A normalidade não me pertencia, e essa era a única coisa a qual tinha certeza. Desde que me conheço por gente, o meu lar é na Farm, um pequeno orfanato localizado na saída da cidade, onde a única coisa "anormal" que havia acontecido foi marcada pela...
No retorno para a casa de Elliott, Diego e Selina seguiram discutindo por um breve momento e então o carro havia se tornado um silêncio absoluto. O anfitrião encontrava-se adormecido, e minha esposa insistia para que tentasse usar os seus poderes para cauterizar a sua ferida, caso contrário, seria necessário refazer alguns pontos, mas como já era de se esperar, a sua tentativa foi falha.
Acontece, que a garota possui o poder de pirocinese. A capacidade psíquica que permite uma pessoa criar e controlar o fogo com a mente. Selina era a própria chama. O próprio fogo e aquilo não poderia feri-la. Ela era como uma fênix. O triunfo da vida e da morte, o eterno recomeçar. Simbolizando a vida e os seus ciclos, a esperança, o fato de que é preciso dar a volta por cima nas situações adversas.
E provavelmente era por isso que os suecos, assim como a Comissão a temiam.
Após refazermos os seus pontos, lhe foi dado alguns analgésicos para a dor e então a garota adormeceu rapidamente, devido ao cansaço. No momento em que retorno para a sala, onde está Diego, somos surpreendidos por três batidas à porta. Nós nos entreolhamos e então sigo em direção para atendê-la.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
- Ora, ora, ora... – Sorrio sarcasticamente enquanto observo a nossa ilustre visita.
- Cale a boca. – Luther responde-me rispidamente enquanto se adentra ao interior da casa de Elliott, sem ao menos ser convidado.
- Luther? – Diego se surpreende enquanto Luther se aproxima segurando uma pequena mala e um abajur e senta-se ao sofá – Dia ruim, hein?
- Sim.
- O que está fazendo aqui, Luther? – Eu o questiono ao fechar a porta e então dirijo-me até eles – Da última vez você deixou bem claro de que não dava a mínima para o apocalipse que vamos enfrentar.
- Digamos que... Fui expulso. Não tenho onde ficar.
- Poderia ter aparecido antes, não é? – Diego o questiona – Levamos uma surra.
Luther observa atentamente o local e então dirige seus olhares à mim.
- Onde estão Selina e Vanya?
- Vanya voltou para a fazenda.
- E Selina?
- No quarto.
- A garota quase morreu. – Diego comenta enquanto tento evitar estes tipos de pensamentos.
Luther franze as suas sobrancelhas.
- Como assim, quase morreu?
- Estão atrás da gente, Luther. Principalmente dela.
- Quem?
- Uns sociopatas holandeses. – Diego o responde.
- São suecos, idiota. – Eu digo ao revirar os meus olhos – Mercenários pagos para nos matar antes que causemos mais danos nesta linha do tempo.