Escape - One-shot - [Vladimir x leitora]

Escape - One-shot

O Aaron chegou essa manhã, após dias de buscas, com o Vladimir apoiado em seus braços, este, que estava com diversas queimaduras, ferimentos e hematomas espalhados por todo o seu corpo. Mandei que subisse com ele até o seu quarto e que eu já chegaria pra cuidar dos seus danos.

Parei em frente a porta do seu quarto que estava entreaberta esperando minha chegada. Empurrei a porta com cuidado para não derrubar a bacia com água e o pano da minha mão.

Quando entro no quarto vejo ele sentado na cama de costas para mim, sem camisa. Assim que ouviu o ranger da porta ele virou a cabeça rapidamente na minha direção.

Eu paralisei por alguns segundos, presa em seus olhos que não via já faziam dias.

-Encosta na cama, por favor - pedi-lhe.

Vladimir sustentou o olhar por mais alguns instantes antes de acatar meu pedido. Eu me aproximei da cama em passos lentos tentando acalmar a raiva e a ansiedade que percorriam todo meu corpo deixando minhas mãos trêmulas.

É muito bom vê-lo. E tudo o que eu queria agora era pular em seus braços, mas eu não podia perdoá-lo agora, não podia perdoar ele tão facilmente. Ele me deixou aqui, ele fugiu de mim. Fugiu dos meus sentimentos.

Sentei na ponta da cama de forma que eu tivesse visão total do seu abdômen castigado. Peguei o pano e mergulhei na água morna da bacia e torci o tecido logo após para tirar o excesso de água. Antes que eu pudesse começar a lavar seus ferimentos ele se pronunciou:

-Você está linda.

-Não estou linda, não tente me enganar. Estou com a mesma roupa e o mesmo penteado de sempre. Poupe seus esforços. - disse sem exaltar minha voz.

Vladimir coçou a garganta e endireitou a coluna. Era melhor assim, que ele ficasse quieto, senão as lágrimas que seguro desde o momento que ele entrou pela porta da mansão, iriam cair.

Enquanto eu lavava um ferimento em seu pescoço ele segurou delicadamente a minha mão, fazendo com que eu olhasse para ele. Ele sustentou o olhar, ele me olhava com muita atenção. Parecia que estava me estudando, procurando uma forma de começar e ao mesmo tempo parecia gravar cada pedaço do meu rosto em sua mente.

Ele franziu a testa por um momento e indagou: -Tens dormido direito? Está com olheiras.

-O que você acha? Passou dias fora e achou que eu iria dormir tranquila? - soltei de forma rígida.

-Não passei tanto tempo fora porque quis. Eu tive problemas. Estava de cabeça cheia, distraído. Caí de um barranco, fiquei exposto a luz e fui atacado por alguns animais. Não tinha como voltar sozinho. - ele acariciou minha mão.

-Entendo o que passou. Mas não justifica o que você fez, se não tivesse o feito teria evitado tudo isso. - tirei a sua mão de cima da minha e continuei meu trabalho. - Pode se inclinar um pouco para frente? Preciso prender seu cabelo pra cuidar das suas costas.

Ele se inclinou sem falar nada. Eu juntei todo seu cabelo fazendo com que ele suspirasse com meu toque e fechasse os olhos, e devagar e delicadamente prendi seus longos cabelos em um coque alto e firme. Comecei a passar o pano por toda a extensão das suas costas, até que, em um momento de impulso, raiva e indignação, pressionei com força o pano em seus machucados. Ele arqueou as costas e se virou com uma expressão de dor e confusão. Apertei o seu rosto com força usando apenas uma mão e fiz ele olhar diretamente pra mim.

Meu rosto já estava molhado com as lágrimas que tanto segurei, mas eu estava sufocada em dor e confusão, eu precisava de respostas.

Vendo a situação em que me encontrava ele suavizou a expressão e disse sem rodeios: