Capítulo 1

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— Tem como você se acalmar? Vai dá tudo certo. — diz Maya tocando na minha perna para que eu pare de balançá-la.
— Não tem como ficar calma. — parando de balançar a perna direita para balançar a perna esquerda. —  Essa nota vai definir se eu vou ter que me afastar do time ou não.

  Eu nunca fui de tirar nota boa em física, e também nunca fiz muita questão. Porém, agora eu realmente preciso que essa nota seja boa, porquê se for baixa eu vou ter que me afastar do vôlei até recuperá-la, e isso não seria um problema se eu -por modéstia parte- não fosse uma das melhores jogadores do nosso time. E agora minha melhor amiga, Maya, está tentando me acalmar.

  — Olha pra mim. — pediu ela e eu fiz. — Você estudou muito pra essa prova. Você vai conseguir.
  — Maya, você é uma pessoa muito otimista. — pego a mão dela. — Mas isso não funciona comigo, e eu sei que você dá conta de tudo e vai fazer a gente vencer esse campeonato.

  Falando assim até parece que eu tô prestes a morrer, mas é porquê faz tempo que a gente não ganha um campeonato. E eu sei que mesmo que eu não jogue -o que é a coisa mais provável de acontecer- ela vai dar um jeito, não é atoa que é a segunda melhor do time.

  — Para com isso. — solta a minha mão.
  — É apenas a verdade. — dou de ombros. — Sem contar que ela ainda não me chamou, e na lista de chamada meu nome fica no meio. Isso significa que ela me deixou por último para dar a má notícia quando estivermos a sós.
  — Ou talvez ela saiba que você não gosta de chamar atenção e vai te parabenizar quando você estiverem a sós. — da uma viradinha na cabeça.
  — Eu jogo no time de vôlei, e sou uma das melhores, isso é, tenho sempre atenção em cima de mim.
  — Aff. — pigarreia.
 
Eu sei que a Maya só tá querendo que eu tenha um pouco de esperança já que "À espera é a última que morre." Mas eu não gosto muito de criar expectativa, porquê no final sempre dá errado.
  Ela é assim desde que a conheço, e eu não sei como já que ela passou por muitas coisas difíceis por ser uma garota preta dos cabelos crespos em uma escola particular, mas segundo ela, "A gente não pode se deixar abalar por pessoas sem senso e educação que acham que pequenas palavras e atitudes não machucam." "A vida é bela e não podemos desistir de tudo só porquê estamos em uma fase difícil que jaja vai passar." E eu diria que toda essa positivismo dela me ajudou bastante a querer viver.

— Giorgia Gordon. — disse a professora Montgomery. —Pode vim pegar sua prova. E o resto de vocês. — apontou para o resto da sala. — Estão liberados.

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