Blood of the Gods

Capítulo 1 - Meu quarto.

Talvez esta noite seja diferente, não, será diferente! não cederei ao medo ou até mesmo ao sono. A natureza não me vencerá, não fará com que meu corpo adormeça contra minha vontade, vou vencer meu medo esta noite, custe o que custar.

– Meu neto? Você está muito pensativo esta noite. - A voz sonolenta e degradada pelos anos vividos me arrancou de meus pensamentos.

– Ah? Ah sim, desculpe vovô. Estava pensando em que história queria ouvir hoje. Mas não consegui pensar em nenhuma.

Mentira.

– Que tal a sua favorita?

– Sim! - Não contive minha felicidade transbordava pelos meus olhos e sorriso besta - A origem dos heróis.

– Certo, certo, Calma.

O senhor olhou para o teto de meu quarto, iluminado pela fraca luz alaranjada da vela, está que ele, meu avô, trouxe para poder enxergar nesse breu insuportável do campo. Ele respirava profundamente, parecia que procurava no ar as palavras certas para me contar a sua história.

Esforço inútil. Ele nunca foi um bom contador de histórias, sempre são muito longas, detalhadas de mais, narradas de forma monótona, todas as noites a história é sempre a mesma, mas, contada de formas diferentes, uma história diferente do mesmo acontecimento, É divertido e tedioso ao mesmo tempo.

Com um leve abrir de braços, parecia como se a inspiração pousasse sobre seu ser, Isso significava que a história estava pronta e preparada para ser contada.

Sentei em minha cama e me enrolei dos pés a cabeça com meu amado, fiel e fino cobertor, meu avô se sentou na borda da cama o mais próximo possível e pegou um pouco do lençol, que estava para fora da cama, e colocou sobre suas pernas, estava frio e essa pequena vela não ajuda.

 – Eram tempos de paz e harmonia, mas também eram eras de guerra e caos.

A desta noite era realista, já me esqueci da última vez que escutei uma história dessas, Semana passada? Ontem? Realmente não me lembro.

– Equilíbrio mantido pelos próprios humanos, sem supervisão dos Deuses, as entidades superiores e responsáveis pela criação dos humanos. Dizem que os Deuses foram criados por uma entidade superior, mas isso é assunto para outra história.

Essas entidades viviam sobre uma única regra: jamais interferir ou interagir com os humanos, uma regra simples e fácil de se seguir, já que a humanidade estava mantendo o equilíbrio de forma exemplar.
Todos os Deuses estavam acomodados com uma vida fácil, simples e desprovida de preocupações com a única obrigação de vigiar a humanidade, Nunca sequer cogitaram em quebrar a regra e perder suas vidas fáceis, todos com a exceção de um. Esse Deus sem nome, que posteriormente fora chamado de escuridão, estava cansado de observar esse falso equilíbrio onde a humanidade vive se matando por ódio, matando os animais de forma desordenada por puro prazer e desmatando a natureza para bens pessoais fúteis, tudo isso era desconcertante aos olhos deste Deus.

– Esse Deus era conhecido por ser o mais amoroso e preocupado de todos, não é?

– Sim meu neto, mas este amor se transformou em ódio e sua preocupação em repulsa, para pôr um fim nesse equilíbrio repulsivo ele arquitetou um plano para acabar com toda a destruição e reconstruir tudo a sua imagem.
Em 7 dias seu primeiro objetivo estava completo; uma forma de entrar no plano humano sem perder seus poderes divinos e sem alertar as outras divindades, como ele encontrou esta entrada tão rápido é um mistério, mas dizem que ele teve auxílio de quatro humanos que ele conseguiu convencer a ajudá-lo, um velho enfermo, um general ferido, uma mulher esfomeada e um homem sem nada a perder.
Assim que chegou no plano terreno começou a envolver o mundo com uma névoa densa e negra, tão escura quanto uma noite sem lua, e os humanos, animais e plantas envolvidas por ela renascem corrompidos, se tornavam em figuras horrendas e selvagens em que qualquer outra função fora substituída por matar.
O machar dos corrompidos espalhava a fome, doenças, guerras e morte por todo mundo.