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— Casar? — Lourenço se levanta em um salto assim que eu
conto qual é o meu plano.
— Sim. Karol  não tem condições de passar a vida fugindo, e
quando o tal cara encontrá-la, estará em vantagem por ser bem de
vida. Sua filha, Lourenço, além de ser humilde, não tem marido ou
namorado, e você sabe que isso vai pesar contra ela em um tribunal.
— Parece uma solução fácil e rápida — Laura constata,
pensativa. — Mas você está disposto a fazer isso pela minha filha e o
bebê?
— Sim, lógico que estou. Não é sacrifício algum. Karol  é a
mulher que qualquer homem gostaria de ter ao seu lado, e eu fico
lisonjeado por ser esse homem. Quero-a como minha esposa e
Bernardo como meu filho, legítimo perante a lei. Karol  deve me
conceder a paternidade agora que ela tem a guarda total do menino,
porque, depois que o cara entrar com algum processo, ela não
poderá fazer mais nada.
Pronto. Isso foi o suficiente para convencer a todos de que eu
sou a saída perfeita para os problemas dela. Laura aceitou logo de
cara, Lourenço demorou um pouco, mas também aceitou e, agora,
estão os três sorrindo, me olhando como se eu fosse o herói salvador
da pátria.
Minha mãe sempre disse que eu e mike  tínhamos a profissão
correta. Ela disse que, desde muito pequenos, nós dois
conseguíamos convencer qualquer um. Eu mais ainda, mentia na
cara limpa, e o único capaz de distinguir se era mentira ou verdade
era o meu pai.
Na minha profissão, não é necessário mentir, mas é preciso ter
lábia, saber conquistar e seduzir qualquer pessoa. Com meu rosto  bonito, educado e sabendo usar as palavras em um tom sempre
calmo, não há ninguém que eu não possa trazer para meu lado.
Ainda mais se a pessoa não está sabendo de nada das minhas
maquinações, como esses três.
Karol  não me largou mais, ficou o tempo todo ao meu lado.
Isso meio que me prejudicou, já que eu tinha que ligar para Matheus
pedindo para ele agilizar a preparação de todos os papéis.
Tive sorte na hora em que ela foi preparar o almoço e eu pedi
licença aos meus futuros sogros para fazer algumas ligações.
— Matheus, tudo pronto?
— Sim, Ruggero . Todos os papéis estão aqui. Os falsos para
Karol  ler e os verdadeiros para ela assinar. Caberá a você fazer
essa troca. Ela tem que ler um papel e assinar outro, entendeu? —
ele fala meio cochichando, deve estar na empresa.
— Sim, entendi. E o exame de DNA?
— Já peguei no laboratório. Como todos sabiam, deu positivo,
você é pai de Bernardo, então vai ser muito mais fácil para o juiz
aceitar o reconhecimento de paternidade. Karol  também precisa
me conceder uma procuração para eu fazer tudo e ela só assinar —
Matheus fala apressado, nem me deu tempo de comemorar a notícia
que eu já sabia: está confirmado, Bernardo é meu filho, e logo será
Bernardo pasquarelli
— Ela não pode ver esse documento por enquanto, não pode
ver a nova certidão do menino, entendeu? — eu o alerto.
— Sim, claro. Vou tentar falsificar uma com o nome de Heitor,
caso ela questione e queira ver a nova certidão do filho.
— Obrigado, Matheus, deixo tudo nas suas mãos.
— Pode deixar comigo.
— E não conte nada para Dani , pelo amor de Deus! Ela, com a
ajuda de valu e chiara , pode quer se intrometer — faço outro alerta.
Esse é o mais importante.
— Era sobre isso que eu queria falar, Ruggero … — ele começa,
meio sem jeito.
Olho para os lados antes de continuar.
— Você já comentou com ela?
— Na verdade, valu me colocou contra a parede e me forçou a
dizer o que eu estava aprontando para você. Ela disse que iria me
denunciar para o pai dela se eu não contasse e, como esse cargo é
muito importante para minha carreira…
— Conte logo o que você fez, Matheus. — Já começo ficar
apreensivo com medo de cagadas.
Ele balbucia alguma coisa e em seguida fala:
— Nada. Eu só contei para ela.
— Ok. Mantenha os olhos bem abertos com valu.
— Deixe comigo.
— Mande os documentos para o hotel lá em Angra. Logo eu
estarei lá e precisarei deles para o casamento.
— Com quem está falando? — karol  pergunta, meio
desconfiada.
Eu gelo, mas tento parecer tranquilo. Quanto será que ela ouviu?
Viro, me despeço rápido de Matheus e sorrio para ela.
— Para o advogado, um amigo meu. Ele vai preparar a papelada
do casamento e entrar com um pedido de reconhecimento de
paternidade. Você vai precisar assinar uma procuração para ele fazer
tudo isso.
— Claro, depois traga para eu ler. Venha almoçar.

