you should see me in a crown

Reencontros

~ Não possuo direito dos personagens de avatar: the last airbender ~

- Pode entrar, princesa Azula. - Um dos guardas do Palácio abriu a porta da sala do trono do senhor do fogo - Ele está a sua espera.
Azula foi em direção ao fogo vermelho e forte que escondia o rosto de seu pai.
- Como anda minha filha favorita?
A menina de 12 anos sorriu com o comentário e foi contar logo as boas notícias.
- Eu consegui criar raios no meu treino de hoje.
Azula não conseguia ver a expressão de seu tão temido pai, ele estava escondido por suas chamas poderosas e invasivas, mas pela resposta que deu, ele não se surpreendeu tanto como ela gostaria que ele tivesse:
- Já era a hora, essa técnica corre pelo nosso sangue, ficaria chateado se você se mostrasse igual a seu irmão e não conseguisse fazer um mísero raio.
Azula manteve a calma mesmo com a comparação esdrúxula.
- É claro que meu irmão não conseguiria nunca, ele é fraco, não é atoa que o senhor baniu ele.
Ozai deu uma risada forçarda e amedrontadora.
- É claro, Zuko não chega aos seus pés.

-

Azula encarava seu pai encolhido na cela da prisão, não havia mais fogo em seu olhar. Ele estava tão pequeno, tão comum, não parecia o mesmo homem que colocava medo em alguém apenas pelo olhar.
- Ora, ora, se não é a minha filha favorita.
- Olá, pai.
Ele foi em direção dela rastejando pelo chão da cela e a encarou:
- Está trabalhando para o Zuko agora? Jamais pensei que isso fosse acontecer, achei que você era mais forte.
Aquelas palavras, aquela expectativa que ainda existia em cima dela fez o coração de Azula se apertar. Ela não alcançou o que esperavam dela, ela não era perfeita, ela não forte.
- Onde esta ela?
- Por que eu te falaria já q vc tá trabalhando pra ele?
- Porque eu vou matá-la.
Ozai abriu o mesmo sorriso de quando soube da conquista de Ba Sing Se.
- Essa é minha garota.

-

Um dos guardas tirou Azula da cela de seu pai e a levou para a sala do  trono. Ela tinha a informação que Zuko precisava, ela ia usá-la de acordo com suas necessidades.

- Já conversou com ele? - Zuko desceu de seu  trono ingenuamente querendo as respostas de sua irmã - Onde ela  está?

- Não acha que precisa fazer algo primeiro?

Zuko sabia o que era, ele não queria mas era preciso. Tudo para ver sua mãe novamente.

- Tudo bem, eu vou te soltar. Só preciso chamar algumas pessoas primeiro.

Ele andou até uma das laterais da enorme sala e abriu a porta, de lá, surgiram diversas meninas vestidas de verde, com seus rostos pintados de verde e vermelho. As Guerreiras de Kyoshi. Entre elas, Azula reconheceu a menina magricela com uma trança enorme e com olhos grandes acinzentados cheios de alegria que nenhuma maquiagem era capaz de mascarar, Ty Lee.
- Elas vão te soltar, mas antes disso irão bloquear seu Chi.
- Que medida drástica, irmão.
- Necessidades drásticas, irmã.
Azula viu Ty Lee vir em sua direção, era notável que a guerreira estava tentando esconder o medo que ainda sentia da velha amiga. A princesa da nação do fogo se jogou para frente no intuito de assustar a amiga e esta logo golpeou Azula com seu bloqueio de chi.
- Que isso Ty, estava brincando com você como nos velhos tempos.
A garota começou a desamarra-lá e a colocou em pé sem antes direcionar um olhar furioso para a princesa.
- Não, não é mais como os velhos tempos.
Azula sentiu seu corpo leve por estar finalmente sem nenhum tipo de amarras, era só questão de tempo até o bloqueio de chi passasse e ela conseguisse se sentir ela mesma novamente.
- Ty Lee irá conosco na busca.
Zuko disse.
- Oi?
- Você é muito perigosa para lidar sozinho e além do mais, vou precisar da ajuda dos outros também para a busca, não dá só para ficarem de babá de você.
- Outros?
- Claro, meus amigos irão junto.
Mas que desgraça, a jovem pensou, ter que lidar com toda aquela gangue de idiotas e provavelmente viajar naquele bicho gigante nojento. Azula olhou para seu lado e viu sua mãe ali parada a encarando. Que seja, tudo para se livrar dela e voltar a ser a mesma de antes.
-
Depois que o time avatar chegou e Zuko explicou o motivo de Azula ir junto, a mesma forneceu a direção de onde sua mãe estava mas sem dizer a cidade específica é claro, ela não ia ficar sem uma carta na manga. Antes de subirem no bisão e decolarem, Ty Lee bloqueou novamente o Chi de Azula só por uma forma de precaução.
Quando já estavam no ar, Azula observou seus 6 companheiros de voos, eles conversavam e brincavam uns com os outros de forma tão natural, sem medo, sem precisar mostrar autoridade. A menina cega, Toph, se segurava no caipira não dobrador, Sokka, enquanto voavam. O mesmo questionava a afirmação da irmã, Katara, sobre ele ter ficado alucinado com o suco de cacto. Aang defendia a namorada mesmo estando guiando o bisão. Todo mundo ria e se divertia, Azula queria poder fazer parte daquilo. Você pode, é só se libertar dessa versão de você que você mesma criou. A voz da mãe dela surgia em sua cabeça. Não. Ela não podia. Ela não era assim. Ela não foi criada para ser assim. Ela é a princesa da nação do fogo, não importa se o próprio senhor do fogo está aqui e esta se divertindo, Zuko é fraco. Ela, não.
Azula olhou para o horizonte cheio de nuvens. Ela não podia mais ficar ali. Ela precisava fazer isso sozinha.
Então, ela se jogou do bisão e mergulhou nas nuvens.