Quando Luffy abriu os olhos a única coisa que viu foi neve. O chão onde seu corpo estava caído estava coberto por neve assim como as árvores ao redor. Levantou confuso e notou que havia em torno do seu pescoço aquele mesmo colar com pedra âmbar que parecia brilhar. Pegou-o com uma das mãos e o tocou, encantado pela beleza do mesmo, mas ainda assim não entendia o motivo de estar com ele.
Sem se importar muito com o que aquilo significava ou como havia ido parar ali Luffy deu de ombros e andou em meio à floresta notando o quão diferente do habitual o lugar ficava naquela estação do ano. Caminhou despreocupadamente por todo o local e sorriu com a paisagem, ele realmente adorava aquele lugar, porém suas orbes focaram na figura incomum de seu próprio corpo preso entre uma enorme pedra e um urso grande prestes a atacá-lo.
Luffy não precisou de muito para entender que estava revivendo, como já fizera outrora em muitos sonhos, o momento em que conhecera Law, quando o reconheceu e se sentiu conectado à ele pela primeira vez. Embora a estação do ano estivesse diferente, tudo era igual e um sorriso triste dançou por seus lábios ao ver a si próprio tão perdido nos olhos dourados do lupino e ele nos seus, ainda sentia o calor daquele momento aquecer seu coração.
Mas de repente toda a imagem desintegrou-se como poeira em sua frente e a única coisa que permaneceu em seu campo de visão, além da flora, foi um lupino ao longe, de pelos acinzentados e um pouco menor do que os que estava acostumado. Os olhos dourados semelhantes àquele que conhecia tão bem brilharam em meio à todo aquele ambiente alabastrino e Luffy se sentiu preso à eles; eram profundos e intensos, pareciam querer lhe dizer algo, todavia contrário a isso o corpo peludo se virou e correu para longe.
O único impulso do garoto foi correr atrás da figura que desaparecia em meio às árvores esbranquiçadas. Quando havia adentrado no interior da floresta seus olhos percorreram com sua genuína curiosidade por todo o local enquanto girava em seu próprio eixo em busca do corpo distinto.
– Isso foi um tanto incomum. - Ao ouvir uma voz repentina seguida de uma doce risada, seu corpo se virou para trás, dessa vez vendo uma bela jovem com cabelos castanho e olhos dourados que possuíam um brilho abundante de sabedoria sentada em uma pedra esbranquiçada.
– O que? - A confusão era visível nas orbes negras. Não conhecia a garota tampouco sabia do que ela falava.
– Como vocês se conheceram, foi peculiar. - A garota tornou a repetir. – Você correu para a floresta na primeira oportunidade, como se fosse atraído até ela, como se fosse guiado até ele.
Luffy nunca havia pensado nisso, mas com aquela frase a sua mente deu algumas voltas agitadas sobre o assunto. Quando, por simples impulso, voltou àquela floresta, mesmo com os pedidos anteriores dos seus irmãos para não ir até lá, sequer havia pensado nisso, apenas seguiu o caminho que já conhecia tão bem e lhe parecia certo, embora não frequentasse há tempos. Ele nem sequer lembrava a razão que havia discutido com eles, tampouco como se meteu na situação problemática com o animal, lembrava somente de como se sentiu ao vê-lo e de como aquele sentimento o acompanhou desde então, disso ele lembrava com clareza: o princípio daqueles encontros e de toda a história deles.
– E o que tem isso? - Obviamente havia sido algo único e especial aquele momento, mas ainda não entendia o que a garota tinha a ver com o assunto e onde ela queria chegar. – E quem é você?
– Essa urgência e atração ao ponto de seu corpo se guiar sozinho até um ao outro acontece depois da união, não antes. Por isso foi peculiar. - A garota sorriu gentil enquanto levantava e se aproximava, e Luffy não recuou. Ele podia não saber quem ela era, mas não sentia perigo provindo dela, não tinha medo. – Meu irmão realmente tem muito apreço por você para lhe dar isto.
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O lupino da floresta proibida
FanfictionLuffy, mesmo com as inúmeras proibições, insistia em ir à floresta proibida. Ele não conseguia evitar de sentir a necessidade sufocante de ver aquele lupino de pelos soturnos e orbes douradas o consumir. E agora, que enfim podia vê-lo e falar com el...