Capítulo 3. Calvin.

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Capítulo 3

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   Nós chegamos na casa deles e Calvin foi direto para o quarto.

─Willy, será que você pode continuar tentando falar com ele? Estranhamente ele te responde e... Sabe, ele não conversa com ninguém,  uma palavra sequer já é um grande avanço. -Miranda parecia esperançosa.

─Sem problemas. -Eu fui correndo até o quarto de Calvin, animado para essa minha nova "aventura".

Calvin me fazia querer entender ele, me trazia muitas dúvidas e até me fazia esquecer a questão sobre a "minha história". Bati na porta e lá estava ele sem responder novamente...

─Está passando mal de novo? -Perguntei apenas brincando.

─Vá se ferrar. -Foi o que ele respondeu.

Entrei no quarto e dessa vez tive tempo de explorar aquela única porta na qual eu nunca havia reparado, um quarto bem organizado, mas não como se alguém tivesse acabado de organizar, e sim como se ninguém tivesse mexido em nada a um bom tempo. Dentre toda aquela bagunça organizada, livros estavam em prateleiras empoeiradas.

─Você já leu eles? -Perguntei pegando um e abrindo.

─A senhora Gina não te ensinou a pedir permissão? -Ele perguntou tirando seus fones finalmente parando para prestar atenção.

─Sua mãe já me deu permissão para te atormentar. -Dei um pequeno sorriso.

─Se você está fazendo isso por causa dela, já pode voltar para sua casa.

─Tivemos um grande avanço, Calvin Gray me respondendo. Oh céus. -Disse ainda o provocando, ele apenas revirou os olhos e voltou sua atenção ao seu celular. ─O que você tanto faz no celular? -Disse indo até ele e sentando ao lado dele na cama.

─Não interessa. Não acha que está sendo muito invasivo?

─Para crianças mimadas a supervisão no celular é necessária. -Ele me ignorou. ─Hm... Você quer sair?

Ele me encarou por um tempo e então respondeu:

─Que aleatório... Não.

─Que pena. Você vai nem que seja arrastado. -Disse puxando ele, colocando chinelos em seus pés e o puxando novamente.

   Antes que ele pudesse reagir, levei ele até a parte debaixo da casa, passando pelas escadas e dei tchau para Miranda e minha mãe que ficaram paradas nos encarando como se algo realmente assustador estivesse acontecendo.

[...]

─Eu posso considerar isso um sequestro? -Em seu celular ele digitava o número da polícia.

   Nós estávamos caminhando tranquilamente...

─Caminhar tem vários lados bons. -Iniciei a operação mudar rotina de Calvin.

─Discordo com sua opinião. -Respondeu ele desligando o celular.

─Bom... Ao menos você não disse que não se importa ou que não pediu ela... Ou pior ainda, não me ignorou completamente.

─Bom, eu também não pedi ela.

─Vem cá. -Disse puxando ele até a ponte. ─Olha isso...

─Água? O céu? Nuvens?

─Não acha bonito? A água representa o inexplorado eterno, o céu o grande infinito...

─E as nuvens?

─Interessado?

─Não obrigado. -Disse revirando os olhos.

História De WillyWhere stories live. Discover now