Não consigo filtrar exatamente como eu cheguei neste estado que me encontro no momento. O grande roteirista do setor de moda que foi traído pelo editor de imagem da emissora, mais conhecido como seu noivo, Park Seojoon. Nunca imaginei que depois de 27 anos estaria sentado na área de lazer do quarto andando com uma xícara de café em mãos, olhando para a parede cimentada e sem vida, assim como se encontra meu interior.
Estou petrificado.
Acho que pode ser uma reação normal de quem acabou de encontrar o noivo de três anos transando com uma colega de trabalho, no caso do meu próprio setor, na sala de reuniões onde sempre almoçamos juntos. Não sei dizer bem se foi sorte ou azar eu ter visto isso. Contudo, considero que foi necessário, pois de certa forma a gente sempre sabe quando essas coisas estão acontecendo, mesmo que seja lá no fundo.
Faz cerca de um mês que ele tem dormido fora de casa por causa de "trabalho" e eu até fui acreditando no começo, mas quando amamos uma pessoa, nosso subconsciente automaticamente tenta anular esses tipos de pensamentos e sempre ir atrás do que é seguro. E bem, foi isso que aconteceu. Jimin até tentou me alertar sobre isso, lembro que uma vez ele disse que Seojoon não estava na emissora. Porque veja bem, Jimin é âncora do programa de moda e às vezes ele fica até tarde para ensaiar e acertar as coisas. E mais uma vez, eu achei que estava tudo bem.
Talvez eu precisasse de um empurrãozinho para abrir os olhos, e foi isso que eu recebi, um empurrão de mim mesmo. Mas agora eu estou sozinho sentado nessa poltrona horrível e desconfortável, pensando em tudo que eu vi e em tudo que eu não quis ver durante todo esse tempo.
Por quê? Desde quando? Ele iria me contar algum dia? Foi só uma vez?
O clássico início de uma pessoa que foi traída em negação. Mas não entenda errado, eu não vou perdoar. Tampouco tenho forças para fazer alguma coisa agora, portanto, irei fazer o que me convém neste momento. Irei ligar para minha mãe e pedir para sair mais cedo.
Essa era a saída mais fácil na minha cabeça.
Depois de passar cerca de uma hora e meia com minha mãe no telefone, acho que tenho um caminho pra seguir depois de ouvir a única pessoa no mundo que pode me abrir os olhos. E o conselho dela foi o mais simples possível.
Mandá-lo embora e me reconectar comigo mesmo.
Por que ela disse isso?
Confesso que isso ficou martelando em minha cabeça durante todo o tempo; eu me perdi por um amor que no fim não valia a pena. E parando pra pensar, acho que já tinha esfriado dos dois lados, não sei se conseguiria responder sim se me perguntassem se o amo do jeito que amava quando nos conhecemos. O amor às vezes é uma coisa muito engraçada, né? Eu achei que estaria pior depois de descobrir que sou corno, contudo, parando pra pensar direito, acho que estou sofrendo menos do que deveria.
Nada no mundo justifica uma traição. Nada no mundo é capaz de recuperar a confiança que você construiu com seu companheiro, mas ainda assim eu acho que fico feliz por não estar sofrendo. Não desejaria sentir essa dor no coração nem para o meu pior inimigo. Mas acho que o fim, mesmo nessas circunstâncias, ainda era necessário.
Algumas coisas têm prazo de validade, e meu relacionamento infelizmente é um.
⛓️
Já se passaram 4 meses desde que minha vida virou de pernas pro ar. No bom sentido. Confesso que estou me sentindo muito bem por ter tomado o controle da minha vida por completo. Me sinto bem por não estar me atolando de trabalho como sempre fiz quando algo dava errado, e me sinto ainda mais radiante por ter finalmente colocado todas as cartas na mesa e resolvido tudo como um adulto, com maturidade e razão.
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❝LET ME PAINT YOUR BODY❞ | VHOPE
FanfictionDepois de uma reviravolta na vida de Taehyung, ele acaba por cruzar o caminho de sua grande paixão do ensino médio, o capitão do time de vôlei descarado, Jung Hoseok. Transformando esse reencontro em uma bagunça de cores aos arredores da Índia. PWP...