All I Want - Blon

and I just can't imagine, how you could be so okay, now that i'm gone

> Esse capítulo contém gatilho <
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Narrado Por Hermione Granger.

- Pelo menos para mim, ser trans é espiritual. Você sabe, não é religioso, não é, tipo, para alguma congregação. É para mim. É meu. Pertence a mim. - suspiro sorrindo um pouco. - E eu nunca quero ficar parada. - sorrio. - Tipo, eu quero estar viva. Quer dizer, é sobre isso que sempre foi, é tipo... - faço uma pausa. - Permanecendo viva.

Lembro de estar deitada em minha cama, abraçada em um travesseiro vendo Parkinson se vestir. Ela olha pra mim, com um breve sorriso.
- O único problema é, hum... Eu posso ter perdido Pansy ao longo do caminho. - minha voz deu um certo vacilo.

- O que você quer dizer?. - Dray pergunta, preocupado e curioso.

- Só que, tipo, eu, eu mandei um monte de cartas para ela, um monte de vezes, e, hum, ela não correspondeu há elas, e... - minha voz novamente falhou, e eu segurei as minhas lágrimas, que já estavam querendo sair. - Tipo, eu acho que... Eu acho que realmente estraguei tudo. - olhei com o cenho franzido para o loiro a minha frente, tentando não chorar. - Mas tipo, eu estava em pânico, tipo, eu estava realmente em pânico. - dou de ombros, já sentindo uma lágrimas descer pela minha bochecha. - Sem, tipo, ficar melodramático... - olho fixamente para o chão, não querendo encarar Draco. Ficando em silêncio.

Um silêncio desconfortável.

- Tive seis meses realmente difíceis. Tipo, voltar para cá foi muito difícil. - ainda com o cenho franzido, continuo. E assim, eu não sei. Só meio que... Um monte de merda aconteceu de uma vez. E... Tipo, eu só surtei. - disse encarando o teto. - Tipo, eu entrei em pânico, e eu senti que se eu, se eu não saísse, eu iria morrer, porra.

- Quão?. - Draco faz outra pergunta, abismado mas sem demonstrar algum sentimento em seu rosto.

Balanço a cabeça tentando pensar exatamente quando.
- Hum, talvez seja tipo, um pouco difícil para mim falar sobre agora. - digo desconfortável.

- Você estava pensando em se machucar?. - sua voz baixa questionou, ele ainda estava sério, mas eu tom de voz era de preocupação.

Eu estava mechendo em minhas mãos, nervosa. Olho para ele, sem demonstrar algum rastro de fraqueza ou emoção.

Suspiro, olhando para o lado.
- Quero dizer, hum... Há uma diferença entre pensando em se machucar, e, uh, ah... Querendo se machucar. Mas... Acho que esta lacuna estava diminuindo... - fico um tempo quieta, e vejo se ele queria falar, mas ele também fica em silêncio, esperando eu dizer algo. - Então, eu corri. - meu queixo começou a tremer. - E eu deixei alguém, tipo, que eu realmente amo, para atrás. - mais lágrimas começaram a descer.

Coloquei minhas mãos em meus olhos, tentando parar de chorar.
- Desculpa. Hum, eu não sei por que estou chorando. Uh...

- Porque dói. - ele responde, como se aquilo fosse óbvio.

E era.

- Sim. Hum... - eu não conseguia parar de chorar, e isso me incomodava. Eu engoli saliva, tentando parar. - Droga. Como, ao mesmo tempo, estou, tipo, com muita raiva de Pansy. Sinto-me como... A sobriedade dela é, tipo, completamente dependente de quão disponível eu estou para ela. Você sabe? Tipo, ela me pedia para dormir, e eu dizia não por, tipo, qualquer motivo, porque era a porra de um dia, de semana ou algo assim. E... Eu apenas.. eu sentiria, tipo, esse peso, tipo, esse peso enorme sobre meus ombros, e eu acho, tipo... Tipo, e se ela tiver uma recaída, sabe? Tipo, e se ela tiver uma recaída porque eu não estou lá?.

Suspiro, totalmente cansada daquilo tudo. Draco vem me abraça, fazendo um leve carinho em meus cabelos, tentando me acalmar.

