Lixão

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Apelidado de sistema amarelo devido à estrela que os terráqueos chamam de Sol, encontrava-se a maior parte dos humanos, o resto migrou pela galáxia fazendo instalações, bases e até mesmo colonisando planetas, lá mesmo, além da Terra, os seus vizinhos são continuamente usados para se obter minérios e lazer.
Dentro deste planeta, antes rico em oceanos e florestas vívidas, localiza-se a Nova Ordem Territorial. Apesar de ser venerada e tratada como uma espécie de religião, a maioria dos seres humanos a detestam com determinação.
Adentrando a órbita empoeirada cheia de detritos espaciais passando algumas nuvens espessas de pura toxicidade um objeto negro em forma de cápsula rasga o ar pútrido, chegando em seu provável objetivo não se deixa de se observar até onde estende-se, imponente, uma enorme muralha de metal claro como marfim e luzes azul-brilhantes. É claro o contraste com o laranja enferrujado que se expande pelo lixão, não um depósito de lixo, mas o lar de mais de 80% da população global, sendo conhecido por esse nome. Prédios que foram feitos para acomodar mil residentes, ocupavam o triplo e foram precariamente construídos com ferro barato, que oxidava graças a tortura temporal, eram vistos por todos os lados. Extremamente populosa, beirando sempre quarenta graus e tóxica a níves quase inabitáveis era uma cidade que mais parecia o inferno, se é que ele seria pior, as casas de entulho metálico eram "coladas" umas com as outras e empilhadas como caixas de papelão resultando em vielas e ruas escuras e apertadas, essa visão triste é interrompida por uma sequência de bipes eletrônicos.

- MALDITA COISA!! NÃO QUERO OUVIR O SEU MALDITO TOUR - grita o homem dentro da cápsula enquanto aperta desesperadamente uma sequência de botões.

- sequência de pouso danificada. Ativando modo emergencial, por favor aperte o cinto - diz uma voz robótica

- Só pode ser brincadeira - fala incrédulo.

O vento começa a entrar no ambiente apertado e úmido que é o interior do agora inativo sistema de fuga enquanto se aproxima mais e mais do solo, o som do metal rangendo e as partes sobressalentes voando, são um belo sinal de perigo para a pessoa lá dentro

- Eu nunca mais compro nada daquele desagrado do Ron - o vento abafa sua voz deixando a inaudível

- impacto em três - alerta a I.A - Filho de um wock leiteiro!! - resmunga o passageiro certo de sua morte.

La embaixo os sucateiros já se preparam para sua nova fonte de renda, já era normal para eles coisas caírem dos céus, mas, não naquela velocidade,

- Corram idiotas - grita um deles com a voz tão rouca que parece que suas três refeições diárias são cigarros.

Com um estrondoso acerto, abrindo um buraco circular em uma casa decrépita e desmoronando uma pilha gigante de asas velhas de cruzadores, o objeto estava impressionantemente intacto sob o chão batido de terra negra infértil, como moscas em um pedaço de excremento os sujos habitantes rodeavam o estranho corpo metálico, um deles chega perto, porém perto demais a porta da sonda voa com velocidade para frente acertando e esmagando o crânio do infeliz, todos pararam atônitos enquanto o misterioso homem saia de dentro da agora aberta sonda espacial, o traje negro cheio de placas metálicas gastas, o capacete militar com visor vermelho e uma pintura que lembrava a boca de uma besta, a capa preta que ia da cabeça aos pés e o rifle de plasma deixavam a figura extremamente aterrorizante para os sucateiros.

- Q..Q...QUEM É VOCÊ??!! - berra um jovem com um velho e enferrujado rifle de ferrolho em cima de uma pilha de sucata velha de uma nave antiga.

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⏰ Última atualização: Apr 16, 2023 ⏰

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