0.6- entre verdades e mentiras; à libertação!

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Jungwon p.o.v🐈

09/05/2021-dom.

Uma farsa. É isso que minha família é, uma enorme farsa e eu me pergunto como eles conseguiram carregar isso até agora.
Por que diz isso, Jungwon? Vou te explicar. Acho que nunca falei muito sobre o meu pai, certo?
Bem, tudo começou quando eu nasci, há 17 anos atrás.

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🦥

Era dia nove de fevereiro de dois mil e quatro. A família toda estava reunida em um só lugar e em uma só energia, bem, nem todos.
"Mas que saco! Você não presta pra nada mesmo!" - esse é Yang Jaeho, o pai de Jungwon.
"Ah, vai pra puta que pariu, Jaeho!"- e essa é Lee Sun-mi, a amada mãe de Jungwon.
Sun-mi estava nos nervos porque estava prestes a ganhar um bebê e seu marido não a deixava em paz.

Agora eles estavam atrasados e Jaeho estava culpando sua esposa por isso.
Ambos estavam nervosos, afinal, era o primeiro filho deles.

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Tinham acabado de chegar no hospital quando Sun-mi começou a ter contrações e foi rapidamente enviada para a ala de preparação.

Jaeho estava assustado e nervoso. Nunca pensou que teria que segurar a mão de sua esposa enquanto ela dava a luz ao seu filho, na verdade, nunca nem imaginou que se casaria com Sun-mi, não se via "preso" em um relacionamento sério.
Sun-mi era apenas um caso e nada a mais, isso até ela engravidar e seus pais os obrigarem a casar.

Eles eram muito novos, Sun-mi tinha dezessete anos e ele vinte e dois. Não havia amor envolvido nessa relação e isso era preocupante, pois, eles iriam ter um bebê, fruto de uma noite que seria passageira. Agora eles seriam obrigados a mudar de vida e dedicar ela toda ao bebê. Isso assustava Jaeho.

🐈‍⬛

Um ano havia se passado e era aniversário do nosso menino, do nosso pequeno Yang.
Novamente, a família estava reunida (agora, com um novo integrante), os avós de Jungwon brincavam com ele e enquanto isso...
"Mas que porra, Sun-mi!? Eu já te disse que eu não te traí!"
"Traiu sim! Eu tenho fotos suas com aquela vagabunda. Você acha que me engana!? Eu posso ser nova, mas não sou trouxa, seu canalha!"

Eles estavam discutindo mais uma vez, porém, dessa vez era uma situação mais grave.
Sun-mi estava possessa pelo ódio, atirava tudo o quê estivesse ao seu alcance pra cima do outro.
Eles gritaram, se xingaram, quebraram o quarto todo.
Jaeho não aguentava mais acumular tanta raiva e precisava descontar o que estava sentindo de algum jeito ou em alguém.
E veio o primeiro tapa.
"Você... Acabou de me bater? Seu filho da puta! Sai da minha casa agora!"- Sun-mi tinha o rosto vermelho pelo tapa recebido e estava arrastando o agressor para o lado de fora da casa.
Os pais de ambos já não estavam mais ali e nem o seu filho.
"Não precisa me levar até a porta, eu sei o caminho. Você pode até me colocar pra fora agora, mas eu vou voltar e vou levar o meu filho."
Sun-mi tremia pelo nervosismo, seu coração estava machucado por ter confiado em alguém que sequer disse que a amava.
Era aniversário de um ano de seu filho e acabou arruinando a festa do mesmo.

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Um mês havia se passado e Sun-mi perdoou o pai de seu filho na esperança de ter uma família feliz e completa.
Jaeho dizia que tinha mudado e que se arrependera de ter traído e batido nela. Mas suas atitudes não diziam isso.

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O tempo foi se passando, as traições foram acumulando, as brigas aumentando junto com as agressões e Sun-mi fingindo que estava tudo bem e levando a farsa de vida perfeita, até que ela desmoronou.
Sun-mi tentou se matar pela primeira vez e graças a Jungwon, ela não conseguiu por sentir o peso de ter que deixar uma vida para trás e então, para se alivar disso tudo, ela começou a descontar suas frustrações em seu filho que tinha apenas 5 anos.
Jaeho era um alcoólatra, adúltero e ainda era abusivo com sua esposa.

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Anos se passaram, Jungwon já estava com quatorze anos e a família estava em crise.
O pequeno Yang tinha sido diagnosticado com depressão e ansiedade.
Sun-mi via seu mundo cair enquanto Jaeho se perguntava o por quê daquilo estar acontecendo, já tinha muitos problemas para resolver.

🦥

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🐈

Meu pai havia traído minha mãe e não era a primeira vez, mas era a primeira vez que a minha mãe resolveu agir.
Ela pediu divórcio. Disse que estava cansada de ter que aguentar ele e de apanhar toda vez que - nas palavras dela - as prostitutas que ele contratava não fazia o trabalho direito.
"Eu já te aturei muito, Yang Jaeho. Mas agora eu estou me livrando de você e eu já pedi o divórcio e uma medida de proteção que proíbe você de chegar perto de mim e do meu filho. Pegue suas coisas e dê o fora, antes que eu chame a polícia."
Eu estava orgulhoso da minha mãe. Lee Sun-mi realmente é uma grande mulher.

Meu pai saiu de casa na força do ódio, gritando aos quatro cantos do mundo que iria voltar e me levaria com ele. Eu observava tudo pela janela.

Resolvi ir ver como minha mãe estava e me surpreendi quando olhei ela toda arrumada falando com o advogado dela no celular.
"Uau, dona Lee Sun-mi, você está divina! Alguma ocasião especial?"
"Ah meu pequeno, acho que você já deve saber o que aconteceu, certo? Está tudo bem pra você viver apenas comigo?"
"Antes com você do que com ele, estou feliz por finalmente ter se libertado dele! Eu te amo, Miya!"
Abracei ela com toda a minha força enquanto escutava ela soluçar.
"Finalmente, Wonie! Eu finalmente me libertei daquele monstro!"
Ela estava radiante. Brilhava mais que o sol.
Conversamos mais um pouco até ela mandar eu ir me arrumar, iremos a uma churrascaria comemorar o acontecido.

Bom, eu vou indo. Até mais, amigo diário.

ᴛʜᴇ ʟɪɢʜᴛ ʙᴇʜɪɴᴅ ʏᴏᴜʀ ᴇʏᴇs. [jaywon]Onde histórias criam vida. Descubra agora