Capítulo 10

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POV NARRADOR

- Sim... -abaixou o rosto tocando as pontas de seus narizes- Minha Rafinha... -sussurrou e delicadamente depositou um selinho curto nos lábios da garota.

Rafaella fechou os olhos momentaneamente recebendo outro rápido selinho.

- Boa noite... -Bianca sussurrou em seu ouvido com ternura, aconchegando-se ao corpo de Rafaella e aos lençóis.

Rafaella demorou um bom tempo pra dormir. O cheiro embriagante de Bianca e a lembrança do suave toque entre seus lábios a estavam tirando o sono, colocando em lugar um sorriso bobo nos lábios.

Bianca não estava diferente. Sua barriga estava embrulhada, as malditas borboletas lhe atacando com ferocidade.

- Bi... -ouviu um sorriso fraco em seu pescoço.

- Oi, Rafinha -sussurrou em resposta, girando um pouco seu corpo pra ter uma visão melhor dela- Não consegue dormir? -perguntou acariciando os cabelos da mineira.

- Uhum -assentiu manhosa.

- Como posso te ajudar com isso? -Bianca perguntou preocupada, fitando o rosto sereno a sua frente, aquelas grandes esmeraldas lhe encarando.

- É... Bom... -Rafaella ficou vermelha e afundou o rosto no ombro de Bianca.

Bianca sorriu, definitivamente havia entendido.

Ergueu suavemente o rosto da garota ao seu lado, insistia em manter uma de suas mãos entrelaçadas a dela. Seus olhos se encontram, Bianca sorriu satisfeita enquanto Rafaella sentia seu rosto esquentar.

Bianca aproximou seus rostos e deu um selinho terno e longo em Rafaella.

- É isso que quer? -sussurrou com seus narizes tocando.

- Um pouco mais que isso -os olhos de Rafaella estavam fechados e a respiração fora do ritmo.

- Um pouco mais? -roçou seus lábios nos dela e se afastou.

- Sim... -Rafaella sussurrou em um fio de voz quase inaudível.

- Mais quanto? -Bianca passou uma mão para as costas de Rafaella e a puxou pra mais perto.

- Mais assim -sussurrou e colou os lábios nos de Bianca, entrelaçando suas mãos nos cabelos da carioca.

Passou a língua entre os lábios de Bianca e deu início a um beijo lento porém gostoso, com vontade, desejo.

Suas línguas entrelaçadas, pernas entrelaçadas, respirações entrelaçadas. O ar faltou e elas se separaram, digo, separaram seus lábios, porque suas respirações, pernas e olhares continuavam unidos, até mais do que antes.

- Por que demorou tanto pra aparecer m minha vida? -Rafaella perguntou, beijando o canto dos lábios de Bianca, que sorria.

- Talvez você só precisasse de mim agora, Rafinha -disse singela.

- Talvez eu sempre tenha precisado de você, bi... -retrucou dando um beijinho de esquimó em Bianca.

- Você sempre precisou que alguém aparecesse pra cuidar de você? Pra te abraçar? Pra te ajudar no que pudesse? -pausou- Sempre precisou de um colo? De atenção? Nunca teve ninguém, Rafa? -arqueou uma sobrancelha, Bianca não sabia muito sobre a vida de Rafaella, mas ela sabia que aquelas palavras a atingiram de uma forma boa, talvez?

- Não... -Rafaella respondeu com os olhos marejados- Eu tinha alguém... -sorriu e deixou uma lágrima escapar- Você me lembra muito ela, sabia? -Bianca negou com a cabeça.

- Vou estar aqui, quer queira, quer não... -disse e selou seus lábios.

Pela manhã as coisas parecia melhores, como dizem: nada melhor do que um dia após o outro.

- Quero ver a Sofi logo -Rafaella disse impaciente.

- Nós já estamos chegando -Bianca disse rindo fraco e Rafaella se aquietou um pouco.

Parou em frente a casa dos Kalimann e desceu do carro.

- Se quiser ficar aqui, quero te poupar uma cena... -Rafaella disse abaixando a cabeça.

- Não -Bianca respondeu rápido- Eu vou com você, vai ficar tudo bem -depositou um beijo na mão de Rafaella e seguiram a entrada a casa.

- RAFA -sofi gritou e correu para os braços da irmã, chorando, com os olhinhos pequenos.

- Oi, meu amor -Rafaella se abaixou ficando na altura da irmã- Você dormiu bem? -afagou os cabelos da pequena.

- Por que não voltou pra casa? -perguntou manhosa- Eu senti sua falta, Rafa, não me abandona assim -choramingou.

Bianca se abaixou também e tocou as costas da pequena.

- Como vai pequenina? -disse enquanto a menor se acomchegava ao sei corpo.

- Você sumiu, bia... -disse manhosa.

- Desculpe, estive um pouco ocupada com a escola, mas agora eu estou aqui, certo? E eu não vou nunca mais sair de perto, tudo bem? -Bianca disse e novamente os olhos de Sofi marejaram, a fazendo fitar Rafaella e se atirar aos braços da irmã.

- Rafaella -uma voz madura tirou a atenção das três garota, era genilda.

- Oi -Rafaella respondeu seca se levantando com Sofi nos braços, acompanhada por Bianca.

- Por que não dormiu em casa? -os olhos da mulher estavam marejados e fitavam Bianca atentamente.

- Não vou responder essa estupidez diante de Sofi -subiu as escadas e Bianca ficou meio perdida, sem saber o que fazer.

- Com licença -pediu ssubindo as escadas.

- Espere -Genilda pediu e ela se virou- Como se chama? -olhava fixamente os olhos da garota que sentiu completamente acanhada diante daquilo.

- Bianca Andrade -respondeu sustentando o olhar.

- Era amiga da Vic? -bianca negou- Você fala coisas como a Vic -genilda disse.

- Eu não a conheço -respondeu.

- Não a conhecia -genilda corrigiu- Por culpa daquela ingrata eu não tenho mas a minha filhinha comigo -lágrimas molhavam o rosto da mais velha.

- Desculpe -Bianca estava incrédula- A senhora está se referindo a Rafaella?

- Sim, é tudo culpa dela -sua voz possuía magoa.

- Oh meu Deus... -Bianca ergueu os braços aos céus e riu- A senhora ainda vai pagar por dizer isso da sua própria filha. Rafaella amava a irmã como a senhora nunca amaria e eu tenho certeza que ela sofreu tanto a ponto de desejar dezenas de vezes ser ela no lugar de Victoria! -seu tom de voz se elevou- Ela se martirizou por uma fatalidade, machucou a si mesma por sentir tanta dor. Me desculpe pela sinceridade, mas a senhora está sendo tão estúpida -se virou para continuar a subir as escadas, dando de cara com Rafaella parada nos degraus acima.

Rafaella desceu correndo e abraçou Bianca lateralmente, escondendo o rosto em seu pescoço e deixando alguns soluços escaparem.

- Co-como você sa-sabe de tu-tudo isso? -perguntou abafado.

- Eu não sei, Rafa... -respondeu- Só me veio as palavras à boca e eu falei -Rafaella a apertou com mais força contra si.

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