Após uma semana desde de a volta de Visconde a Londres, Beatrice finalmente tomou uma decisão, ela então levantou cedo, pegou um dos cavalos e foi até o centro, lá ela encontra a banca de alistamento para a próxima batalha, ela entrou na fila e quando foi sua fez, o homem que cuidava dos alistamentos disse:
-A senhorita não pode se alistar, apenas homens podem lutar.
Beatrice então respondeu:
-Estou ciente disso senhor, mas não vim me alistar, vim aqui á pedido de meu irmão, ele gostaria de se alistar.
-Então porque ele mesmo não veio até aqui?
Beatrice, sabendo mentir como ninguém disse:
-Ele está viajando em nome de nossa família, a viagem durará mais que o esperado e ele não queria perder a chance então me pediu para que viesse por ele.
O homem que já era mais velho analisou Beatrice de cima a baixo, depois ele cochichou no ouvido de Beatrice:
-Não posso aceitar isso, mas te darei uma chance, apenas em honra a linda mulher que você é, mas não conte a ninguém, é um segredo nosso, está bem?
Beatrice sentiu nojo daquele homem, sua vontade era dar um tapa bem na sua cara, porém ela se controlou e apenas concordou com a cabeça, depois o homem perguntou:
-Qual é o nome de seu irmão?
Beatrice fez uma pausa e depois disse:
-Bernardo, Bernardo Smicht.
O homem anotou o nome na sua lista e disse:
-Prontinho senhorita, agradeça seu irmão pela contribuição ao povo da Escócia, assim que a data for estipulada avisaremos, volte quando quiser.
-Creio que não voltarei, apenas Bernardo, de toda forma, obrigada.
Beatrice saiu de lá com um frio na barriga, depois ela disse para si mesma:
-Já está feito, agora, o que e resta é rezar, treinar e provar para todos que sou mais que a filha do duque.
Chegando em casa ela foi recebida por Sophie:
-Onde foi que teve que sair assim tão cedo Bia?
-F-fui ao, ao...
-Ao?
-Passear! Apenas dar uma volta.
-Antes das 7 da manhã?
-Ás vezes é bom sair pra tomar um ar Sophie.
-Aham sei.- respondeu Sophie desconfiada.
Depois Beatrice foi para seu quarto e Sophie apareceu na porta com o palito de Visconde na mão dizendo:
-Esse não era o terno de Visconde? O que ele usou no meu casamento.
-É-é sim, ele mesmo.
-E porque ele estava no seu armário Beatrice? E o que significa esse bilhete pregado nele?
-É apenas mais uma brincadeira de Visconde, e o que foi também? Vai me perguntar de tudo agora? Depois do casamento parece que um espírito maternal desceu sobre você.
-Não há nenhum espírito maternal Beatrice, apenas quero saber o que houve, ou vai dizer que é normal o palito do meu irmão, que está em Londres, estar no seu armário? Fale logo o que há entre você e Visconde.
-Nada! Não há nada entre mim e Visconde, ele deixou o palito aqui como uma brincadeira porque eu havia dito que ele era feio.
-Então porque depois que deixou ele na estação você voltou chorando?
-E-eu não estava chorando.
-Olhe Beatrice, não sou sua mãe, na verdade estou longe disso, não preciso que você me conte sobre sua vida ou sobre o que deixa ou o que não deixa de fazer, se não quer falar o que houve não fale, mas não minta pra mim, sei que a semana com Visconde não foi só uma semana qualquer e sei que você não foi só passear hoje, mas não vou te obrigar a dizer o que houve, a vida é sua e você faz o que quiser dela, porém se acha que só porque eu me casei você não deve confiar mais em mim, devo te dizer que você está errada, ainda sou a mesma, porém com um marido e uma aliança no dedo.
Beatrice ficou em silêncio, então Sophie disse:
-Não vai me contar não é? Tudo bem, não quero te atrapalhar mais, com licença.
Sophie jogou o palito na cama e saiu do quarto, Beatrice o pegou e guardou no armário novamente, ela não sabia o que sentia por Visconde, e sobre a batalha, ela pensava que não era a hora certa. Depois ela correu até onde Sophie estava, a mesma estava tirando o leite de uma das vacas, Beatrice parou ao lado dela, que nem havia visto ela ali, então Bia disse:
-Eu não sei.
Sophie se assustou e depois perguntou:
-O que você não sabe?
-Não sei o que está acontecendo entre eu e Visconde, me desculpa, mas não tem o que contar, está tudo muito estranho.
-O que está estranho Bia?
-Ele não me odeia mais.
-Ah Bia, Visconde nunca odiou você.
-É, eu sei, mas não brigamos mais, antes provocávamos um ao outro, ainda fazemos isso, mas não é igual.
-Não consigo entender Bia, aconteceu algo entre vocês?
-Eu abracei ele Sophie, eu chorei quando o vi chegar, eu chorei por Visconde e chorei de novo quando ele foi embora, parece certo eu chorar pela pessoa que a um tempo atrás eu só brigava?
-Talvez ele seja mais que um adversário agora...
-Ah Sophie, em uma semana eu não fiquei brava com ele em nenhuma vez, hora nenhuma, nem quando ele não conseguiu pegar os ovos das galinhas, ou quando ele se molhou todo na hora de lavar as roupas, eu ri Sophie, consegue entender? Eu achei graça, mas não tem graça nenhuma em não conseguir pegar um ovo ou lavar uma roupa, o que isso significa?
Sophie tirou suas luvas e foi para o lado de Beatrice dizendo:
-Acho que significa que você está apaixonada...
-A-apaixonada? Não! Nunca, isso não combina comigo.
-Então me diga, o que sentiu quando entrou com ele na igreja.
-Medo.
-Medo de que Bia?
-Medo de fazer algo errado e...
-E?
-Decepcionar ele.
Sophie riu.
-Isso não tem graça Sophie.
-É engraçado ver que você está apaixonada, mas que não aceita.
-Eu não estou apaixonada, e mesmo que estivesse, não adiantaria nada, ele está em Londres, muito longe de mim.
-Bom, se caso se casarem, lembre-se de não comprar um vestido francês.- disse Sophie provocando a amiga.
-Pare Sophie!
-Está bem, parei, agora me diga uma coisa, e Ivan, ainda gosta dele?
-Nem sei mais Sophie, tá tudo tão confuso, homens são sempre assim, confusos e só me deixam nervosa, vamos parar de falar sobre isso está bem?
-Tudo bem, já parei, mas antes, obrigada por ter dito a verdade, pensei que depois do casamento você havia parado de confiar em mim, por medo de que eu contasse para Thomas seus segredos.
-Sei que você nunca faria isso, e eu sempre vou confiar em você, não se preocupe.
As amigas se abraçaram e depois voltaram para suas tarefas.
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Em busca da liberdade
General FictionEm 1800 nasceram duas garotas, destinadas certamente a serem diferentes das garotas daquela época, nesse livro acompanhamos toda a jornada de Sophie e Beatrice em busca da liberdade.