- Pansy sabe o que faz, ela irá te desculpar, ela não irá ter uma recaída porque você não está lá, você não precisa desse sentimento de culpa. - estávamos no lago. - Vou te contar uma história.

Narrado Por Draco Malfoy.

- Eu já fui feliz, contente, nadando livre na minha própria piscina primordial, mais um dia, por razões que fugiam do meu controle, eu fui esmagado repetidamente, de novo e de novo, pela cérvix cruel da minha mãe Narcisa. - sentei de pernas cruzadas, contando para Hermione a minha história.

"Eu acho que ele sofre de transtorno obsessivo-compulsivo"

- Eu nunca sofri nenhum abuso físico. - expliquei.

"Déficit de atenção"

- Nunca me faltou nada em casa. - expliquei novamente.

"Transtorno de ansiedade generalizada"

- E também nunca fui ministrado por um parente. - eu ri, sem humor.

"E possivelmente transtorno bipolar".

Olhei para ela, frio, sem sentimento algum.

- Eu não me lembro muito dos meus quatro anos aos meus doze anos, só lembro que o mundo passava rápido e o meu cérebro era mega devagar... E sempre que eu prestava muita atenção na minha respiração, eu morria. - Hermione me olhou, pedindo para continuar, vendo que a minha voz estava falhando igual a dela minutos atrás.

"Eu tô cansado disso disso tudo."

- Todos os dias... Todos os dias eu ia no banheiro tossindo tomar minha poção, que meu pai nem fazia questão de se importar. Draco Malfoy, dizia no vidro. - olhei para as minhas mãos, com vergonha. - Eu sempre olhava para o porta retrato dos meus pais no banheiro, eles não eram felizes, dava para ver nitidamente. E todos os dias Hermione, eu fumava, cheirava, bebia ou qualquer merda assim. - eu estava irritado, não por estar contando aquilo para ela.

Mas por demonstrar fraqueza.

Fui contando todos os sentimentos e emoções que eu senti quando bebia, cheirava e fumava.

- Eu conseguia ouvir o meu coração batendo freneticamente, não rápido nem lento, apenas bombeando o sangue. Meus pulmões trabalhando novamente. Aquilo cansava, mas... Com o tempo, aquilo era tudo o que eu queria e sempre quis. - minha voz não vacilou de novo, eu não estava com vontade de chorar.

Eu estava com vontade de sentir alguém preocupado comigo, falando romanticamente.

- Eu posso ter várias pessoas comigo, mas sempre, sempre vou me sentir sozinho. - disse e ela me olhou meio que pedindo permissão para me abraçar, eu confirmo. Sinto seus braços em meus ombros e eu descanso minha cabeça em seu peito, sentindo suas mãos em meus cabelos. - Antes de voltar para cá, eu passei boa parte do verão na reabilitação, adiantou? Não. Mas eu fingia que sim, eu até ganhei um selo de quem conseguiu vencer ao mundo das drogas. Eu rodava aquele negócio, todas as horas, olhando ele, pensando e afirmando que eu iria voltar para as drogas. - eu conseguia ouvir o coração de Granger batendo normalmente, como se tudo aquilo fosse normal para ela. - E eu voltei. - simplifiquei e ela afirmou. Não criticando ou opinando.

- Todos nós erramos, todos nós temos recaídas, somos seres humanos Draco, você é um, mesmo que não mostre isso, tem sentimentos. Eu vou te ajudar a sair disso, vou te ajudar a passar pelas abstinências, não importa o dia, a hora ou algo assim, eu vou te ajudar. - sua voz me acalmou, mesmo eu tendo certeza que não iria dar certo.

- Obrigado. - digo, deitando em sua coxa, fechando os olhos, descansando depois de me sentir bem.

Essa é a minha história.

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MDS, EU CHOREI ESCREVENDO ESSE CAPÍTULO.

BOM, de novo, euphoria sendo perfeita, peguei algumas falas da série e algumas outra eu escrevi da minha imaginação.

Quando o Draco tava contando para a Hermione sobre cada dia ele estava fumando, bebendo, cheirando e etc. Já está naquele capítulo do Flashback do Dray, por isso, escrevi com a minha imaginação.
Portanto, espero que esteja bom:)).

O que será que aconteceu entre Hermione e Pansy???.

É isso, até mais tarde nenéns < / 3.