ORA MAIS POR... - tapei seus lábios com un dedo.
Ela olhou para o carro e viu Júlia?

- Parece que a garota ainda está na jogada. Seja
boazinha e vá sem causar problemas. - disse a ela beijando seus lábios. Ela olhou para mim amuada e seguiu para outra saída.

Respirei fundo, hora de voltar a ser João Pedro, o príncipe
num cavalo branco.

Ela estava tão distraída que não percebeu meu
diálogo com Kate, nem ao menos percebeu minha
aproximação. Quando cheguei bem perto eu disse:

- Oi. - ela virou-se num átimo, assustada, e disse:

- João Pedro sobre o que aconteceu na hora do almoço eu..
Eu sinto muito! Eu estava confusa e.. - coloquei o
dedo nos seus lábios.

-Quer uma carona para casa? - sugeri.
Os planos traçados. Ela não iria escapar mais de
mim. Eu iria prendê-la a mim.

- Quero. - murmurou.

Como eu havia pensado.. Fácil demais. Eu não havia
perdido o jeito com as mulheres. Abri a porta do
carro, ela entrou sem hesitar.

Em menos de dois meses Júlia será minha esposa

"The contract" Adaptação MojuOnde histórias criam vida. Descubra agora