***
Ficamos na cidade por mais dois dias. Foi praticamente uma lua
de mel. Só não foi melhor porque os pais dela estavam com a gente.
Eu e karol  dormimos juntos, mas sem fazer sexo, afinal
Lourenço e Laura estavam no quarto ao lado. Vontade não me faltou.
Precisa ser muito forte para ter um corpão desses te abraçando de
noite e não poder fazer nada. Eu dormia e acordava de pau duro.
Durante os dois dias, eu, ela e Bernardo saímos para dar voltas,
conhecer a pequena cidade, olhar o mar e molhar os pés. É incrível
como Beni adora o mar e a praia, ele sempre fica eufórico, e a gente
sempre acaba deixando-o andar um pouquinho. Aquela típica imagem
de família: eu segurando em uma mãozinha dele, e, do outro lado,
Karol . Nós dois o segurando para que caminhasse na areia.
Em um desses dias, duas coisas muito boas aconteceram. Uma,
maravilhosa para mim, e a outra, evidentemente, para ela.
Encontramos uma pequena joalheria e comprei um anel para
Karol , mesmo ela insistindo que não queria. Eu posso dar o anel
mais caro para ela, mas preciso mostrar que sou um cara comum,
então dei um com uma simples pedra. Ela chorou olhando fixamente
para o anel no dedo.
Essa mulher me conquista a cada dia mais com pequenos
gestos, coisas aleatórias que ela faz sem intenção nenhuma de me
fascinar. É apenas ela sendo ela mesma.
No fim do dia, eu estava sentado na cama enquanto ela vestia
Bernardo. Ele levantou um brinquedo que eu comprei mais cedo para
ele e me entregou, ao mesmo tempo em que disse, bem nitidamente:
— Papá.
Karol  olhou boquiaberta. Eu também estava surpreso e acabei abraçando e dando um monte de beijos nele. Beni riu, se contorceu e,
mais uma vez, gritou:
— Papá!
***
— Quando você disse que o casamento era a solução, eu pensei
em uma coisa muito bizarra — karol  fala.
Estamos abraçados, dividindo o mesmo cobertor e o mesmo
travesseiro, um de frente para o outro. Já estamos em Angra,
chegamos há pouco. Todos estão dormindo e a gente ainda
acordados, planejando tudo o que está por vir. Ela está eufórica. Já
ligou para as amigas e para a cobra da Carolina , que achou a ideia do casamento
maravilhosa e, graças a Deus, já se mandou para Nova York. Não vai
estar perto do meu casamento. Agora, nada mais me segura.
— O que pensou? — pergunto, roçando meu nariz no rosto dela.
— Eu achei que você se referia a um casamento meu com o pai
de Bernardo, Ruggero .
Em um sorriso muito miserável, falso e montado, eu falo:
— E por que essa seria uma boa ideia?
— Sei lá. Eu teria sempre meu filho, e ele também teria o filho
dele.
— E é uma boa ideia?
— Pirou? Eu jamais quero sequer olhar para a cara dele. Só o
fato de ele ser ex da minha irmã já pesa. Eu tenho certeza que um dia
esse cara vai se dar conta que Bernardo nunca pertenceu a ele,
porque pai é quem cria e dá amor. Você será o pai do meu Bernardo.
Beijo-a e penso: Eu já sou pai dele, querida, e agora cabe a você
decidir se vai ou não continuar com ele, pois junto com o menino vem
um marido de brinde, que nunca se chamou Heitor.

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FELIZ DIAS DAS MÃES  PRA QUEM É  BEIJOS ATÉ A PRÓXIMA

Minha perdição   (Terminada )Onde histórias criam vida. Descubra agora