Capítulo 13: darker hell

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EVE BASTEN POV

Olhei por cima do ombro para Renato concentrado dirigindo dentro do carro.

— Não tem mais munição. — gritei para que ele escutasse. Renato contraiu a mandíbula.

Ele pareceu acelerar mais, e eu nem mesmo achava que fosse possível. A polícia ainda tinha suas sirenes ligadas e estavam chegando a nossa cola.

— Se segura. — ele apertou com muito mais força minha panturrilha para me segurar e girou o volante com tudo, chegando a fazer o pneu cantar na pista, fazendo a curva para entrar na entrada para a floresta que cercava a pista.

A primeira viatura passou direto mas a segunda também entrou para a floresta atrás do nosso carro. Voltei para dentro do carro, me sentando direito no banco e deixando a arma no assoalho.

— Me diga por favor que você já conseguiu bolar um plano na sua cabeça e sabe bem o que está fazendo. — ele riu nasalado, seu olhar alternando entre o caminho a sua frente e o retrovisor para vigiar a viatura que nos seguia.

— Eu nunca sei bem o que estou fazendo, branquela. — ele disse, concentrado. Ao nosso redor só tinha mato. — Espero que você não tenha medo de escuro.

Não tinha compreendido muito bem o que ele queria dizer com aquilo mas fez sentido quando ele desligou os faróis do carro e todas as luzes, tendo seu caminho iluminado só pela luz da lua. Ele fez mais uma curva e acelerou mais, querendo dispistar a única viatura que ficou atrás da gente.

Eu estava com um pouco de medo sim, mas Renato era profissional e sabia bem o que fazer e como fazer.

— Garcia, Basten... Vocês estão vivos, né? — ouvimos a voz de Léo na escuta.

— Não sei por quanto tempo mais. — respondi em um murmúrio, me repreendendo mentalmente por ser tão negativa.

— Ótimo! — ele pareceu suspirar aliviado. — Miguel e Willa já estão retornando.

— Só tem mais uma viatura. — Renato respondeu. — Bem, tinha. Dispistei eles também.

Renato foi diminuindo a velocidade até parar completamente o carro.

— Péssima notícia, bro. — Léo disse.

— Mais uma. — Renato revirou os olhos. — Fala logo qual é.

— Acabei de ouvir no rádio da polícia que eles já compartilharam o modelo do seu carro e a placa, você não vai conseguir andar pela cidade com ele. — informou. — Vocês terão que abandonar o carro e ir até um lugar seguro, e então eu irei com um carro novo buscar vocês.

— Nós estamos na porra de uma floresta perto de Sandy Springs. — ele resmungou.

— Renato, você sabe que esse é o único jeito possível. — Léo disse. — Você sabe o que fazer. Entrem em contato.

Renato bufou.

Ele tirou sua máscara e deixou em cima do painel, ligou o carro de novo e acelerou com a intenção de chegar em um lugar seguro. Tirei minha balaclava e joguei ela para trás, sem me importar com o rumo que ela tomaria.

— Sabe para onde está indo? — perguntei, olhando através da janela tentando enxergar algo além de toda a natureza que cercava a trilha parecendo ser engolida pela escuridão.

— Para algum lugar, eu espero. — respondeu simplesmente. — Se meus cálculos estiverem certos, seguindo reto nós sairemos na estrada novamente.

— Não é abusar muito da sorte? — olhei para ele. — A polícia sabe que estamos por aqui, não seria muito óbvio?

— Algumas vezes eles pensam que não faremos o óbvio, e aí imaginam várias coisas alternativas para no final fazermos o óbvio e eles não esperarem por isso, o que torna o óbvio não tão óbvio assim. — ele desviou os olhos para mim por segundos. — Estou contando com isso dessa vez.

The Target #1 - Renato GarciaOnde histórias criam vida. Descubra agora