Prólogo

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Ainda não tinha caído a ficha de que eu estava sendo paga pra isso até meus pés pisarem no convés do luxuoso navio da empresa Diaz

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Ainda não tinha caído a ficha de que eu estava sendo paga pra isso até meus pés pisarem no convés do luxuoso navio da empresa Diaz. Se tem uma coisa boa em ser jornalista, é que isso te leva a lugares inesperados. Nem que eu usasse todo o salário que eu já ganhei na vida eu conseguiria pagar uma passagem para esse navio.

Olhei em volta, maravilhada. Como essa viagem era apenas para a imprensa, haviam poucas pessoas ali. E todas elas estavam bem vestidas, o que me fez ficar um pouco envergonhada da minha roupa simples. Mas a alegria de estar ali superava isso.

-Terra chamando Juliette, você não tem um artigo para escrever? - uma voz masculina muito conhecida por mim soou, me fazendo revirar os olhos - Ou vai ficar parada aí no meio o dia inteiro?

De todos os fotógrafos do jornal eles tinham que enviar logo ele? O cara que me irrita desde o colégio?

Eu e o Arthur fizemos o ensino médio juntos e ele sempre me irritava fazendo piadinhas bestas. Naquela época eu realmente o odiava, mas depois que começamos a trabalhar juntos, aquilo começou a virar meio que um esporte. Ele me irritava e eu irritava ele.

-Falou o cara que está com a câmera desligada desde que subimos a bordo - rebati as falas de Arthur, fazendo ele bufar - não teremos uma capa se você não tirar fotos.

-Vou tirar fotos quando algo interessante acontecer - ele resmungou, cruzando os braços igual uma criança birrenta.

-Eu gostaria de ver o que você acha interessante - falei, dando um sorriso debochado pra ele.

-Hey, meus padrões são altos, okay? - Arthur devolveu, tentando transmitir um ar de superior, o que apenas me faz rir - você ainda nem escolheu que você vai entrevistar.

-Eu escolhi sim, você que é chato e discordou de mim - resmunguei, cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha em sua direção - o capitão Nogueira sabe mais sobre esse navio do que qualquer outro.

-Tudo que vai sair desse cara são coisas chatas - Arthur falou, com seu ar de superioridade, o que me fez revirar os olhos novamente - devemos pelo menos conversar com a engenheira. Qual é o nome dela mesmo? Camilla?

-Então, deixa eu ver se eu entendi, você não quer falar com o capitão porque acha que vai ser chato, mas quer falar com a engenheira que provavelmente vai falar sobre coisas técnicas? - questionei e ele apenas deu de ombros. Homens. - Por que não falamos com a srta. Diaz? Já que essa coisa toda é ideia dela.

-Ah, claro, a milionária reclusa que é notoriamente reclusa sobre tudo - ele falou, olhando na direção da mulher.

Carla Diaz tinha uma estatura baixa, mas não deixava de exalar poder, principalmente com o vestido impecável que ela estava usando. A expressão fechada da mulher certamente não era convidativa.

-Tenho certeza que ela vai se abrir - Arthur deu um sorriso irônico e eu deu um tapa em seu braço - hey! Pra que agredir?

Reviro os olhos e me afasto dele sem dizer mais nada. Ando um pouco entre as pessoas, que conversavam animadamente. A festa de boas vindas estava a todo vapor, mas não foi difícil achar meu alvo.

Castaway - A Aventura do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora