Magnus podia ouvir o ruído oco das balas, que atingiam os vidros e a lataria da sua picape com alto sistema de blindagem enquanto ele dirigia velozmente sobre o asfalto.
Tinha saído sozinho naquele dia, portanto não podia deixar outro conduzir o volante e se esgueirar pela janela, enchendo o carro que o perseguia de tiros de fuzil.
Mas ele já sabia como escapar da situação: seguiu até a entrada da velha e conhecida estrada coberta pela lama, então entrou com tudo no lamaçal.
Magnus conseguiu guiar muito bem o seu veículo com tração nas quatro rodas pelo caminho, sem maiores dificuldades. Mas o carro comum que vinha atrás dele logo atolou no barro, tornando impossível que pudessem continuar a segui-lo.
— Yeah! Uhuu! Isso é para vocês aprenderem a não mexer com Magnus Bane! – comemorou ele, aos gritos e batendo com as mãos espalmadas no volante.
Depois de seguir dirigindo sobre a lama por alguns minutos, ele entrou no atalho entre as árvores, que facilmente passaria despercebido se você não soubesse exatamente onde ficava. Acelerou ainda mais, ansioso e sabendo que também era esperado com ansiedade.
Não demorou muito para avistar o pequeno chalé de madeira escura, com o tradicional telhado de duas águas e a aparência charmosa e rústica. Seu coração acelerou, como sempre acontecia quando estava chegando em casa.
Magnus estacionou sobre o gramado em tom de verde vivo na frente da construção, e desceu da picape, já pescando o molho de chaves do bolso.
Assim que destrancou e abriu a porta, deu de cara com Alec, em pé em um dos cantos do cômodo. Segurava a pistola automática que ele havia lhe dado meses atrás e tinha uma expressão de alerta no rosto.
— Ei, calma aí garotão! – disse Magnus, erguendo as mãos em um gesto defensivo. – Sou eu!
O alívio inundou o rosto do outro, que largou a arma em cima da cornija da lareira e correu até ele, se atirando em seus braços e lhe cobrindo o rosto de beijos.
— Magnus! Eu pensei que você estivesse morto! – disse, com a voz cheia de pavor.
Ele riu, antes de retrucar:
— Você sempre pensa que eu morri, Alexander. Cada vez que saio para resolver algum assunto referente aos meus negócios fica paralisado com a possibilidade de que eu não volte mais para você. Mas eu voltei, baby. Estou aqui, são e salvo. – afirmou Magnus, segurando o rosto dele entre as mãos, cheias de calos pelo manejo constante das armas.
Se o dissessem há alguns anos que um dia ele esperaria ansioso pela hora de voltar para casa, Magnus provavelmente daria gargalhadas na cara do indivíduo. Ele nunca foi o tipo de homem que se apegasse a nada nem ninguém, que se deixasse envolver completamente por outra pessoa. Seu estilo de vida nem lhe permitia isso, aliás.
Mas tudo mudou quando acabou se ferindo seriamente durante um assalto. Depois de dirigir por horas a fio, perdendo sangue direto, se viu obrigado a parar em uma cidadezinha do interior. Precisava passar em uma farmácia, comprar algumas coisas e cuidar dos seus ferimentos.
Assim que entrou no estabelecimento e começou a revirar as prateleiras, em busca de fio e agulha de sutura, gaze, antisséptico e esparadrapo, acabou chamando a atenção do atendente.
Ao vê-lo segurar a lateral do abdômen por cima da camiseta ensanguentada e com o rosto franzido de dor, Alec ficou alarmado e se aproximou, perguntando o que tinha acontecido e se ele precisava de ajuda.
Obviamente Magnus mentiu, dizendo que havia se machucado durante uma briga em um bar. O farmacêutico aceitou sua explicação sem mais perguntas e se ofereceu para cuidar do corte, lhe dando pontos e preparando um curativo. Cansado e com dor, Magnus acabou cedendo e aceitou a oferta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Shot (Malec Lemon)
FanfictionMagnus é um dedicado chefe de gangue, que faz de tudo para proteger aos seus comparsas, mas mantém o coração guardado em um chalé perdido no meio da floresta, aos cuidados de alguém muito especial.