Naegami Week 2020

Dia 4: Cicatrizes | Feridas podem cicatrizar

Makoto chorava horrores no ombro de Byakuya. O herdeiro não sabia o motivo disso, afinal ele só fez uma simples pergunta. Uma pergunta indelicada…

…

Como todos sabem, Byakuya e Makoto, juntos dos outros, foram os seis sobreviventes da Vida Escolar Mortal. Dentre todos eles, Makoto era o que os fez não cair no desespero.

Entretanto, um dia, na Fundação do Futuro, Byakuya perguntara a Kyoko onde estava Makoto, a mesma respondeu que o mesmo estava chorando no próprio quarto. Byakuya estranho o fato, pois Makoto não era disso. Ao questionar Kyoko sobre isso, a detetive só disse: “O que você iria sentir ao se lembrar que todos que foram assassinados e todos que você disse que eram culpados eram os seus amigos na escola?”

Byakuya finalmente entendeu, Makoto se culpava pelo jogo de morte. Se ele não tivesse trocado de quarto com Sayaka, ou se ele tivesse a visitado na mesma noite, o jogo nunca iria ter iniciado. Depois do assassinato de Sayaka, Mukuro foi morta e Makoto teve que dizer que Leon era o culpado por ter matado Sayaka. Mais e mais assassinatos foram acontecendo, e mais Makoto dizia quem era o culpado, e ele quase foi executado. Mas no fim, ele estava cheio de esperança e fez com que todos não desistem dela, assim virando o “Super Colegial Esperança”. Não era tão ruim, afinal eles eram desconhecidos. Até aquele dia em que a Fundação do Futuro trouxe as memórias deles de quando estudavam na Pico da Esperança. Foi no mesmo dia em que Kyoko lhe contara aquilo.

Makoto carregava um fardo, não, uma cicatriz. Uma cicatriz que nunca sumirá, pois ela sempre estará na mente de Makoto. Makoto nunca iria se esquecer do desespero daquele jogo, nunca iria se esquecer de ter chamado os seus amigos de assassino.

Hoje, o Togami tinha ido visitar Makoto. Afinal, a esperança tinha sido restaurada, os Remanescentes do Desespero pararam de fazer desespero, a Caçada dos Demônios na Cidade Towa tinha terminado, o mundo estava em perfeita paz e harmonia. Além disso, Makoto e Byakuya começaram a namorar, e Byakuya foi até a casa de Makoto para passar o mês com ele.

Quando os dois estavam na cama de Makoto, conversando sobre diversas coisas, Byakuya perguntou:

— Está tudo bem com você?

— Ué? Eu disse que estava bem quando te recebi.

— Makoto… Kyoko me contou que você ficou chorando muito, após receber as suas memórias de volta… Está bem mesmo…?

O sortudo formado ficou calado e começou a chorar. O choro de Makoto era algo, muito alto. O pequeno sofria.

— M-makoto!?

— M-me desculpe… Eu odeio essa merda de cicatriz, Kuya! Eu me odeio! Se eu não tivesse trocado de quarto com a Sayaka…! Eu… eu… eu disse que os meus amigos eram assassinos…

— A culpa não é sua. É culpa daquela vadia, que ela queime no inferno.

— M-mas…

— Além disso, todos foram enganados, assim como você. E… isso não é uma cicatriz. Você está como se a ferida ainda estivesse aberta.

— Mas ela está…

— Pois supere. Você acha que todos queriam você assim? — Makoto limpou as lágrimas.

— E-eu…

— Deixe cicatrizar, Makoto. Supere isso. Deixe essa ferida psicológica virar uma cicatriz psicológica…

— Tentarei… — Makoto limpou as lágrimas e depois partiu em cima de Byakuya. Os dois começaram a se beijar. O som emitidos de seus corpos era ouvido pela vizinhança. Os sons, o prazer, o suor, tudo conectava Makoto à Byakuya.

— Por que você fez isso…? — O herdeiro perguntou. — Você nunca teve coragem… E era virgem… Por que agora…?

— Eu quero me lembrar que essa “ferida” cicatrizou no dia mais especial da minha vida… — disse Makoto.

— Você é esquisito e idiota.

— O esquisito e idiota que você ama… — deu um beijo.

— Sim… isso mesmo...