A carta - capítulo 10

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Lilith Hastings




Depois de chorar horas na torre de astronomia finalmente arranjo forças pra levantar do chão de onde estava sentada.

Chorei por mim, chorei por Aidan, chorei por meu pai e pior, chorei por Grindelwald. Eu não aguento mais os pesadelos, não aguento mais a dúvida de não saber se meu pai está me escondendo algo. Por isso decidi que chorar não vai ser mais uma opção, eu preciso descobrir se são apenas sonhos, e principalmente, descobrir a verdade sobre a minha mãe.

Saio da torre e desço as escadas, caminho rapidamente para a comunal da Sonserina, o toque de recolher já havia batido, o que significava que os monitores podiam estar a qualquer lugar do castelo a esse horário.

Quando estou próxima à porta da comunal da Sonserina, tenho o desprazer de encontrar Tom Riddle novamente.

"Ainda fora da cama Hastings?" Perguntou antes de encarar atentamente meus olhos "Estava chorando?" Continuou, dessa vez com a atenção redobrada sobre mim.

"Não eu só estava..." Tento pensar em uma boa desculpa, mas nada, minha mente ficou em branco, não esperava pela pergunta.

"Venha, vamos logo para a comunal antes que outro monitor te veja aqui" Disse pegando na minha mão e me puxando em direção as masmorras.

Fico surpresa por ele não me levar para o diretor Dippet ou não me dar alguma advertência.

"Por que não me delatou?" Perguntei intrigada enquanto nos aproximávamos cada vez mais da porta.

"Fiquei com preguiça de ir até a sala do diretor Dippet" Respondeu simplesmente, solto uma risada e o percebo sorrir levemente.

Ele murmura a senha e a grande porta a nossa frente se abre, nos dando passagem para adentrar a sala.

"Obrigada" digo quase em um sussurro quando paramos de frente para a escada que levava ao dormitório feminino.

"Pelo o que?" Perguntou franzindo a testa.

"Por me acompanhar até aqui."

"Eu te disse, estarei sempre aqui" ele suspirou olhando profundamente em meus olhos "O que achou da festa? Você me disse para perguntar no fim da noite e agora eu quero saber"

"Bem, foi muito agradável, tirando o fato de um certo rapaz ter me tirado para dançar sem ao menos me fazer um convite decente"

"E esse rapaz, como ele é? É bonito? Forte? Poderoso? Ele dançou bem?" Disse debochado enquanto eu ria.

"Sim, ele é muito bonito, apesar de sempre estar com o humor de um velho ranzinza" digo rindo enquanto ele revira os olhos com um sorriso divertido.

Antes mesmo que Tom abrisse a boca para dizer algo, uma voz no topo da escada do dormitório masculino nos interrompe.

"O que pode ser tão engraçado a ponto de quase fazer o dormitório inteiro acordar com uma risada?" Perguntou Lestrange descendo os degraus lentamente, os olhos dele alternavam entre mim e Tom, parando finalmente em Tom ao chegar no chão, ficando diante de nós.

Os dois se encararam em silêncio, como se estivessem duelando mentalmente, por um momento pensei em usar legilimência neles, mas logo essa ideia foi afastada quando Tom abriu a boca para falar.

"Algo que definitivamente não é da sua conta Lestrange."

"Acho que já vou indo pra cama-" comecei a falar mas logo fui interrompida por Lestrange.

"Não! Fique." Disse quebrando o contato visual com Tom e finalmente olhando em meus olhos.

"Amanhã a gente conversa Lestrange, boa noite." Digo rudemente subindo os degraus e indo em direção ao meu dormitório.





Predestinados - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora