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── Evitar o perigo não é, a longo prazo, tão seguro quanto expor-se ao perigo. A vida é uma aventura ousada ou, então, não é nada.
── Helen Keller
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De um lado para outro, me revirando mais uma vez na cama. Algumas horas deitada não foram o suficiente para que o sono me alcançasse; algo normal para quem sofre com a insônia.
Em dias assim, eu costumava sair na sacada para sentir o vento gelado sobre mim, tentando afastar pensamentos ruins e energias negativas. Esse quarto não era como o meu antigo, portanto, eu teria de ir ou à janela, ou ao terraço.
Para não andar muito, e não correr o risco de ser vista fora do quarto, optei por abrir a janela. Meus pés se encolheram um pouco ao sentir o chão tão gélido em contato com os meus pés; calafrios que iam da cabeça à pontinha do dedo. Coloquei meu casaco, caminhando à passos lentos até a janela e a abrindo devagar, para que Joalin não acordasse com o meu barulho.
Olhei para o céu e pude ver algumas estrelas de constelações que eu conhecia. Gostava de imaginar como seria se eu nunca tivesse saído de Minnessota. Não estaria tão diferente de agora, por isso, idealiso meu momento perfeito.
Imagino uma noite como essa, fria e escura, boa para se esconder debaixo das cobertas, com o vento gelado beijando a minha pele aquecida pelo imenso cobertor fofo. Provavelmente estaria tomando um chocolate quente com marshmallow enquanto observava as estrelas na sacada da sala. A única pessoa que se importou comigo, estaria numa cadeira de balanço ao meu lado, contando histórias sobre seu amor proibido do passado. Falando sobre Jack, seu amado que partiu para a guerra com uma carta de amor, e não voltou nunca mais.
Vovó.
Sorrio ao pensar nela.
Vovó Kandy costumava dizer que olhar para as estrelas em uma época difícil te conforta por dentro, porque todas as pessoas que você ama e se foram, estão ali, olhando por você e desejando que isso passe.
Pensando nisso, olho para uma das estrelas, a mais brilhante delas. Com um brilho de dar inveja a qualquer pequena estrela, graciosidade fora do comum. Aquela. Aquela mesma, seria minha vó. Uma pessoa admirável e batalhadora. Amorosa e ao mesmo tempo, firme. Com mãos mágicas na cozinha e uma boa mente para guardar memórias.
