- Olá? - A voz da garota ecoava na escuridão. - Dr. Brenner? - Ela diz assim que tudo ao seu redor começa a ficar iluminado.
Ela estava em um dos corredores do Laboratório, mas parecia diferente, com tudo destruído, musgos e cipós nas paredes e no chão. Toda a atmosfera do lugar parecia diferente também.
- Tem alguém aí? - Ela cruza os braços na tentativa de se aquecer. - Está frio... - Ela pôde escutar um som agudo e alto. - O-olá? - Ela se vira.
De repente, uma criatura monstruosa aparece no fim do corredor. As mãos eram horríveis, com garras imensas, as mesmas que a ruiva havia visto saírem do armário naquele dia. Sua cabeça era uma boca gigante de cinco lados. A criatura vinha em sua direção.
- Não... - Six fechou os olhos enquanto a criatura se aproximava, pensando que aquele seria seu fim.
Ao abrir novamente os olhos, a garota estava deitada em sua cama e logo pensou: "Foi só um pesadelo."
Ela passa a mão na cabeça e suspira profundamente.
- Dane-se, papai. - Ela diz, se levantando da cama e indo em direção ao armário.
Suas roupas eram todas iguais: camisas e calças brancas, como as roupas de um enfermeiro de hospital.
[...]
A ruiva estava na biblioteca do laboratório, que na verdade era mais uma parede coberta por prateleiras cheias de livros, com algumas mesas e cadeiras. Um guarda estava na porta, observando a menina que lia atentamente um livro bastante peculiar: "Carrie, a estranha."
- Olá, Francine. Posso me juntar a você?
Ela levanta o olhar e vê a última pessoa que gostaria de ver naquele momento: Three.
- Leitura é coisa de uma pessoa só! - Ela responde seca, voltando sua atenção ao livro.
- Eu quis dizer... conversar... Nós nunca esclarecemos as coisas... - Ele tenta se defender. - Além disso, eu pensei que as coisas poderiam ser um pouco menos difíceis sem as gêmeas entrando na conversa.
Six continuava a ler seu livro, mas logo pensou que seria melhor resolver aquilo de uma vez por todas, afinal, ela não conseguiria evitá-lo para sempre, já que os dois estavam presos naquele lugar.
- Tudo bem, Three. O que você quer conversar?
- Você não me perguntou ainda. - Ele se senta ao lado dela. - Mas eu sei que você quer.
- Então tá bom. Por que você está no programa? O que você pode fazer?
- Não é nada realmente chique, não como você. Não é como ver o futuro. - Ele tenta aliviar a tensão, mas a ruiva permanece com o olhar sério.
- Vamos apenas dizer... - Ele faz uma pausa, buscando as palavras certas para tentar amenizar as coisas com a garota. - Eu posso ser muito bom com as pessoas, posso fazer com que gostem de mim... confiem... posso fazer com que se abram pra mim...
- Como eu fiz...
- Não...! Eu não quis dizer... - Ele percebeu que falhou tentando consertar as coisas. - Eu nunca usei isso em você, eu juro!
- Então você pode controlar? - Ela fala, cruzando os braços.
- Eu ainda tô trabalhando nisso, por isso que eu tô aqui... Mas o programa me ajudou muito e eu sei que eles podem te ajudar também.
A ruiva realmente não se importava com nada que Ricky falava, o sentimento de traição dentro dela era maior que qualquer tentativa do garoto de fazê-la voltar atrás. Conseguia pensar apenas em como havia sido idiota e ingênua confiando nele, pensar que ela chegou a ter sentimentos por ele...
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Stranger Things: SIX
Science FictionFrancine, uma adolescente com o dom de ver o futuro, lutou por uma vida inteira de exploração: primeiro por seu pai, que quer lucrar às custas dela, e depois pelo Dr. Martin Brenner do Laboratório Nacional de Hawkins, que quer se aproveitar não só d...