morangos e rosas.

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quando aquele dia particularmente frio chegou, ele veio com um tipo de fantasia do pequeno príncipe, e eu realmente me prendi nela. em como ele ficava tão bem naquelas roupas, como se ele fosse o próprio pequeno príncipe, como se aquelas peças tivessem sido feitas justamente para ele usar. entre tantas roupas com estilos diferentes que ele usava, aquela havia virado a minha favorita.

mas hoje ele estava mais do que lindo, nem uma palavra no dicionário poderia lhe descrever tão bem quanto as batidas do meu coração frenético.

ele tinha pintado o cabelo de vermelho, igual a foto que ficava sobre sua mesa em que ele estava com pessoas que eu julgava ser do seu círculo de amigos. e, para combinar com o vermelho do cabelo, uma camisa de botões com um tom rosa bem clarinho, onde pequenos morangos estavam costurados a peça. sua calça jeans clara e um tênis branco com uma rosa bordada ao calçado. além do detalhe mais importante: o gloss vermelho que eu não teria notado se não estivesse tão vidrado em cada detalhe dele. e um óculos de grau redondo na cor preta, para complementar. 

ele sempre ri quando me vê sentado em seu consultório com um gato diferente a cada semana, mas é sempre bom levar o seu bichinho para uma consulta, principalmente quando o veterinário é aquele que te faz sentir borboletas no estômago.

era sempre um sorriso e um "qual o gato da vez, senhor lee?". dependendo do gato, ele ainda falava um "fala pra ele, soonie, que você já tá velhinho pra ficar andando de um lado pro outro com o senhor lee", "é dificil ter o senhor lee como dono, donggie?" e "dori ainda é novinho, mas não pode exagerar e levar ele pra todo lugar! ele cansa também". acho que tinha alguma mensagem nas entrelinhas nessas frases, mas não consigo saber o que é.

mas hoje o dia estava diferente para mim. meu coração batia tão forte que parecia querer pular do peito, e aquela voz no fundo da minha cabeça estava mais alta, como se estivesse gritando para eu parar de ser um covarde e chamá-lo logo para sair. confesso, estava quase fazendo isso, mas a outra parte de meu cérebro ainda gritava de vergonha.

estava com a mão na maçaneta da porta quando essa voz me chamando de covarde tomou o controle, me fazendo virar e encarar seungmin que estava apoiado na própria mesa.

— eu sei que você deve me achar um louco por trazer meus gatos toda semana pra cá sendo que eles estão perfeitamente bem, — ele riu, me fazendo perder um pouco o foco no que estava falando. — mas o único motivo pra eu vir aqui toda semana é que eu... eu gosto de ver as roupas que você escolhe usar, gosto de ouvir você falando com os meus gatos como se pudesse ler a mente deles, gosto que mesmo eu enchendo seu saco toda semana aqui só te dando mais trabalho, você continua me tratando gentilmente e sempre com um sorriso do rosto. então, você pode muito bem me dar um chute na bunda e me chamar de maluco depois de tudo isso, mas eu preciso saber se você sairia comigo algum dia desses...

ele tinha as bochechas levemente coradas, mas ainda assim conseguiu manter uma expressão neutra que me assustou. seungmin deu a volta na mesa, pegou um papel e uma caneta, escrevendo algo nele que não consegui ver o que era. ele parou na minha frente e sorriu, me entregando o papel.

— esse é o meu numero, você pode me chamar pra gente marcar direitinho. pensei que você ia continuar trazendo seus gatos extremamente saudáveis toda semana pra sempre — ele riu, me fazendo ficar envergonhado. — pode parar de usar essa desculpa agora — ele me deu um beijinho rápido na bochecha, me deixando assustado o bastante para não conseguir me mexer. —até mais, lee minho — kim sorriu antes de fechar a porta.

era realmente um dia diferente, eu ganhei o número, um beijinho e possivelmente um encontro com kim seungmin.

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𝐂𝐥𝐨𝐭𝐡𝐞𝐬 !¡ 2𝑚𝑖𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora